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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Férias, calor e... comida boa!

Claro que podia ser mais delicada e começar por falar das palmeiras, mas... será isso o mais marcante? Não. Eu gosto mesmo é de comer. E quem não gosta de um bom pequeno-almoço de hotel que atire a primeira pedra. Neste caso, a Mariana é a culpada. Descobriu a melhor coisa do universo: beiju, uma espécie de crepes de tapioca que depois é recheado do que se queira. DI-VI-NAL. Pessoas que nos próximos tempos me digam "ah, já conheço, é excelente, gosto muito" e nunca tenham partilhado essa informação serão "desamigadas".

O crepe em si é uma película finíssima de fécula e há várias maneiras de o confecionar (isso já averiguei em Lisboa junto de fontes fidedignas - brasileiros). A diferença está sempre no recheio. Claro. Queijo, coco e leite condensado, queijo e fiambre. Vi gente a misturar leite condensado com queijo... o céu é o limite, no fundo. E quem acha que isto ainda tem pouco colesterol pode juntar um bocadinho de manteiga. Seja como for, é muuuuuuito bom.

(A foto está escura para proteger a identidade da baiana que fazia os beiju, não é porque a fotógrafa seja uma inepta).

 

Fica uma coisa assim:

A foto é deste blogue, onde se encontram informações detalhadas sobre a "leveza" do produto em causa. Ainda bem que só li isto agora. 

 

+

 

A M. deu indicações específicas para experimentar acarajé, uma iguaria típica da Baía de origem africana. Nunca tinha ouvido falar de tal coisa. É um pastel feito de feijão fradinho frito e recheado a seguir. Uma coisinha muito leve também. Há várias locais em Salvador para os comer, nós experimentámos na praia. É bom. É picante. Não fiquei doida, mas gostei de provar. 

 

Via Pinterest

 

PS: Estou fã de caipiroskas de maracujá (como se faz). Não picavam o gelo. Fica bom.

O pior das férias...

Apesar do que possa parecer o último post, e de até achar que a Francisca pode ter sentido a nossa falta durante a última semana, tenho 99,9% de certeza que fizémos bem em não a levar. Admiro imenso as pessoas que levam os filhos para todo o lado -- sol, neve, caminhadas intensas e o diabo a sete -- mas isso não é para nós. Sentimos muito a falta dela, claro, e não a ter por perto foi o pior, mas não vou estar aqui a chorar e a fazer de conta que isso me 'cortou o barato' ou que passei noites em branco por causa disso porque não é verdade. Houve saudades, sim, e ficava nostálgica quando tirávamos fotos a quatro, mas isso é natural. Dentro das circunstâncias, acho que até estivémos bem calmos. Porque a Quica estampou-se e partiu a cabeça.

 

Na sexta-feira, isto é, dois dias antes da partida, quando chegávamos da pediatra, houve encontro imediato de primeiro grau entre a nossa bebé e uma esquina na garagem da nossa casa. Um acidente estúpido como todos os acidentes.

 

A Teresa deu-lhe um toque e ela caiu. Teve o azar de ter a esquina à frente. Quando a levantei, havia sangue por todo o lado. E um corte tão grande que nem conseguia olhar. Subi o elevador com ela, pus-lhe uma toalha, chamei o INEM com a ajuda a M., enquanto ouvia a Teresa chorar, aos guinchos, na garagem, e a própria Chiquinha chorava de dor e de susto.

 

Por mim tinha desatado a chorar e berrar também, mas uma coisa que tenho percebido quando há acidentes é que é fundamental manter a calma.  Devo ter parecido tão tranquila que o INEM passou a mensagem errada à ambulância. Disse que se tratava de uma pessoa de 16 anos! A espera pareceu-me uma eternidade e o sangue parou de correr entretanto, o que só me deixou ver melhor o tamanho da ferida. Horroroso...

