Olhemos bem para a insignificância das nossas vidas
Foi o regime de Bashar Al-Assad? Foram os rebeldes sírios? Não interessa. O que existe é isto: um país onde as pessoas são mortas. Onde crianças são mortas. Pegam em armas. Onde famílias são obrigadas a fugir. Há um momento em que nos damos conta disto: existem as notícias, mas depois existe a vida. A vida. Que continua. Com ou sem Assad, com ou sem rebeldes. Com ou sem política. Ela anda. Os dias nascem, o sol põe-se e nós estamos aqui e temos de ir vivendo. Devia ser suficiente sabê-lo para que seres humanos não produzissem este género de "eventos", mas não. Morrem pessoas. Morrem crianças. Há crianças refugiadas. Há mulheres de 37 anos preocupadas com o sítio onde vão esconder os seus filhos de cinco anos, três e quase 12 meses enquanto eu vou ver os "Aviões" e me preocupo com assuntos candentes como "entrar com o pé direito no novo ano letivo". Hoje, mais que nunca, estou a agradecer a vida que tenho. E depois disto, vamos lá ver, como é que fazemos para acabar com esta injustiça? Se não porque existem princípios morais, pelo menos para evitar pagar a fatura que virá com os adultos que saírem deste caos.