Não muito, mas o suficiente para se irem os caracóis e ficarem umas ondas, aliás, os chamados 'jeitos' e, basicamente, ficar ainda pior do que antes. Donde, pela lógica, agradeço e re-agradeço os conselhos, ou melhor, o conselho! Já percebi: é tudo uma questão de humidade. Vou experimentar. E é já amanhã!
Já percebi, já entendi, isto é um inferno e vai ser sempre um inferno.
A não ser, claro, que para presente de segundo aniversário lhe ofereça uma 'progressiva brasileira'. Será de mais?
Note-se, os cabelos encaracolados e ondulados (como é o caso) um encanto.
Aqueles 15 minutos antes de ir dormir em que tem o cabelo completamente seco - penteado com os dedos, com os cachinhos alinhados e arrumados, superbrilhantes e macios, naquele maravilhoso tom cor de mel que ela tem - são espectaculares. Ainda por cima, estive ali um montão de tempo e, no entanto, parece que ela saiu da banheira, abanou a cabeça e, voilá, caracóis ao alto. Um mimo, a sério! Exactamente como acontece com todas as miúdas com cabelos encaracolados. Se cuidada, não há moldura mais bonita para a cara. O cabelo liso, vulgo 'lambido por língua de vaca' não tem um quarto da graça.
Mas depois a rapariga deita-se e quando acorda de um lado está liso e do outro tem assim uma espécie carapinha de velha. E passa assim o dia. Porque, digam-me, o que é que uma pessoa faz com 'aquilo'? Volta a metê-la na banheira? Usa gel? Cera? Um gorro?
Se um dia alguém me perguntasse, como na rubrica da revista "Pública", o que sei sobre os homens não saberia responder. Porque basicamente o meu (des)conhecimento resume-se a duas palavras: Elsa Raposo. Esta mulher e a sua capacidade para arranjar namorados sãoum mistério maior do que o desaparecimento de Maddie, do que a vida em outros planetas ou a existência de Deus. Simplesmente, não me cabe na cabeça.
Deve acontecer a toda a gente: conhecemos "n" mulheres giras, jovens, com vida, trabalho, interesses, boa disposição... enfim, não serão perfeitas, mas não ficam atrás da Elsa Raposo. E, no entanto, elas não arranjam namorados do pé para a mão como ela consegue.
A mulher é bonita, que é, e não serei eu quem vai dizer o contrário, mas fora isso contraria todas as regras da atracção do século XXI (excepto a atracção pelo abismo, claro): não está propriamente a ir para nova, parece que está sempre bêbeda e/ou drogada, há sempre um gigantesco delay entre o que pensa e o que diz (e tendo em conta o que sai daquela boca para fora não era preciso tanto), não se lhe conhece actividade meritória desde que foi modelo, protótipo de apresentadora e concorrente de reality shows. E também contraria aquele tese de que os filhos são o maior turn off para qualquer homem desta era. Tem três e, fazendo as contas por alto, nos últimos quatro anos andou com o Gonçalo Dinis, o Mário Esteves, o Pedro Pereira e agora o João Kléber. Relações de uma noite? Não! Viveu com todos eles.
Atenção, longe de mim dizer que a Elsa Raposo não merece ter ninguém. Nada disso. Toda a panela, por mais escanifobética que seja, tem um testo, e ela não há-de ser excepção. Não me admiro que arranje quem lhe aqueça os pés, o que me espanta é que seja tão rápida! E até eu, que nunca achei que os homens fossem todos vinho da mesma cepa, começo a duvidar das minhas certezas. Não serão todos iguais, mas alguns são mais iguais que outros. Ou não?
Se vivêssemos onde eu cresci era tudo muito simples.
A Madalena ia para a escola em São João das Lampas e não se falava mais nisso.
É boa, foi onde andei, uma amiga minha trabalha lá, o corpo docente é estável, a professora de ginástica é a mesma que me ensinou a dar cambalhotas, a Ana Maria (que se lembra de todos e cada um de nós), tem carrinha para ir buscar os meninos e até o pátio onde parti a cabeça a subir às cavalitas da Dália é agora uma área de acordo com as mais apertadas normas da UE.
Acontece que nós moramos em Lisboa.
E aqui é tudo muito complicado.
Há estabelecimentos para todos os gostos:
Com jardim, porque é bom os meninos andarem ao ar livre,
Sem jardim, porque a poluição é muita e afinal não vale a pena.
Laicas, religiosas e assim-assim.
Há escolas Waldorf, tradicionais e modernas.
In e out.
Pagas, semi-pagas e gratuitas.
Que fecham às 5, às 6 ou às 7, mas nunca às 8.
Com prolongamento, sem prolongamento.
Com almoço, com marmita, sem nada.
De direita, de esquerda, ecológicas.
É uma confusão.
E depois a pessoa tem sempre a sensação que aquilo que escolher agora poderá ter repercussões gravíssimas no futuro.
Era bom que um dia destes alguém se lembrasse de fazer uma tese de doutoramento sobre o Aero-Om, aquele líquido cor-de-rosa que muitas mães, incluindo eu própria, dão aos bebé para os acalmar. É bom? É mau? É a prova que faltava para demonstrar que tentamos resolver sempre tudo da maneira mais fácil, mas nem sempre mais certa? Ou, pelo contrário, fazemos bem, porque lhes poupamos choro? Como em muitos outros assuntos relacionados com bebés, há teorias para todos os gostos. O que eu sei é que não consigo deixar de sentir que estou a falhar quando ponho umas gotinhas na chucha da Mini.
Isto não é um drama, não passo horas a consumir-me com este tema, nem sequer é um problema, mas incomoda-me. É a coisa mais artificial das coisas artificiais. E sempre que recorro a esta solução não consigo deixar de pensar que na "Lagoa Azul" não tinham essas mariquices e safaram-se na mesma.