Post para fazer amigos
Bem sei que é muito chato mudar a maneira como escrevemos ao fim de tantos anos, mas querem fundamentar bem as razões da recusa em adotar o acordo ortográfico? Só para relembrar, Fernando Pessoa ficou furioso porque deixou de poder escrever cysne. Uau, que perda. A propósito, facto continuará a ser facto.
Tenho reservas com algumas regras novas, por exemplo o pára passar a ser para, mas, genericamente falando, acho ótimo poder escrever ótimo, tal e qual como o digo. De tudo, a hifenização é o que me causa mais dúvidas quando escrevo, mas isso não aconteceu por causa do acordo, já acontecia antes. Acho ótimo que se tente aproximar o que se diz do que se escreve. Todo a ortografia devia ser isso, aliás. Em Espanha, por exemplo, o que se escreve está muito perto do que se diz, o que facilita imenso a aprendizagem.
Toda a conversa em torno do acordo já me parece descabida. Mais ainda as pessoas que dizem que não vão escrever segundo as novas regras. Who cares? Façam como quiserem. Na certeza de que um dia, alguém olhará para eles como olho para a minha avó quando ela escreve Tereza ou Brazil ou públicamente. Outros tempos...
Mas, de verdade, o que é mais irritante é ouvir o argumento de que as línguas são organismos vivos, que mudam com os seus falantes. Pois mudam. E é precisamente por isso que o acordo ortográfico é necessário. Porque a língua mudou. Que teria sido deste país se não tivesse havia um rei que decidiu que todos os documentos tinham de ser escritos em português?