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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Envelhecer

O meu pai nunca gostou de envelhecer e eu sou como ele. Não se trata de ter mais um ano. Trata-se de ir gastando a energia, perder a pele esticada, o cérebro ginasticado. A idade rouba-nos capacidades. Ou melhor, a idade tira-nos uma capacidade - gostar de coisas novas, de mudar. Ser capaz de mudar de opinião.

Desgostam-me as pessoas da minha idade que aprenderam coisas numa determinada idade e agora não conseguem sair delas como se o mundo não o tivesse feito. 

Nós, as pessoas que vibraram com o aparecimento da Internet, estamos como animais assustados nas redes sociais. Vendo perigos em todas as publicações. 

Uma vez que isolei este como sendo o maior, e mais profundo, problema da geração de 70, estou todos os dias a tentar ser a velha gaiteira de ténis a correr contra o tempo, muito mais interessada em pessoas novas do que nas da minha idade e à procura de teses que confirmem as minhas crenças - não são as máquinas nem a tecnologia, somos nós. Se pudesse complementar com plásticas, fá-lo-ia. 

E, então, eu estava tão solenemente dedicada a depreciar o envelhecimento e o passar dos anos, quando esta manhã, numa longa caminhada, me acompanharam a demógrafa Maria João Valente Rosa e José Maria Pimentel, economista e autor do podcast Quarenta e Cinco Graus (sim, continuo a amar podcasts). Descobri que, apesar deste grande defeito que é envelhecermos para sermos uns casmurros, ter 43 anos em 2019 é realmente como ter 36 nos anos 70. Ganhei sete anos de vida numa hora, nada mau.

Os nossos filhos são mais novos do que nós éramos quando as nossas mães tinham 43 anos (eu tinha 21 anos e estava na universidade, por amor de Deus), nós começámos tudo mais tarde e envelhecer não é uma doença e não vai ser um problema para a sociedade como agora parece ser. 

Ela, Maria João Valente Rosa, é algo pessimista com o que vamos fazer a velhice, pois, de momento, não estamos a dar qualquer resposta, mas  vinha cá espalhar otimismo inconsciente (ignorante, mesmo): somos tantos, queremos tantas coisas, temos expectativas tão longas (chegar aos 70 anos com qualidade de vida, por exemplo), que não vai ser possível ignorarem-nos como parecem ignorar os nossos pais. Vamos estar no trabalho, na publicidade, nos filmes, na literatura. Vamos existir. E, também por isso, vamos ter de ser muito mais flexíveis. Ainda não chegou a hora de calçarmos as pantufinhas. 

 

Ser gay na vida pública

Há uma coisa que já não se aguenta ler sempre que um político torna público que é gay: "Que coragem".

Como um dia escreveu António Guerreiro no Público, coragem têm um trolha ou um camponês quando, num circuito fechado, e muito mais preconceituoso, se assumem gays.

Um político é outra coisa: é quase uma prova de ética. De que quer viver uma vida transparente. E isso, não sendo valentia (porque apesar de tudo já não estamos aí) é mais do que suficiente para admirarmos pessoas como Adolfo Mesquita Nunes (CDS) ou Graça Fonseca (PS). 

Mas, convenhamos, políticos e artistas tornarem público que são gays não é ainda uma afirmação. É um ato. O ato de afirmar e o ato de serem elas a dizê-lo. Ainda vale pelo que as pessoas são. Pessoas como Adolfo Mesquita Nunes ou Graça Fonseca, que parecem sensatos, que têm uma profissão que se recomenda, opinião, bom aspeto e um ar cosmopolita são excelentes exemplo e fico feliz por termos estas pessoas à nossa disposição, especialmente porque ainda temos de conviver com imenso preconceito. Mas, lá está, afirmar-se gay ainda é uma coisa que não vale por si. Ela vale pelo que estas pessoas são na vida pública. E pelo seu bom comportamento como cidadãos. Por exemplo, um político acusado de corrupção tornar público a sua homossexualidade teria outra leitura. 

 Portanto, e apesar de atabalhoado, o meu ponto é este: precisamos de novos desafios no que a este assunto diz respeito:

1) Entrevistados que dizem naturalmente 'o meu namorado/marido", sem precisar de fazer disso trending topic no Twitter.

2) Entrevistas em que o melhor título não é "Sou gay".

