Relato emocionante dos primeiros dias de férias
Estou velha.
Claro que isso não é uma dessas coisas que as outras pessoas possam dizer. Não podem. Só eu. Quem ouvir tem mais é que dizer "não estás nada, nunca estiveste melhor". Esse é o papel que espero que cumpram. Em todo o caso, factos são factos. E o facto é que o meu corpinho não aguenta um jantar com dois copos de sangria branca e o mojito que bebi a seguir no Bairro Alto. Também se deu mal com isso de me deitar às 04.00.
É triste. Uma pessoa passa os vinte anos a treinar noitadas e copos, é capaz de aguentar diretas. E para quê? Para chegar aos 37 e três fihas e passar o sábado em estado de coma. Nem foi a bebida. O dormir pouco é que acabou comigo. O senhor com quem me casei e que esteve em outro evento não estava melhor. Foi um bonito dia em família. Não sei como é que os alcoólicos fazem mas eu aderia aos 12 passos só para não ter aquela sensação de que um alfinete a cair no chão incomoda. E, pronto, é isso. Estamos de férias. Não sei se já disse. E já voltámos a ser aquelas pessoas normais que passeiam aos domingos e vão comprar iogurtes.