Panda Musical - a crítica
Para estreia em eventos deste género - ia dizer culturais mas chamar cultural ao 'Panda Vai à Escola - o Musical' (é assim que se chama realmente) - a Madalena portou-se para lá de bem. Não é que tenha querido participar muito. Manteve sempre uma engraçada tendência para ficar séria e observar tudo. Não quis dançar no chão e muito menos ir dar um abraço ao Panda, mas bateu palmas, cantou e passou o dia a falar no que viu. Ao intervalo, a coisa que mais a surpreendeu foi ter aparecido uma cama com o Panda e depois ele ir para a escola. Suponho que nada cabeça dela lhe faltavam ali uns quantos passos intermédios. Mas a cama foi mesmo impactante. No final o Panda vai para a cama mas acaba por se levantar para cantar uma última cançãozinha e a Madalena adorou. Lá está, deve ter-lhe soado familiar. O que até é um bocado chato. Com tanta coisa educativa do que é que se lembra? Do único gesto de rebeldia do Panda! Ai, ai...
Aliás, uma coisa muito muito surpreendente para mim que ainda nunca tinha ido a estes eventos infantis em grande escala é o bem que as crianças se portam. Tenho a ido a concertos para adultos com gente mais selvagem.
Do espectáculo propriamente dito adorei que fosse curto e compacto, ideal para que a miudagem não se fartasse. Este detalhe está directamente relacionado com o que não apreciei. O preço, mas, pronto, não vamos agora chorar o dinheiro. Foi um óptimo momento em família e, quanto mais não seja, daqui a 30 anos, quando se fizer a Caderneta dos Cromos dos primeiros dez anos do milénio, a Madalena vai poder dizer "Eu vi". Outro ponto positivo: tiveram o bom senso usar mais as músicas do primeiro CD 'Panda Vai à Escola' que é basicamente aquele que nós conhecemos. E se eu, mamã, cantei e bati palmas! Estou particularmente viciada nesta canção:
Coisa que não gostei (e que não tem nada a ver com a criançada ou com o espectáculo): somos um povo totó e não há nada a fazer. Começa nas saídas do parque de Campo Pequeno, que são de tirar a paciência à Heidi, passa por aquelas famílias que decidem parar os carros junto aos elevadores como se fossem os únicos com crianças e passa, sobretudo, por termos pouca visão para o negócio. Uma pessoa podia passar por toda aquela experiência sem grandes contactos com o merchandising da marca Panda. É notável! Não é que eu estivesse desejosa de ser atropelada por porcarias Panda, mas achava que ia ser e, pronto, eram as regras do jogo. A gente leva os miúdos para eles se divertirem, mas aquilo é para fazer dinheiro. Antes de chegarmos até disse à Madalena para ela não se entusiasmar com tudo o que visse porque não se pode comprar tudo. Ora, no final, como gostei tanto até me apetecia ter uma t-shirt, caneca, mochilinha, qualquer coisa para mais tarde recordar. Como não veio ter comigo, também não me dei ao trabalho...
É isto e não se poderem tirar umas fotos com o Panda. Se uma pessoa vai ao Colombo e está disposta a pagar por fotos com o Pai Natal, também há-de querer com o Pherói dos filhos. Digo eu. Isto ocorreu-me não por eu ser muito esperta ou ter uma grande visão mas porque no final o animal veio dar uns bacalhaus ao miúdos mais destemidos. Aquilo foi uma algazarra! Ao ponto de até se terem perdido crianças e de os seguranças se porem a dizer nos walkie-talkies "fechem as portas! não sai ninguém" (veio-me à cabeça a palavra Maddie). Ora, não seria melhor terem organizado a coisa? Vinha o Panda, as crianças faziam fila, abraçavam, tiravam-se fotos e depois os pais como nós, que não são assim grandes fãs de tirar fotografias, não tinham de se preocupar com o assunto. Neste momento, há um balão de desenhos animados em cima da minha cabeça. Tem cifrões dentro e ouve-se o som de um máquina registadora.