O bom do meu Dia da Mãe...
É que durou até esta manhã. As portas das salas abriram-se para receber as mães dos mais pequenos. Foi uma algazarra espectacular! A Teresa fez-me um individual, que faz par com o que ofereceu ao pai, a Quica pôs a mão bebé num quadro, que faz pandant com o do pé que deu ao papá. Pintei um corpo para a minha cabeça que a Teresa desenhou. Na sua imaginação, os meus cabelos pretos e curtos, uso brincos e não tenho óculos. Sou uma mãe muito feminina! Escreveu que "a mãe gosta de correr" e de ver televisão com ela. As meninas ajudaram-me a pintar o desenho. Bebi café, conversei com outras mães, dei muitos beijinhos e, mais uma vez, não tirei fotos porque queria viver o momento. Como ontem, não parei para escrever nada porque estava entretida em dar-lhes mimo.
Na sala da Quica estava tudo muito calmo, apesar de serem mais e mais chorões em dias normais. Pintámos uma Nossa Senhora. Vi-me às aranhas com o pincel, ao contrário deste meu prodígio de 2 anos e meio que o usou com grande destreza. Muita destreza mas nenhuma noção de quando parar. Entusiasmou-se e fez um retângulo rosa grande com algo azul a fazer de manto.
A Madalena, como já é crescida, trouxe o presente para casa. Esteve em cima da mesa desde quinta-feira à noite, à espera que fosse hora de abrir para desespero da autora e da mãe. Ainda sugeri abrimos antes mas ela disse que não podia ser (com aquela cara de quem fica horrorizada com a ideia de saltar regras). Finalmente, ontem, assim que acordámos fomos logo abrir: um leque cheio de sardinhas pintadas por ela. Estava amoroso. Mais amoroso só mesmo o texto que escreveu no postal que acompanhava o presente. Ou quando me disse que queria estar mais perto de mim porque tinha ido ao ténis com o pai. Valeu por tudo! Dei o dia por ganho, até porque fomos surpreender a minha mãe e ela até chorou. Quando penso na minha mãe, revejo-me muito neste texto que a minha amiga Inês escreveu e percebo por que razão, entre muitas, somos amigas.
PS: Deve ser porque sou uma lamechas (ou porque conheço pessoas nesta situação) mas ontem as pessoas de quem mais me lembrei foram as mães que educam sozinhas os filhos, fazendo às vezes parecer fácil o que é muito difícil. São as mulheres que mais admiro. Merecem mais do que um Dia da Mãe. Merecem um dia da heroína, uma estátua, uma comenda. Merecem bem mais do que estas linhas.