É um terramoto. É mesmo
Se uma pessoa já fica pasma quando vê as pessoas mais preocupadas com uma detenção no aeroporto e violação do segredo de justiça do que com o caso, mais parvo se fica com os que estão a aproveitar o momento para vir dizer "eu escrevi e avisei". O primeiro desses textos pertence ao diretor do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro, que começa bem - elogiando a sua redação - e termina mal chamando ao jornal que dirige os louros da detenção de Sócrates. É verdade que nunca largaram o osso mas também é certo que numa vasta maioria dos casos os textos escritos eram uma perseguição. E é aí que se tem de dar razão a quem, como Clara Ferreira Alves, diz que é este pontapé de saída que inquina a investigação. Ponto importante: a investigação. O que está aqui em causa? 20 milhões de euros em subornos (chamar-lhes "luvas" é de menos)? É uma fortuna! Que interrogatório foi este? E porque é que demorou dois dias enquanto Ricardo Salgado passou uma tarde a ser ouvido e foi para casa com fiança? E, a pergunta que nos pode assaltar, o que é que mudou para que tantos casos tenham vindo a lume nos últimos meses?
E do mesmo modo não é possível uma pessoas não ficar boquiaberta quando lê Estrela Serrano e a sua estupefação porque os jornalistas escreveram que o motorista de José Sócrates chorou quando foi detido.
Um pouco de moderação de ambos os lados, please.