3) Assumirmos que há pessoas gay de todas as cores e feitios e que nem todas vão ser ícones da moda, apresentadores super bem sucedidos ou políticos que fazem coisas notáveis. Alguns gays são como a maioria das pessoas. Cidadãos que vão passar à história sem história nenhuma para contar. Alguns são até vilões. Nenhuma dessas coisas interfere com o facto de serem gays ou com o respeito e igualdade com que devem ser tratados. Ser gay não dá bondade, não dá um ouvido especial para a Eurovisão ou mais estética. Ser gay é apenas ser gay.

Creio, aliás, se li bem a entrevista de Adolfo Mesquita Nunes ao Expresso que ele concordaria comigo. Como ele diz, faz o que faz, porque não tem a opção de ser outra pessoa.

 

joão gabriel.jpg

 Díptico, de João Gabriel

 

 

 

Boas férias, senhora ex-ministra

Como vinha dizendo desde que vi o primeiro-ministro a reagir ao que se passou em Pedrógão Grande, o mais repugnante ( repugnante é a palavra) em todo este caso era ver a maneira como se ignorava o sofrimento das muitas pessoas que tinham morrido. Como o primeiro instinto foi empurrar com a barriga, dizer que era preciso sofrer em silêncio para não mostrar a dor que não sentiam. É isto. Nunca, em momento nenhum, António Costa pareceu realmente incomodado com alguma coisa que não fosse o prejuízo político de uma tragédia destas.

Eu sei que fiquei particularmente tocada com o caso, sei disso, sei que acontecem imensas coisas tristes e não fico assim, mas se fico, se dou atenção e reparo, também não posso ignorar quando pessoas com responsabilidades políticas agem sem o mínimo de empatia para com o sofrimento alheio.

Nesse sentido, o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, teatral e mais estudado do que é costume (pareceu-me), foi exemplar. Primeiro, não foi feito imediato. O Governo teve oportunidade de emendar a mão pelo menos duas vezes. Depois, realçou tudo o que era necessário. Lembrou as vidas que ficaram por viver, o heroísmo anónimo dos que lutaram contra as chamas, alguns em vão, o sentimento de insegurança que se apoderou de muitos de nós e pediu a tal ação de que se tem falado, mas que não se tem visto.

Resultou.

Constança Urbano de Sousa, como as minhas filhas depois de as mandar 30 vezes para a mesa e já estar a espumar, lá acedeu a sair. É o correto. Não porque seja incompetente ou responsável direta pelas ignições, mas porque há um momento em que é preciso dar lugar a outros para que se faça de outra maneira.

Na carta da de demissão, afirma que pediu para sair logo a seguir a Pedrógão Grande e que não o fez porque o primeiro-ministro lhe pediu que ficasse para resolver o assunto no momento mais necessário. Tenho as máximas dúvidas que isto seja assim. A ministra da Administração Interna era importante para António Costa por razões políticas que me escapam, mas que tenho a certeza que existem. Quanto à prosa vertida nesta missiva, constato apenas isto: num mísero texto de 1540 caracteres (word count dixit), consegue usar a palavra pessoal duas vezes.

Não percebeu nada.

Política. Amor e ódio

Há sempre um tópico nas leituras de resultados eleitorais que me incomoda e aborrece. Chama-se abstenção e os seus porquês. É um debate que acaba demasiadas vezes com a ideia de que "as pessoas" (seja lá que entidade for essa) estão descrentes da política porque os políticos são corruptos.

Ora, eu tenho quase a certeza que políticos que gostam de meter a mão na lata pública sempre existiram, e deve ter sido bem pior na época em que não havia tribunais independentes e outras formas de escrutínio.

O que vejo mais vezes é que a política como a fazemos -- com partidos -- está refém dos partidos e (muito) menos da ideologia e que tudo no fundo é questão de narrativa ou, de forma mais básica, da maneira como dizemos as coisas.

Vamos ao exemplo:

Quando o governo da aliança PS, CDU, BE diz que "devolveu rendimentos aos trabalhadores" o que está a dizer é aliviou os impostos aos contribuintes, o mesmo que faria um governo republicano nos EUA, liberal dos sete costados na Europa. É uma questão de palavras, não de políticas. É por isso tão desconcertante ler este artigo de Ricardo Arroja. Um homem liberal, que não quer ser mais do que liberal quando fala da economia, defendia, contra Passos Coelho, a solução que está a ser posta em prática com a Geringonça (baixar o IRS).

