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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Tudo o que pensei na reunião de pais e não tenho onde dizer


Sempre que a Quica começa uma nova etapa, a mãe despede-se de qualquer coisa da infância e descubro que já não vai haver hipótese de fazer melhor. Como ela e as irmãs tiverem feito é como vai ficar. Dá pena. Por saber isto, parece que dá mais vontade de absorver tudo o que acontece. Ontem, ela estreou-se como primeiro-anista e se pudesse partilhava a foto da turma. Estão tão sorridentes, tão confiantes, tão perfeitos (até na timidez de uns quantos).

 

Isso só foi possível porque foram criados a mimos, gargalhadas, sermões, desenhos, avé-marias e pais nossos, brincadeiras na casinha e o enorme desejo de um dia poder ir brincar livremente "para o campo".



Dizem que quando somos pais repetimos coisas felizes da nossa infância. Eu fui muito feliz na escola e com as minhas professoras (elas mal imaginam o impacto enorme que tiveram na minha vida) e procuro semelhante para as minhas filhas.

 

Os professores a auxiliares dos nossos filhos também parecem viver sem imaginar como são importantes. Na correria dos dias, pode não parecer, mas sei que tudo seria muito diferente sem as gargalhadas roucas da Mercês, sem a organização da Benedita - tão boa para a Quica (e até para mim) -, sem o carinho da Inês, sem a classe da Teresa, sem a orientação da Mafalda, sem a Rita, a Guida, a Maria João, a Isabel (e até me devo estar a esquecer de alguém).

 

Esse capítulo chamado pré-escolar, que durou oito anos consecutivos, fechou-se, em definitivo, ontem. Naquele instante em que a câmara fez clique, o 1.º ano começou. Naquelas carinhas está escrito que têm tudo para que isto corra bem. Tenho um pouco de vergonha de dizer isto à vista de todos, mas sou grata e acho que o mundo inteiro deve sabê-lo. Obrigada.

MEC: Minha especial companhia

Miguel-Esteves-Cardoso.jpg

Num dia qualquer do início do verão, pus-me a ler a entrevista que Miguel Esteves Cardoso deu ao Público.

Havia qualquer coisa de bizarro nisso de um cronista da casa ser entrevistado para o jornal em que escreve, mas a entrevistadora, Bárbara Reis, agarrou-me logo no primeiro parágrafo com a história da campaínha avariada e da chave da porta que MEC desce por uma corda num cestinho desde o primeiro andar. (Será estratégia piedosa para afastar os indesejados?)

Eram três páginas de entrevista e cheguei ao fim num ápice. Que porcaria de entrevista, pensei. Faltam imensas perguntas importantes! 

Não faltam. Eu é que gostei tanto que leria mais três páginas sem esforço. 

Os dias passaram e as respostas de MEC continuaram a ecoar. Nenhuma má conversa perdura na nossa memória se não tiver qualquer coisa de bom. As boas entrevistas precisam de maturar e o entrevistado,  decerto, concordaria. 

Fiquei a ruminar no que MEC diz sobre a necessidade (e obrigação) de escrever todos os dias, conselho que vale tanto para os bons como para os maus escritores. Sobre os temas que escolhe, sobre o alívio quando morre a celebridade do dia e o assunto se resolve. 

MEC escreve todos os dias, faça chuva ou faça sol, feriado ou dia santo. Escreve sem assunto ou agenda, em busca do que dizer. É obra!  

Pus-me a ler e a ler. Nas férias, as crónicas de MEC foram a minha companhia literária. Terei lido um ano inteiro daqueles pouco mais de 1500 caracteres x 365 dias. Depois o livro que compila muitas outras. 

Quem diz que MEC já não é MEC é cruel. Acharia, talvez, que ele não podia/devia mudar (riscar o mais conveniente).

Quem diz que ele vive entre Colares e a Praia Grande é injusto. Quem nos dera a todos termos horizontes tão largos quanto ele. Nota-se que é ali que vive e que é daí que vê o mundo. E...? 

MEC acha-se um excelente escritor e tem razão. Consegue dizer muito em poucas palavras e parecendo que é fácil. Invejo-o. 

Passei vários anos a ler a coluna do MEC ao sabor do título. Fiz mal. O que escreve vale a pena e não se pode perder pitada.

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