Isto são fases
Não são os blogues, não são as redes sociais. Sou eu. Estou cansada de ver sapatos, vestidos, hotéis de charme, roupinhas queridas para menina cheias de folhinhos e florzinhas. Há uma razão prática. Com a Francisca quase a nascer e uma cesariana à vista, os meus recursos financeiros para os próximos meses já estão mais que destinados (atenção, não me estou a queixar, estou a dizer que tenho outro uso para eles). E não preciso nem quero mais "coisas" cá em casa. Também há uma razão romântica. Deve ser por estar grávida, fico sempre assim, sinto-me mais próxima da natureza ou qualquer coisa assim, mudam-se-me as prioridades e só quero pensar nas pessoas, não quero adornos. Como digo, são fases. Também já passei por aquele momento do "oh não, mais sentimentos", "oh não, mais reflexões profundas sobre a maternidade". Ou aborrecia-me que as pessoas estivessem sempre a contar tudo das suas vidas -- os filmes que veem, o que comem, onde estão, os seus aborrecimentos laborais ou os quilómetros que correm com o Nike GPS --, pormenores que não me chateiam nada atualmente. Pelo contrário. A Caixa dos Segredos acha que a blogosfera se perde nas vidas que parecem montras (não sei se ela o diz por parecerem vitrinas de loja onde tudo se vende ou se é por ficar tudo à vista) mas eu gosto de como por vezes tudo isto parece a Casa dos Segredos. Nem os concorrentes de reality shows são exatamente como os vemos nem o que lemos em blogues, no Facebook e no Twitter corresponde a 100% ao que as pessoas são. E eu adoro isso. É duro agradar a todos o tempo todo mas há uma coisa que não muda. Gosto sempre muito mais de quem partilha o que quer que seja e de levar com mais um post sobre vernizes e rímel ou com excesso de sentimentos, do que daquelas pessoas que andam na Internet, em silêncio, sempre a ver o que os outros dizem como se tudo o que fazem pudesse e viesse a ser usado contra elas. E isso, tenho a certeza, não é uma fase.