Coisas muito importantes que me passam pela cabeça depois de ver as fotos da gala dos MTV Video Music Awards:
- Kim Kardashian, filha, isso ontem saiu-te mesmo mal. Saíste de casa sem te veres ao espelho? Esse modelito estava bom para ires jantar ao mercado da Ribeira com o Kanye, mas para uma cerimónia, em LA? De menos. E mamas de mais.
- Jennifer Lopez está velha. Boazona. Mas velha. - Demi Lovato. Outra para quem a passagem do tempo não tem sido amável.
- A Miley Cirus não tem um ar bom.
- A Taylor Swift sim.
- Lorde, amiga, ainda bem que estás numa de ser alternativa porque o mainstream passa bem sem a tua cara de bruxa assustada.
- Usher: bela camisa. E não estou a gozar.
- Beyoncé, Jay Z e a Blue Ivy adoráveis. O melhor da noite. Tenho um desgosto se esta família se separa.
George, 12 meses feitos hoje, já anda sozinho, de acordo com a foto que os pais, William e Kate, duques de Cambridge, divulgaram.
A imagem é carinhosa e diz-nos que o meu genro é precoce. O que só vem provar que mesmo os papás reais não perdem uma ocasião para se gabarem das façanhas dos bebés.
A Teresa e a Francisca estavam a dançar no meio da sala, junto à mesinha. Rodopiaram. A Francisca caiu e bateu com a testa na esquina. Mais um lenho. Eram 21.01, o jogo entre o Brasil e a Alemanha, meias finais da Copa do Mundo, tinha acabado de começar. A Francisca chorava porque lhe doía, tinha a cara cheia de sangue. A Madalena chorava assustada. A Teresa chorava assustada. Acho que se sentia culpada. Foi uma meia hora penosa e não estou a falar do que sentiram os jogadores do Brasil. Ligámos ao pai. Ligámos ao Inem. Parece que demoraram muito mas não devem ter sido mais de 10 minutos. Meia hora depois já estávamos no S. Francisco Xavier. O segurança, incrédulo, contou aos técnicos do INEM que a Alemanha já tinha marcado 5 à seleção do Brasil. Os médicos usaram cola na testa da Chica. Ela chorou-chorou-chorou. Quando chegámos a casa, a segunda parte estava a começar. A Quica, cansada, bebeu leite e dormiu. Ainda vi a Alemanha marcar mais dois golos e o David Luiz chorar. Tenho pena. Acho que lhes está a doer mais a eles a derrota do que a cabeça à minha filha.
Chove, a seleção não nos dá alegrias e morreu uma dessas pessoas de quem toda a gente tinha uma boa palavra a dizer. Não costumo vir para aqui cantar loas a quem desaparece, mas desta vez é justo abrir uma exceção, porque o Miguel Gaspar pertence àquela categoria de pessoas que deixa saudades mesmo que não seja um amigo chegado ou nunca tenhamos trabalhado com ele. Pois. Nunca trabalhei com ele. Mas tive a sorte de o conhecer (não me lembro como) e de ter estado com ele no Rio de Janeiro, em novembro de 2004. Uma viagem de trabalho que nos levou até ao Projac, o centro de produção da Globo. Ele era editor de media do DN, eu jornalista do 24horas. Dizem que falava sobre tudo e talvez seja verdade. Lembro-de me falarmos sobre a novela "Celebridade", protagonizada pela Malu Mader, de que ambos gostávamos, e de ele ter posto em palavras o que eu pensava. Que era espantoso existir uma história sobre os males de ser famoso, com pessoas que realmente passam por esses problemas. "Um dia ainda vamos ver uma novela nos bastidores de uma novela da Globo", disse ele, ao pequeno-almoço (estou a vê-lo). É um ideia perfeita. Estou à espera. Espero que ele também.
Esta cena só me dá pena. Não é por ser púdica ou coisa assim. Digo muitas vezes que se tivesse um corpo bom andava sempre nua e é verdade, mas esta combinação de mamas quase ao léu+bebé no carrinho é pouco exagerada. Kim, estás a tentar demais. É o que me parece. Ou então rebentou um botão quando já estavas na rua e não quiseste voltar tudo atrás porque estavas com a bebé, o saco, a noite mal dormida e estavam quase a fazer-se horas para a miúda almoçar e achaste que não valia a pena. É. Pode ter sido isso.
