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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Conclusão, em matéria de TPC cada um fala do que conhece

Só para se ver como isto dos TPC é subjetivo (e como estou obcecada com o assunto), perguntei à Madalena se vai trazer trabalhos amanhã e ela diz-me com o maior orgulho: "os trabalhos de casa são o nosso prémio se soubermos ler". E diz-me isto assim, com a maior naturalidade, como se esse momento fosse mais interessante do que um bilhete para o concerto da Violetta. Está certo!

Várias pessoas deixaram comentários sobre o assunto. Obrigada pelas opiniões. Concordando mais com uns do que com outros, acho que todos falamos do que conhecemos, a partir da nossa experiência e jeito, ou não, para estas coisas.

A Ana Maria dizia que para ela era um problema o onde e quando fazê-los (não ela, a filha). Se for uma carga muito forte a criança não consegue fazer mais nada. E concordo com ela. Da mesma forma que concordo que os TPC devem ser todos corrigidos na aula. Se não são, qual é o objetivo?

Outra pessoa, SerraBrava, falava nessa coisa do pedir ajuda. Quando falar em ajudar é sentar-me ao lado e estar ali a explicar todos os passos a par e passo. Sinceramente, qual é a utilidade disso? Há coisas na vida que são muito difíceis, algumas inevitáveis (vide, a carga de impostos), mas se pudermos poupar na fatura do sofrimento, agradece-se.

 

Deixo para último lugar uma frase da pessoa que assina Espalha Brasas: "Não vamos exigir nada aos meninos...nem uma cópia...nem uma leitura...nada...(ler com ironia sff). Pesquisar! Significa dar um tablet ou um PC?". Sou bem a favor dos miúdos trazerem pesquisas para fazer em casa, e acho realmente que o mau princípio é achar-se que as pesquisas são ir ao google e escreve uma palavra-chave naquele retângulo. Não são. É cruzar fontes de informação, analisar a sua credibilidade, tirar conclusões e procurar outras fontes, como livros ou a memória dos pais e outras pessoas.

 

Mas, pronto, nunca nos vamos pôr de acordo nestes assuntos e, com apenas quatro dias de 1.º ano, a conclusão a que chego é que a melhor política é respeitar as opções da professora e os seus métodos. Ela sabe o que está a fazer.

 

Nem de propósito, esta foto vinha acompanhada desta legenda

"Children should transcribe favourite passages. ––A certain sense of possession and delight may be added to this exercise if children are allowed to choose for transcription their favorite verse in one poem or another... But a book of their own, made up of their own chosen verses, should give them pleasure."
~ Charlotte Mason, Victorian Era Home Educator"

 

A Isabel

É a mais extraordinária auxiliar do mundo. De dia uma solteirona que se ocupa da educação das criancinhas (e um bocado desbocada), à noite uma ferverosa adepta do Sporting. A mulher surpreende, não me digam que não.

De vez em quando diz-me "amanhã tenho mesmo de sair às 19.00" e eu pensava que era porque tinha alguma consulta inadiável, a visita a uma tia velhinha, uma loja onde quisesse ir fazer umas comprinhas, eu sei lá. Passaram-me mil coisas pela cabeça, excepto a verdade: que a Isabel quer ir para o estádio Alvalade XXI apoiar a sua equipa.

Obviamente, não consigo deixar de gozar com ela desde então. Hoje, o primeiro dia depois do SCP ter ajudado Benfica a ficar mais perto do título que merece - e que tem estado temporariamente emprestado à dragoagem, note-se! -, lá lhe agradeci os 3-0. Acho que não gostou.

No outro dia confessou que já pôs a criançada a gritar Sporting. Acrescentou logo a seguir: "Estes não, a outros". Deve ter tido medo! É que, claro, era o que me faltava: andar a educar a criança em casa para depois a estragarem na escola.


 


 


 


 


 


 

Uma nova modalidade olímpica

Parece que a mini aprendeu a correr. Bem, o que ela faz é andar muito depressa, mas ela chama-lhe correr e eu não vou contrariá-la por causa desta ninharia. Mas isto vem a talhe de foice para dizer que o raio da cachopa apanhou uma nova mania (para além daquela de repetir tudo o que qualquer adulto diz): sai da escola e diz "mamã, vamos correr" e, enfim, desata numa correria que eu tenho de estugar o passo para a acompanhar. E isto tudo mas com a gabardine vestida? Um must. Parece o inspector Gadget atrasado para mais uma missão.

Considerações sobre as primeiras fotos tiradas na escola

- É mais forte do que eu: em onze crianças acho genuinamente que a mais filha é a Manena.


 


- Estão realmente engraçados. Ninguém se ri (o que também é típico nesta idade) e a Madalena até fez aquele seu ar de má nas fotos "a solo".


 


- Há quatro fotos a solo, mais uma de grupo e ainda fizeram o favor de mandar mais quatro pequenas tipo-passe ideais para carteiras de avós!