 

No S. Francisco Xavier fomos atendidos pelos profissionais mais jovens que já tinha visto. Tinham pouca experiência, era evidente, mas também eles pareciam calmíssimos com o assunto. Puseram cola, deram indicações básicas e aí, sim, começámos a fazer perguntas: E agora? Como é que era? Nós com uma viagem marcada e a nossa filha mais pequena, a que não ia, com a cabeça partida. "Têm três filhas e ainda ficam assim?", perguntou o médico. Passou-me pela cabeça ficar, passou-me pela cabeça levá-la. Nada mudou. Quando tudo acalmou percebemos que não havia grande coisa a fazer. E com os cuidados da sua avó, que lhe pôs betadine três vezes por dia e a levou ao centro de saúde para 'fazer o penso' (bonita expressão), a Quica tem a ferida quase boa [suspiro de alívio].

 

A ferida mais difícil de sarar é a da Teresa. Ontem, quando entrámos no elevador da garagem, perguntei-lhe a fazer conversa: "Teresinha, lembras-te do qeu aconteceu à Quica aqui?". Foi como se tivesse voltado ao dia 7. "Eu já lhe pedi desculpa, eu já lhe pedi desculpa", dizia ela, a soluçar. E tudo por causa de um parvo acidente...

 

PS: A partir de agora só falo de comida boa e paisagens idílicas.

Muito bom ir, muito bom voltar

Já cá estamos, com muita pena de ter de arrumar as havaianas no armário, mas felicíssimos por regressar e matar saudades da Francisca. Um bebé que queria comer sozinho quando fomos e que hoje, efetivamente, comeu o iogurte com a sua própria mãozinha a segurar na colher. 16 meses e uns dias. Não é por ser minha mas é muito à frente. :) Ou então pensou 'já que os meus pais me abandonaram em casa dos meus avós vou mas é fazer-me à vida'. Nunca se sabe...

PS - Até uma pessoa pouco dada a fotos conseguiu tirar mais de 200 nas férias. Já descarreguei as da máquina, falta reunir as dos telemóveis, e é oficial: A Praia do Forte é o paraíso na terra. Como é evidente, pretendo manter esta informação em segredo e quando me perguntarem pelas férias vou dizer que foram fraquinhas, fraquinhas.

A chuva cai e o tempo está uma m...iséria

Qué lá saber...

 

FÉRIAS.FÉRIAS.FÉRIAS.FÉRIAS.FÉRIAS.

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Ela só quer, só pensa em veranear

Preparar férias deve estar entre as melhores coisas do mundo. Fazer malas, já dizia a Marta Gautier (sim, também sou fã), pode ser um problema, mas é também das atividades que dá mais gozo. Porque metade do divertimento é preparar o que se vai passar. Entretanto, para ajudar as pessoas mais distraídas (tipo, eu!), encontrei esta maravilha:

 

+ ideias e listas aqui.

 

PS: Post com dedicatória para a minha amiga Mariana.

Sudoeste, agora com fotos

São 8.00 da manhã e estou acordada. Não seria mau, não se desse o caso de estar, pela primeira vez em 10 meses, sozinha com o vosso pai. Hoje que podia dormir até ao meio dia, estou para aqui feita parva a teclar do meio do Alentejo, depois de uma noitada no sudoeste.
Espero que quando vocês e as vossas amigas B sejam grandes ainda seja fixe ir a festivais e que possam fazer coisas espectaculares como apanhar um autocarro às 19.00 e atravessar uma herdade por caminhos de tractores, com a música do momento aos berros.


Guardem uma cervejinha para beber quando chegarem ao Sacas. Se há momento que vale um brinde é este pôr do sol.
C (Nota da mãe: um brinde não é uma carraspana).

Depois é respirar fundo e seguir até à Casa Branca e esperar pela curva certa para ver todo o aparato do SW montado. É uma dessas visões que vem acompanhada de um "aaaaaaaahhhhhhh". "É tudo do zero", disse o Luís Montez. Estava de costas para ele e não percebi exactamente o tom das palavras mas foi qualquer coisa entre o emocionado e o orgulhoso. Podiam ser as duas. Era perfeitamente compreensível. É uma cidade.

Trocámos os expensive soul pelo jantar. Apesar de termos perdido um concerto do demo (lol) e o maior elogio de todos ("vocês são um público do c******"), valeu a pena. Foi dos melhores sítios onde comi este ano. Só de pensar naquele pão alentejano morno e naqueles lombinhos com coentros...

