O único negativo que nos interessa é o dos testes PCR
Uma boa amiga, que se espiritualizou e agora vive longe de Lisboa, costumava dizer: não há problemas, o problema é como resolves. Todos os dias penso nela por causa da pandemia. Se o vírus teve um impacto brutal na nossa vida foi, em parte, pela forma como resolvemos a questão. Todos os dias acontecem coisas impactantes nas nossas vidas, temos de as incorporar e adaptar. Com a covid-19, não acontece isso. Pusémos um travão e agora estamos à espera que passe. Mas já não é possível viver como se não tivéssemos atravessado isto - o confinamento, a fúria sanitária, os estados de emergência - pelo que me parece um exercício vazio insistir neste debate do interruptor. Abrimos ou fechamos? As minhas pessoas preferidas são aquelas que dizem: "Abrimos. Com todos os cuidados, mas abrimos". E quando os ingleses ficam impedidos de vir para Portugal em férias (decisão que realmente não deve ter sido fácil mesmo no Reino Unido), temos de reagir. Houve anos, não há tanto tempo quanto isso, que Portugal não tinha assim tantos turistas. E sobrevivemos. Olhámos para os desejos de portugueses e espanhois. Podemos olhar para outros países europeus e, sobretudo, podemos reforçar as nossas medidas sanitárias e a testagem e a vacinação. Uma decisão como a inglesa pode ser revertida em 15 dias. Sei que estamos a fazer isso, mas vamos fazer mais ainda. Contra mim falo, que ando a rainha das queixas, mas é preciso contrariar a negatividade que nos empurra para aquele lugar escuro das nossas vidas em que parece que nada tem solução.