 


- O modelito escolhido resultou na perfeição. Por um lado parece o pai, com as mangas arregaçadas e aquela carinha que não engana ninguém. Por outro, faz concorrência ao boneco do Farmville com as suas jardineiras cor-de-rosa.

Seria um desgosto, não fosse a memória tão curta

De há uns dias para cá, a Manena deixou de falar no Rodrigo.


O Guigo, um dos rapazes palhacinhos por quem a nossa filha tinha adoração, fez três anos e partiu para a escola dos grandes (já nem vai fazer parte da foto de grupo). Acho que pusémos uma cara tão decepcionada quando a Isabel nos disse que ele ia embora, que até ela - que corresponde ao estereótipo das auxiliares malvadas-mas-que-toda-a-gente adora - ficou comovida.Passou-lhe depressa, porém. Quando lhe disse que a Manena agora falava menos do Rodrigo, despachou-me a mil à hora: "Mais uns dias e já se esqueceu dele". Primeiro pensamento: "meu deus, esta mulher tem a sensibilidade de uma debulhadora de trigo. Está a propor à minha filha que se esqueça de um colega de quem gostou tanto"; Segundo, e reflectido, pensamento: "E não é sempre isso que acontece, seja em que idade for?".

A outra sensação deste Natal

...Foi a fotografia na escola.


 


Estou num nervosismo para ver o resultado - o que evidentemente quer dizer que vou odiar. São as primeiras fotos que a minha filha tira na escolinha, o que tem tudo a ver com este post dos sapatos de carneira. Evidentemente não é só porque engraxo os sapatos um ror de vezes que me estou a parecer cada vez mais com a minha mãe. É também o facto de me emocionar com estas coisas.


 


Parêntesis: Mas, digo eu, no fundo, se tento replicar tantas memórias da minha própria infância é porque ela foi tão feliz.


 


Enfim, a questão é: desde que a Isabel, com total à vontade e nenhuma emoção me disse "quinta-feira vem cá o fotógrafo" que eu andava a pensar naquele momento. Que giro, que emocionante, até estive a poupar as jardineiras cor-de-rosa para o dia certo... E, pronto, foi precisamente nessa manhã que se deu o pequeno acidente com os sapatos (ainda bem que tinha uns ténis) e, com tanta preocupação atrasámo-nos tanto que quando chegámos, perto das 11.00, já o fotógrafo tinha começado. Por um triz não perdemos o grande momento!


Mas, bom, ainda estou a léguas desse ralhete importantíssimo que me deu a minha mãe porque me esqueci de avisar que o fotógrafo ia à escola e posei para o retrato de fato-treino branco com tachas (oh lord!) ou do que se passou com uma pessoa da minha família cujo filho era sempre tirado das fotografias pela simples razão de que ela tinha assinalado mal um papel, proibindo-o de tirar fotos com os colegas (e, sim, parece que agora há uma papelucho qualquer que os pais assinam a autorizar fotografias). Esta história dá-me tanta vontade de rir! Quando chegava à hora, havia sempre alguém que dizia: o X tem de sair do grupo...


 


Ah, as fotos da escola ainda não vieram. Ca nervos!

Qual é a escola certa?

A busca da escola certa - aquela que reúne boas condições de ensino, de incentivo ao desenvolvimento pessoal e que fica perto de casa (muito importante!) - está a transformar-se numa tarefa hercúlea.


Neste texto do blog Jugular, uma pessoa que não conheço dá-me razões para não inscrever a Mini em colégios da Opus Dei (algo que já tinha mais ou menos claro na minha cabeça). Ainda não encontrei uma razão para não inscrever a minha filha numa escola privada. Mas também já encontrei uma razão para não a deixar numa escola pública: J., uma rapariga que conheci e que é professora primária.


É amorosa como pessoa. Mas tem um grave defeito para o meu paladar: aquilo que eu chamo profissão, ela chama de hobby. Gostava de ser jornalista. Mas ainda não é aqui que sinto comichão. Eu adoro jogar PSP e há quem pague a hipoteca a fazê-los. O que me perturba são outras questõezinhas de nada:


1) Que desenvolva a sua actividade paralela no tempo que as aulas lhe deixam livres, isto é, quase todas as tardes, aquele período que alegadamente é dado aos profes para se prepararem, imagine-se, para as aulas;


2) que não sinta amor pelas crianças que ensina;


3) que discrimine positivamente os alunos que à partida já têm mais condições para obterem bons resultados. Os que têm pais ricos, ou muito qualificados, ou as duas coisas juntas. Aqueles que lhe dão menos trabalho. Literalmente. Já a ouvi dizer várias vezes que com esses é muito mais fácil.