Voltámos para ouvir aquele senhor que é jurado do The Voice. Pessoalmente, teria trocado de bom grado por uma sessão de DJing do Calvin Harris, com passagem pela tenda moche para ouvir Mind da Gap e o Branko dos Buraka mas gostei bastante. Além disso, um festival nunca é só a música.

À saída aproveitei para prestar atenção àquele zero por cento de glamour dos bastidores com montes de tendas, contentores, carros a entrarem e a sair e andaimes.

O Cee Lo Green ainda não tinha acabado de tocar e já alguns dos seus músicos estavam numa carrinha renault à espera para ir embora. Não sei se estavam à espera do senhor. Prefiro pensar que foi embora na limusine que estava estacionada cá fora. Ouvi na comercial que o senhor foi de carro dos camarins para o palco. Só há uma maneira de classificar tal coisa: badocha malucos. Na rádio, falavam em 100 metros de distância mas diria que são uns escassos 50 e o meu gajo diz que são 30. Chamavam-lhe o típico americano. Típica batata de sofá é o que é!

Os artistas e as suas manias são adoráveis. Disseram-me que o Snoop Lion pediu uma camisola do Sporting (coitado!) e Interrogo-me sempre onde dormem ( se ão tão esquisitos com umas coisas...). Com o devido respeito à zambujeira do mar, não estou a ver a música no coração a hospedar na residencial Rita. Sei que, há muitos anos, os massive attack ficaram em Sines mas há quem peça o Ritz. Foi o caso do Calvin Harris. Está uma estrela completa. Embora não tão grande como nós.
E, pronto, é isto.

Que é como quem diz, para o ano (se tudo correr bem).

Tremam: 4+1

Lembram-se disto? Estou euzinha a fazer a mesmíssima cara de espanto desde que pus os olhos numa família de espanhóis com quatro filhos (três rapazes e uma rapariga) e a mãe grávida do quinto. Cuidam uns dos outros e o mais pequenino, com uns três anos, já vai sozinho para a piscina.

Algumas cenas de verão

Têm sido dias muito cansativos: da cama para a mesa do pequeno-almoço, para a piscina, para a mesa do almoço, para dormir uma soneca, para voltar à piscine, para tomar banhos, para jantar e dormir. Nos intervalos, jogos olímpicos. Perdi uma qualificação para os 200m porque me ausentei da frente da TV por 30 segundos. E não foi a do Usain Bolt. Tenho esta sensação de flutuar e também já tive este pensamento. Compensamos com exercício físico. Passamos o dia de molho com as miúdas. Essa dupla que aprendeu uma nova técnica de pôr os cabelos em pé: se estou com uma ao colo a outra também quer, quando uma faz uma pergunta, a outra também tem quer saber alguma coisa urgentemente. Tanto estão em competição como correm uma para a outra para se abraçarem. Chegam às 20.00 derreadas. E nós também. Mas é a segunda noite consecutiva que tenho insónia. Ou se calhar isto já nem tem esse nome e o meu corpo que já não consegue dormir mais de quatro horas seguidas (o que justifica a paciência para até fazer links). Li umas cinco páginas de "O Retorno", essa novidade literária recém-chegada às livrarias em 2011. Podia dizer que ainda não tinha lido por falta de tempo, mas sejamos chiques. Foi porque queria que o livro e a crítica amadurecessem. Passa-se-me o mesmo com o João Ricardo Pedro. A Francisca está bem e recomenda-se. Falta tão pouco... Já me junto aos que estão em contagem decrescente para os aniversários de outubro. Ainda não tenho pés de pónei (espetáculo!) e a dor na perna melhorou (deve ser porque mal tenho tempo de me sentar). Apetecem-me gelados. Acontece-me sempre quando estou grávida. Mas é difícil encontrar bons gelados. Ouviu, senhor Santini? É isso, uma papelaria à mão para comprar revistas e um restaurante em condições. É um clássico a sul: jantar em sítios chunga onde nos cobram couro e cabelo. Mas não trocava isto por nada neste mundo. Tornei-me numa dessas horríveis pessoas que gramam à brava esse luxo pequeno-burguês que são as férias de verão.

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