O que é eu devo pensar sobre isto? 

Pode ser-se pró-uber e pró-táxi? Ao mesmo tempo?

Tenho pena de não me conseguir juntar ao coro de pessoas que nunca mais vai andar de táxi. Tenho pena, mas não posso. A minha aplicação da Uber não funciona. Não funciona por minha culpa (introduzi mal um dado), mas a coisa caricata é que não há maneira de resolver. Um mail veio para trás, o formulário só teve resposta hoje e só vi jeito de a coisa se resolver quando me queixei no Twitter. Lá me ajudaram um pouco (antes a morte que ficar falado nas redes sociais), mas não o suficiente. E se me conhecessem melhor sabiam que sou alérgica a esse género de empresas que só se mexem quando lhes podem danificar a imagem. 

Da meia dúzia de vezes que experimentei o serviço, quando a aplicação funcionava, apanhei dois totós - educados, muito educados, mas muito totós. Não faziam ideia onde estavam. Mas isto quer dizer que vou deixar de usar o Uber? Não. A não ser que eles não me ajudem a arranjar a aplicação. E quer dizer que desisto dos táxis? Não. Quer apenas dizer que usarei cada um deles conforme a minha conveniência como todos os consumidores fazem e nem sei por que raios esta história se está a transformar num Sporting-Benfica. Se preciso de um carro rapidamente levanto a mãozinha, mas se vou a um jantar chamo o uber - vem à minha porta e, para já, se há coisa que têm é carros limpos. Limpos e novos. E não exijo carros novos, mas um pouco de asseio cai sempre bem. E aos ubers também lhes caía bem terem mais formação, fazerem o curso de condutor profissional e passar fatura imediatamente, em vez de ser preciso um requerimento. Tal como pagar os impostos que lhes são devidos e em Portugal. Porque, vá lá, não vou pagar como se estivesse no estrangeiro. 

Ver um conjunto de boçais no aeroporto, ameaçando o país de porrada se não fizerem o que eles querem não me impressiona nada. O governo não tem de ceder a parvoíces e eles têm de aceitar a concorrência. Mas, é verdade, têm direito a uma concorrência justa e, portanto, por mais que custe, merecem ser defendidos. Merecem-no até quando abanam carros de ubers ou os chingam em bombas de gasolina. Tenha pena que o façam, parecem uns animais, mas, lá está, a lei quando nasce é para todos. Podemos fazer de conta que não está a acontecer, mas está. Talvez seja melhor aceitar a realidade. Apanhar o vento com as mãos é inútil. Mas também não me impressiona nada o estilo bem falante do diretor da uber. Num fórum da TSF, a propósito da última manifestação, deixou bem claro, pela inexistência de resposta, que a formação dos condutores não existe. 

Felizmente, não precisamos de ser pró-uber nem pró-táxi. Só pró-sensatez. É desse lado que me apetece estar.

 

 

Stress pós-férias? Isto ajuda

 

 

Rosham Qasam, 11 anos, no dia em que se casou com Said Mohammed, 55.

 

 

A menina do vestido cor de rosa casou-se aos seis anos com o senhor que está ao lado, Majed, de 25.

A menina do vestido verde é uma colega de escola.

Bibi Aisha foi dada de presente pelo pai a uma família para compensar de um crime que tinha cometido. Ela tinha 12 anos. Fugiu. A polícia encontrou-a e devolveu-a ao marido que, juntamente com o pai e os irmãos a levou para as montanhas do Afeganistão e lhe cortou o nariz e as orelhas.

 

De repente, ficou um dia lindo, não ficou? Pois.

Estas fotografias são de Stephanie Sinclair, uma fotojornalista norte-americana que andou pelo mundo durante 10 anos a captar estas realidades. Em 2008, as imagens foram expostas na sede da ONU em Nova Iorque. Depois disso têm passado por muitas cidades do mundo e chegam hoje a Lisboa. A exposição "Too young To Wed (Novas Demais para Casar)" inaugura hoje no átrio da sede da Caixa Geral de Depósitos. Fica até dia 15. Mais pormenores no sítio do costume e uma boa notícia (pelo menos para mim que já não me lembrava que esta menina tinha sido capa da "Time"): o nariz de Bibi foi reconstruído e vive em Nova Iorque. Tem outros problemas, mas vamos acreditar que tudo pode melhorar...