 


Está bem, admito que o ponto 1 é mais inveja que outra coisa. Quem me dera trabalhar apenas seis horas por dia (e cumprir o horário). Também não sou totalmente ingénua e sei, sobre o ponto 2, que os professores têm direito a não gostarem do que fazem. E fico perturbada com o ponto 3. Apesar de ter passado 12 anos do percurso escolar achando que os "stores" não tinham preferências pelos alunos, também acabei por descobrir que eles gostam mais de uns que de outros e, irritantemente quando não se faz parte desse grupo, preferem os simpáticos e estudiosos, os mais cultos, os bonitinhos, os bem vestidos, os mais educados, os têm famílias "normais" e que têm pais "com interesses" e que os levam... "a fazer coisas". O que mesmo é a big picture, este "quadro clínico" aplicado à prática.


 


Não estou a falar dos casos extremos. Nem de meninos com tudo contra eles, cuja única salvação é terem um dom que os torne Cristianos Ronaldos de uma profissão qualquer. Nem daqueles que têm dinheiro, pais interessados e apostados em dar uma educação de excelência. Estou a falar do que eu acredito que é uma vasta maioria que reunem algumas condições para fazer um percurso razoável, mas não as suficientes para se poderem distinguir.


 


E distinguir-se, na minha cabeça, é a pessoa ter valores sólidos - liberdade, igualdade, fraternidade + os 10 mandamentos (umas regras bem decentes em qualquer parte do mundo) -, descobrir os seus talentos e conseguir aprofundá-los. Cito um padre director de um colégio do Porto entrevistado quando se conheceram os rankings: "A melhor escola é que faz pessoas felizes". Não é só ter notas altas ou fazer amigos. É ser capaz de enfrentar os desafios que nos aparecem com destreza. E, para isto, não tenho dúvidas, são precisos bons professores (e bons auxiliares, já agora)..


 


Professores cultos e tolerantes é tudo o que se quer. Um que não gosta do que faz nem está motivado simplesmente não pode ser bom professor. E isso é mais possível numa escola pública do que num colégio privado. Porque não há nenhuma forma de avaliar o desempenho dos professores. Não estou a falar da célebre "avaliação", que encerra o pior dos males da escola pública: a falta de proximidade. A avaliação diária das competências existe, mas não chega ao ministério. É a única razão por que maus professores continuam a dar aulas. Numa escola privada, são mais exigentes quando admitem os professores e o corpo docente é geralmente mais estável.  Para alguns pais, isso pode não querer dizer nada. Para mim é importante.


 


Depois na escola pública parecem ter as prioridades erradas. Nas escolas básicas, quando os miúdos ainda precisam de tanta rotina, andam sempre a trocar os profes. Nas secundárias, quando toda a gente está disponível para a mudança, mantêm-se os mesmos durante décadas. Um defeito apesar de tudo mais tolerável.


 


Engraçado (ou não) é nada disto ser novo. Era assim quando entrei na primeira classe em 1982 e até a nova ministra da educação, Isabel Alçada já escreveu sobre isto dos professores sem talento, sem vocação e sem vontade. O livro chama-se Uma Aventura na Escola.


 


(Gostava de ter a opinião das professoras, por favor).

Colégios privados querem ajuda do estado (?!)

Deve ser a notícia mais cómica das últimas semanas, daquelas que fazem as delícias da darling Mónica, mas hoje vi uma reportagem na TV sobre a crise nos colégios privados e de como há famílias que têm dificuldades financeiras e que, por causa da crise, não estão a conseguir pagar a mensalidade. Até aqui tudo bem. Têm toda a minha solidariedade. Mas então começam a aparecer os donos e directores destes estabelecimentos de ensino pedindo (naquele tonzinho irritante que raia a exigência) que o estado ajude estes pobres estudantes.


Fiquei presa ao ecrã a esfregar os olhos como nos desenhos animados. Seria verdade? Ou estamos perante doentes com síndrome BPN?


Meus amigos, ficam desde já a saber: nós aqui não somos a santa casa da misericórdia. Não pago as mensalidades de colégios privados de ninguém a não ser a minha filha (e mesmo assim, sabe Deus até quando é que isso vai durar). Mas onde é que já se viu isto'? E o ano lectivo não começou há menos de um mês? Não se podem inscrever as crianças no ensino público? Haja paciência! Embora tenha que reconhecer que é preciso ter muita lata e mais cara de pau do que o Pinóquio para dar a cara por uma opinião destas.

1.º dia na creche - balanço

Parece que depois de todo o choro - e foi muito - ficou bem. Riu-se para toda a gente, fez gracinhas, marcou o território. Porém, ao almoço, não quis comer a sopa. Nem a fruta. Malvada!


Mas lá na creche conseguiram uma autêntica proeza: tê-la a dormir das 13h00 às 15h00. Como é que elas fazem?


Quando me viu fez uma festa que só posso descrever como "do caraças" e "telecomandou" a educadora para vir ter comigo.


Agora estamos em casa juntas e está de volta dos CD. Depois de ter aprendido como se desarrumam os seus livros e os nossos livros, anda de volta dos discos.


Não penso chatear-me nem um pouco que seja com esse assunto. Lá chegará o dia em que, além de desarrumar terá de arrumar e então não lhe vai apetecer tanto esta brincadeira. Digo eu...


 

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