O brinquedo da moda ou como estou a cair na minha própria armadilha
A Teresa anda há duas semanas a pedir-me um certo e determinado brinquedo da moda que custa a bagatela de 70 euros (ou 90, se formos mesmo uns esbanjadores).
Já tentou a abordagem decente: "Mãe, podes dar-me um Hatchimal, por favor? Já tentou aos gritos: DÁ-ME UM HATCHIMAL! EU QUERO UM HATCHIMAL! E já tentou várias formas de chantagem. A da criança a quem é negado um animal doméstico, que é uma das suas preferidas e é usada para quase tudo: "Se não posso ter um cão, posso ao menos ter um Hatchimal? E a de fazer a pobre e velha mãe sentir-se culpada enquanto empreende uma viagem de trabalho até Madrid. "Tenho muitas saudades tuas, quero a tua atenção, isto só se resolve se me deres um Hatchimal". Os pedidos alternam entre a voz doce e os gritos desesperados.
Já lhe disse que lhe ofereço a coisa no aniversário em julho, mas a Teté quer já e quer agora e, portanto, até já tenho medo de chegar a casa ao fim do dia de mãos a abanar. Sei que vou ser confrontada com o terrível drama do hatchimal que a há de levar ao divã do psicólogo. Estou a ser coagida pela minha filha de seis-quase-sete anos.
Cansada de a ouvir, mas cansada mesmo, um destes dias cedi. Expliquei que não ia dar o brinquedo só porque sim. Se queres ter antes do aniversário, tens de ter 90% nos testes. (NR: sou muito pela recompensa do bom trabalho, seja com elogios seja com presentes). Infelizmente, não fui suficientemente clara nas regras. Não disse que tinha de ser em TODOS os testes e, portanto, esta minha filha, a legalista de serviço, ontem, saiu da escola com o teste de inglês na mão para que não me escapasse o 90% da nota.
Estou lixada.
PS: O objeto em causa é este, caros historiadores que encontrem este post dentro de mil anos.
PS2: Mas, calma, gente, apesar do que digo, o bicharoco só cá entra quando eu decidir.
