"É acordar um dia sem apego a nada"
Volta e meia, a minha mãe diz: "Tens ali um caixote com coisas tuas. Podias abrir e mandar fora o que não te interessa".
Estou a adiar, adiar, adiar...
A caixa já lá está há uns bons 10 anos e ainda não dei o passo.
1) não me apetece olhar para essas coisas.
2) aborrece-me meter a mão no pó.
3) acho que não há lá nada que verdadeiramente me faça falta, mas depois vai custar-me livrar-me de coisas que têm algum significado.
Estou à espera do momento certo.
"Acordar um dia sem apego a nada", como diz o meu irmão.
É raro isso me acontecer e quando se dá, como hoje de manhã, nunca estou em casa dos meus pais.
Mas não dei o tempo por perdido.
Parece que também sou perita em acumular tralha.
Comecei por procurar um creme, acabei a deitar fora várias embalagens de porcarias que não uso nem usarei. A encontrar coisas que efectivamente me fazem falta. A pôr bolsinhas para lavar.
E a interrogar-me seriamente sobre a razão que me levou a guardar uma que tinha o fecho estragado.
É assim que as pessoas vão parar à Oprah.
Agora vou arrumar papéis.