Quatro dias sem sair de casa
Havia muitas coisas para dizer, mas não tem apetecido. Andamos mais ocupadas a viver. A Madalena ficou doente - infecção respiratória e otite (quando é, não faz por menos) - e há quatro dias que não saía de casa. Fartinha, fartinha! Faz birras parvas e obriga-me a dar-lhe palmadas no rabo, caso contrário só quer jantar no meio do chão, não muda a fralda e outras coisas igualmente imbecis pelas quais não devíamos ter de discutir. Coisas que se pensam quando não se tem bebés em casa. Igualmente, decidiu brincar com as fichas de electricidade e voltou a levar uma palmada. Mas não tem sido só isso. Pelo contrário. Foram duas (uma hoje, outra ontem, mais alguns ameaços), mas ficam mais presentes porque não apetece nada andar a dar sapatadas na miúda (oh culpa, malvada culpa!). Era mais giro que ela chegasse à secundária e dissesse "a minha mãe nunca me bateu".
Tem sido muito engraçado andarmos por casa juntas. "Mãe, Pocoyo", "Mamã, Ruca Gumes" (história do Ruca que não quer comer os legumes), "Mamã, Bob estutor" (Bob, o Construtor). Também andamos com "o meu Nenuco", o mercadinho, mais umas brincadeiras de menina e mais umas coisas que não têm nada a ver como subir o escadote cá de casa. A típica malandrice que deixaria o papá com os cabelos em pé.
Os cabelos, por falar nisso, estão enormes. De repente, cresceram muito e não passa sem os ganchinhos para prender a franja. Afinal sempre vamos poder fazer dois totós no 2.º aniversário.
Ri-se por tudo e por nada e tem uma nova mania. Aponta para as coisas e pergunta: "O que é isto?". Tal qual como lhe fazemos a ela.
Faz frases mais completas e com sentido, menos repetitivas:
- Vou buscar uma coisa.
- Que coisa, Madalena?
- Uma coisa bonita.
Deixei-a na escola porque precisava de mudar de ares e porque me disse que tinha saudades da Guida, da Cátia, da Isabel... Chegou tarde mas não perdeu tempo. Saiu de mão dada com o Diogo para ir buscar os babetes do almoço. Tão lindos os dois corredor fora...