E agora são as aftas
Resumo dos últimos dois dias:
Depois uma intensa terça-feira de trabalho que acabou às 23.00, com uma interrupção da avó (essa santa em vida), aflita com uma mega-birra da Mini que não queria pôr a fralda (estamos nessa fase!), encontro a baby acordada e a chorar. E quando digo chorar é mesmo chorar como ela própria, como uma Madalena. Razão? Desconhecida até então. Dentes era a nossa aposta nessa altura, a avaliar pela quantidade de baba que lhe saía da boca. Consegui finalmente deitá-la com a ajuda de um biberão de leite. Também podia ser fome, tendo em conta que quase não tinha jantado. A coisa parecia ter acalmado, o pai chegou, vimos o Gato Fedorento, andei por aqui, e então quando nos preparávamos para dormir, a Mini acorda outra vez num pranto. Nada a calava. Nem abraços, nem beijinhos, nem brincadeira.
- Queres leitinho? (Era improvável, mas vale sempre a pena perguntar).
- Não!"
Ora, quando a Madalena não quer comer algo se passa.
- Vamos para a cama dos pais?
- Nããão!
(Aqui está uma criança que, ao contrário de outros, considera dormir com os pais um tormento! E podemos garantir que o colchão é bem bom).
Sem resposta, decidimos levá-la às urgências. Não sei os outros pais, mas nós pensamos sempre que vamos para o hospital fazer figura de parvos, com o sono que a Madalena tinha era bem provável até que adormecesse até chegarmos à CUF Descobertas. Mas não. E aqui estava o indicador número dois de que algo de errado se estava a passar. Tínhamos razão.E desta vez era um cromo novo.
A Madalena está com uma estomatite viral (mais um bonito nome), uma porcaria que não tem de grave, mas esta é chata como o raio, dado que a criança está com a gargante inflamada e boca cheia de aftas, para além dos quatro dentes-vampiro que efectivamente começaram a romper. Daí a dificuldade para comer, daí a dificuldade em dormir.
Estamos há dois dias em casa, ela e eu. Não porque o caso seja de extrema gravidade, mas porque precisa de ser vigiada a toda a hora, garantindo que se mantém hidratada. Continua a querer comer, mas quase nada lhe agrada e pouco come. Nem as uvas que são a sua perdição. Ficámos reduzidas a leite quase frio, gelado de nata e fatias de brioche. Sopa nem vê-la e peixe pouco. A médica avisou- nos que a situação ia piorar antes de melhorar mas, apesar das crises de choro, acho que temos a situação controlada. E, pronto, ísto é também o retrato do começo do novo ano lectivo. O infantário está cheio. De miúdos e de vírus.
(Para memória futura: benuron intercalado de brufe, bexident antes das refeições e Mycostatin depois, três vezes por dia)