Há uns tempos pusémos a sala escura e alugámos o "Frozen" para as miúdas. Acho que foi um grande programa de família, naquela lógica do "as coisas melhores podem estar debaixo do nosso nariz" e elas adoraram o filme. Durante algum tempo, só cantavam.
A Madalena: leti có, leti có...
A Teté: menigô, menigô...
Agora todas as noites temos de cantar e contar a história com todos os pormenores possívels e imaginários. [Adoro]
Não sei as outras pessoas mas à medida que os anos passam gosto cada vez mais do Mundial de Futebol, do Europeu, dos Jogos Olímpicos (pena serem só de quatro em quatro anos) e de todas as competições desportivas em geral (com jeitinho ainda me envolvia a sério com o US Open e os mundiais de atletismo). Deve ser uma coisa que nos dá depois de velhos. Começamos a apreciar ver grandes feitos. Isso e termos desculpa para combinar almoços, jantares e encontros só-porque-sim com os amigos. Aposto que o sms deste mês vai ser "onde é que vais ver o jogo?". Estou em pulgas! A preparar-me para um mês a pensar em golos, façanhas de Ronaldo, a preparar-me para a derrota (como não?), a emocionar-me com os eventos paralelos -- a Kátia Aveiro e a Irina, WAG's em geral, o Brasil e os brasileiros e ver como o esforço compensa. É completamente irrealista e artificial. A graça está em sermos tantos a querer fazer de conta que existe. Deixá-los. Deixar-me.
PS: O melhor texto que li até agora sobre o Mundial, com os cumprimentos do Gregorio Duvivier (a.k.a. um daqueles malucos que faz a Porta dos Fundos).
Para as pessoas como nós, portugueses, que vivemos num país com este nome e estas fronteiras há quase 900 anos, que temos uma só língua (desculpem-me os que falam mirandês), que temos um poeta que até disse que ela é a nossa pátria e que somos república há mais de 100 anos, é quase impossível compreender para que serve um rei. Republicanos todos, e já. Li muito disso hoje. E eu também acho que a República é evolução e o caminho certo para quem defende a igualdade. Mas também é preciso tentar entender os outros. Para que serve um rei? Por que razão eles resistem em tantos países da Europa? Será porque funcionam como símbolo de coesão de um Estado ou será que todos os suecos, noruegueses e dinamarqueses são malucos?
Além disso, se não forem os reis e princesas da Europa a mostrarem os filhos na Hola que bebés fofos é que a malta vai ver? E quando uma pessoa tem um casamento e não sabe como é que vai vestir em quem é que se vai inspirar? Na Luciana Abreu? Na Rita Pereira? Não pode ser. Tem de haver realeza, desculpem-me a franqueza. Tem de haver uma Letizia, tem de haver um Charlotte Casiraghi (realeza de segunda, eu sei, mas realeza), tem de haver uma Victória da Suécia, que lhe dá para anorexia, tem de haver uma Mette-Marit, de plebeia mãe solteira a rainha para que o mundo pule e avance.
Portanto, ontem foi um dos dias de trabalho mais emocionantes do ano. De repente, levantamos os olhos para a televisão e está lá -- Ultima hora: Rei Juan Carlos abdica. Coisas destas é que me fazem gostar de ser jornalista. Estar perante uma informação que muda o curso da história. Eis o que se passa, queridas filhas: um rei, o rei de Espanha, anunciou que vai embora. Deixa o cargo, 39 anos depois de Franco ter dito que ele era o seu sucessor. É um tipo que nunca foi eleito, não senhor. E que foi escolhido por um ditador. Mas é também um tipo que conquistou o respeito porque um dia, 23 de fevereiro de 1981, houve uma tentativa de golpe de Estado e pôs ordem na casa (e o Adolfo Suárez também ajudou qualquer coisa).