Regresso ao activo
Lembrei-me de montes de coisas giras da Madalena que queria deixar aqui registadas, como essa incrível coincidência que é a Mini chorar sempre que entra na H&M e portar-se como um anjo na Massimo Dutti - danadinha, já sabe o que é giro e caro! -, mas não consigo. Só me consigo lembrar que faltam apenas dois dias úteis e um fim-de-semana para regressar ao trabalho.
Claro que uma parte de mim deseja regressar à vida activa. As notícias, escrevê-las, as novidades, os serviços, aquela adrenalina de querer a melhor história... Isso é bom e eu quero. Seis meses em casa servem para reafirmar o que já sabia: que não tenho feitio para ser uma "stay at home mum". Ninguém aprecia o que se faz, parece que não se faz nada e uma pessoa acaba por tornar os rebentos no seu único objectivo. E quando eles crescem? Perde-se o rumo? Não quero isto. Finalmente, por uma questão de perspectiva, acho que chegou a hora de voltar. Quero ter a certeza que estou a usar a minha massa cinzenta nas coisas certas e não a descobrir o supermercado com as fraldas mais baratas (como dizia uma rapariga que conheço) ou a descontar cupões do Minipreço. Perdida no meio de tanta fralda, leite e roupas mínimas, uma pessoa tende a achar que o mundo se resume ao seu bairro.
Mas depois outra parte de mim acha que aceitaria o desafio de uma vida sem sentido se pudesse dar um beijinho à Mini sempre que lhe pego ao colo (dá uma média de mil beijos por dia) ou dançar com elas êxitos dos festivais da canção ou garantir que sei sempre o que ela come, como come e quando suja a fralda. Arrepia-me que possa haver momentos de puro desperdício de tempo quando podia estar em casa e ver quando é que a Mini vai bater palmas pela primeira vez, quando se senta ou quando gatinha.