 

Ah, que saudades desses debates sobre bebés em restaurantes

Tão certo como uma capa de revista a dizer que Cristina Ferreira está mais próxima do ex-companheiro ou as fotos de Marta Aragão Pinto em bíquini é o post anual de pessoas indignadas com pais que levam crianças para restaurantes. Seguem-se respostas inflamadas de quem tem filhos. O tema é escaldante mas já não surpreende. O choque entre mães e não-mães sobre o que fazer às crianças no Gambrinus está para os 30 anos como os desentendimentos entre solteiras e não solteiras sobre "deixaste de ter vida sem ele" aos 20 ou entre raparigas e rapazes na adolescência.

Surpresa, surpresa seria encontrar uma mãe de filhos possuída porque os filhos dos outros fazem birras em restaurantes enquanto o seu Bernardinho se porta como um anjo. Encontrem-me essa progenitora e entro na conversa.

Na verdade, o que surpreende é que haja mães que se dão ao trabalho de responder. PARA QUÊ?, pergunto eu na minha modesta condição. Que importa que haja quem considere os vossos filhos irritantes ranhosos que fazem demasiado barulho? Estão a pensar deixar de frequentar o Eleven por causa disso? Que vos interessa que a rapariga fique furiosa com crianças que choram em restaurantes?

Pessoalmente, discordo da autora do post e até acho que o barulho dos bebés está muito sobrevalorizado na escala do que mais incomoda quando estamos a alarvar. E aquela malta que tira fotos à comida com flash? E os bêbados? Aqueles muuuuuita chatos que andam de mesa em mesa? E os tunos? Tudo isso me incomoda muito mais, como já tive oportunidade de dizer em local próprio (sempre quis escrever isto), mas, pronto, o que interessa? Alguma alma com mau vinho deixará de se ir encharcar? Alguma tuna fechará portas? Não? Bem me parecia que era tempo perdido estar-me para a aqui a lamentar.

Leitura de fim de semana

Já valeu a pena ler a imprensa de hoje, graças a este texto do Público. Há lá muita coisa e nem toda a ver com ter filhos, mas gosto muito desta frase de Marta Freitas, dramaturga e atriz: "[Os pais] Têm de trabalhar muito e querem muito estar presentes e acabam por interferir demais". Casa bem com outra leitura, do fim de semana passado, na Notícias Magazine, sobre as razões que explicam a ausência de filhos entre a nossa geração ("Quem faz um filho, fá-lo porquê?" -- excelente título). Uma geração que, diga-se de passagem, já tem poucos anos para se reproduzir pelo que, se calhar, chegou a hora de nos preocuparmos com quem aí vem e menos com quem já tomou decisões e não as vai mudar.

As notícias da sua morte são claramente exageradas, não?

 

Há quase 40 anos boa parte da família Salgado esteve presa. Libertados, recomeçaram negócios na Suíça, Londres e Brasil.

Será diferente agora -- há suspeitas, dinheiro sem nome, negócios menos transparentes do que se pensava -- mas tão diferente?

Lemos a história à luz do que sabemos hoje. Imaginamos que a reputação deles era boa em todo o lado exceto em Portugal, achamos que todos lhes abriraram as portas por terem sido vítimas de comunistas maus e, no entanto, quase podia jurar que o que lhes abriu as portas foi o dinheiro que ainda tinham. Como o dinheiro que ainda têm. Alguns, pelo menos.

 

Entretanto, dúvidas pertinentes:

- Ricardo Salgado vai para a Quinta do Lago de férias?

- E é de bom tom ir? Terá vontade de ir?

- Que pensará a família que não trabalha no banco e que possivelmente terá de abdicar de umas férias superbacanas?

- Os três milhões da caução foram pagos em cheque? (A sério, porque é que ninguém responde a isto?)

- Alugou duas salas no Hotel Palácio, no Estoril (qual conde de Barcelona no exílio). Porquê duas? Quem são as pessoas do inner circle?

 

PS: A história completa.

PS2: A foto é do Paulo Alexandre Coelho.

 

 

 

 

 

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