Está bem, falamos de trabalhos de casa
Fomos avisados na reunião da escola com a professora: a Madalena vai trazer trabalhos de casa às segundas, quartas e sextas. Chocante para dizer o mínimo e nem sou contra os trabalhos de casa nem me vão ver a assinar manifestos contra os TPC. Pelo menos para já. Falamos no Natal quando a carga aumentar para as quatro vezes por semana. Ou na Páscoa quando forem cinco vezes por semana. Vai acontecer. Ela disse-nos. Talvez venha mesmo a ser a mais radical das opositoras aos trabalhos de casa. Para já, como em tudo, só pedia um bocadinho de moderação, porque o assunto, como diz o João, é pertinente.
Qual BES, gostava de fazer a distinção entre os bons trabalhos de casa e os maus deveres.
Na minha visão, romântica possivelmente, o TPC útil é aquele que 1) põe o aluno a praticar o que aprende para usar e para ver se percebeu e em quanto tempo; 2) que obriga o aluno a responsabilizar-se por uma tarefa, por mais simples que seja, 3) que é feito sozinho e 4) que está adaptado ao ritmo da escola.
Não me parece sensato que se mandem trabalhos para casa se a escola fecha às 19.00 e se muitos meninos ficam por lá até essa hora. Mas numa escola que termina as aulas às 16.30 e em que a maioria sai a essa hora, já me parece razoável que os professores peçam alguma coisa. Mas pedir o quê? Uma cópia à sexta-feira parece-me justo. Embora me estrague o fim de semana, nesta fase têm de praticar. É chato mas mais chato é desaprenderem em dois dias o que lhe levou uma semana a saber. Mas fichas exigentes durante a semana? Não vejo a utilidade. Já tarefas de responsabilidade como encontrarem palavras que estejam a trabalhar, obrigá-los a pesquisar o que estudam já me interessaria mais. Tal como serem ensinados a ler este ou aquele texto. Mas, ok, posso mesmo ter uma visão cor de rosa do assunto. E é um assunto que me preocupa.
Faço as contas e acho que ela tem apenas 45 minutos, uma hora no máximo, por dia, para os fazer. É muito? É pouco? Gostava que os pais recebessem orientações dos profes com o tempo que os alunos, por norma, devem dedicar a um exercício. Se tem 20 minutos para fazer um problema, mas só o consegue resolver em 60, tem de praticar mais. Já agora, gostava que essa fosse a única ajuda a dar às crianças.
A diretora pedagógica da escola pediu aos pais para se possível não ajudarem as crianças a fazerem os trabalhos de casa. Ela tem razão. "Temos de ver se eles perceberam". Parece-me que tem toda a lógica e acho mesmo que devia ser sempre assim. Mas será? Ou na hora h vou ajudar a Madalena e nem pio?
PS: Maldita insónia e malditas "Criminal Minds" que me ponho a ver de madrugada e me deixam em sobressalto. Podia mudar de canal? Podia, mas quem é que se consegue separar de um bom doido varrido.