Felizmente, parece que há mais mães como eu
Obrigada, mais uma vez, à Cocó por dizer coisas que penso. No caso, sobre quartos infantis. Nas revistas, no "Querido Mudei a Casa", no Pinterest e nos blogues da especialidade aquilo é tudo muito bonito mas, no fim de contas, irreal. Nenhum quarto de criança tem tudo no sítio. A não ser que não esteja lá a criança. O que é uma coisa sem graça nenhuma, porque como todos os pais também sabem, o pior de um quarto de criança é estar sempre arrumadinho. Mas, ok, até pode ter o papel de parede no sítio durante um tempo. Mas só um tempo. E que parede não tem risco de caneta? Ou uma peça de lego que escapou ao olho de lince de uma mãe em fúria arrumativa? Não, um quarto de criança não pode estar arrumado. A não ser em fotografias. E isto não sou eu a tentar convencer-me, porque já desisti. É porque só na nossa poluída mente de adultos é impossível o convívio entre o Noddy, o Ruca, a Hello Kitty, o Mickey, a Minnie e a Margarida. Todos a viverem na casa da Amanda. Entre lápis e chávenas. Entre Barbies e Nenucos. E também é impossível ter apenas "aquele" boneco lindo da Rosa Pomar, feito à mão, único e espetacular (adoro!), ou aquele outro macio e suave vestido com restos de roupa de uma guatemalteca que comprámos para ajudar uma comunidade indígena a ter partos assistidos, porque é certo e sabido que um dia alguém meteu um euro numa máquina de café e sacou de lá um urso com pelo gasto e sem um olho que é precisamente aquele pelo qual a criança se afeiçoa.