Debate na redação
EPA/Greório Cunha
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
EPA/Greório Cunha
Estava a ler "Um Livro para Todos os Dias" à Quica, ontem à noite, e pensei que devia andar com este livro no bolso todos os dias. Uma amiga sentia-se desanimada? Dizia-lhe "há dias bons e dias assim-assim". A outra, que se sentisse tristonha, mostrava-lhe estas páginas e lembrava que uns dias "vão andando" e outros "passam a correr". Seria o meu remédio para dias tristes.
Pessoalmente, culpo o inverno disto tudo. Da depressão, do sentirmo-nos em baixo, desta sensação que trabalhar-não-compensa, do parecer que não conseguimos pôr nada em perspetiva.
Podia dizer-se que a minha conversa chega tarde, porque a primavera está aí, mas não. Os efeitos nefastos do frio sentem-se precisamente agora, quando precisamos de sol como de pão para a boca, mas o que aí está (e é tão bom, não me interpretem mal) ainda não chega para carregar as baterias.
Ainda hoje falava disto com duas amigas. Uma delas implica com setembro. Percebo-a -- é o retomar das rotinas, o regresso ao trabalho, a escola que começa -- mas discordo. Setembro é ano novo. Já o primeiro trimestre é recuperar do Natal, frio (não sei se já disse), estarmos fechados em casa, falarmos com menos pessoas, decisões difíceis nos trabalhos porque toda a gente está superempenhada no assunto, IRS, contas para pagar, decisões de ano novo que não se cumprem, as crianças com testes, o verão que não chega... Tenho a certeza: Janeiro, fevereiro e março são os piores meses do ano.
E, para cúmulo, ainda não senti isto:
Por favor, digam-me que não estou sozinha (porque era só o que faltava!)
É oficial: a Teresa sabe ler.
A mim põe-me louca aquele pessoal que, num mail oficial, escreve PR em vez de Press Release, PK em vez de Press Kit, NI em vez de Nota de Imprensa. Ainda hoje me aconteceu. Recebo um mail que diz NI... qualquer coisa e eu desvairada: o que é NI? Que raio de instituição é esta? Lia o mail e mais desinformada me sentia. Afinal, era simples. NI= Nota de Imprensa. E tudo isto para quê? Para poupar cerca de 15 caracteres numa frase. 15!
Para quem pensava, e eu cheguei a pensá-lo, que a rádio de autor estava morta, os podcasts são tão boa notícia como os All Star voltarem a estar na moda: um alívio. Deixo os meus preferidos:
1 - Fala com Ela.
É o programa de entrevistas da Inês Menezes na Radar e é uma excelente companhia para correr. Claro que há conversas mais interessantes, conversas menos interessantes, convidados que me agradam mais e outros que nem tanto, mas, regra geral, acabo sempre contente.
2 - This American Life.
É possível que este seja um dos podcasts mais populares do mundo. Depois de ter sabido da sua existência vagamente, foi o entusiasmo do meu amigo Rui que me convenceu a dar-lhe uma chance a sério. E é incrível. Já ouvi uma hora de gente a falar sobre coincidências como se estivesse a ler a melhor literatura. O melhor, até agora, é o das filhas trocadas na maternidade que só o descobrem 43 anos depois. É tudo verdade, andei a pesquisar.
3 - Governo Sombra.
Habitualmente, adormeço a ver o programa na televisão, por isso ouço-o aos domingos de manhã quando vou correr. É dos meus preferidos, mas tenho de admitir que já esteve mais bem cotado. A concorrência é feroz.
4 - Encontros com o Património.
Este é daqueles programas da TSF que as pessoas amam ou odeiam. Eu adoro. Adoro a maneira como o Manuel Villas-Boas apresenta os convidados e introduz as perguntas, gosto quase sempre dos temas, são sempre viagens sem sair do lugar. Com os "Encontros com o Património" acontece-me o mesmo que com comida boa. Dá-me água na boca.
5 - Biblioteca de Bolso.
Em certo sentido, é como o "Fala com Ela", porque são pessoas a conversar. Neste caso, falam sobre livros marcantes. Fico com a sensação que as pessoas se revelam nas escolhas que fazem, o que é muito giro. Se tiverem uma cabeça muito bem mobilada, como a historiadora de arte Mariana Pinto dos Santos, curadora da exposição de Almada Negreiros na Gulbenkian, uma das últimas convidadas, sai-se ainda mais a ganhar. O programa já existe há uns tempos e estou a gerir os episódios.
6 - Só Neste País.
A semana passada, sem bateria no telemóvel, entre o Porto e Vila Real, calhou ouvir na Antena 1 este "Só Neste País". O tema era "raízes" e não consegui ouvir tudo, mas achei tão bom que assim que tive oportunidade fui à procura e, confirma-se, tem muito potencial.
7 - The Documentary.
Foi um dos primeiros podcasts que descarreguei e gosto muito, mas é daqueles que... depende. Depende do meu interesse no que se conta e na parte do mundo onde se passa. Ouço muitos sobre os EUA, sobre a Europa e, segundo as estatísticas, sou uma fanática pela América Latina. Uma coisa é certa: são todos bons.
8 - Great Lives.
Como o anterior, este também é da BBC. O apresentador convida uma figura notável para escolher uma grande personalidade histórica que é apresentada por um especialista na pessoa, geralmente o seu biógrafo oficial. Já aprendi bastante sobre arte, sobre arquitetura paisagística, sobre Florence Nightingale (que não era enfermeira de ficar à cabeceira dos doentes como diz a lenda) e sobre Churchill. Entre outros.
9 - PBX.
Também é da Inês Meneses, mas com o Pedro Mexia. É uma entrada mais recente nesta lista e ainda não tenho a certeza que esteja nos meus preferidos. Ouvi um, achei muito banal. Ouvi outro, adorei.
10 - 60 Minutes, Serial, The Observatory, Museum of Arts and Design, The History Hour, Economicus, What's the Point e Radio Ambulante.
Outros a que estou a dar uma hipótese.
Algumas boas recomendações por aí? Adorava ouvir sugestões.
Revisões dos vários tipos de solo para o teste de Estudo do Meio (o velho "Meio Físico e Social"):
Estava muito bem a ler esta crónica sobre o velho zoo dos príncipes na Tapada das Necessidades, no entusiasmo de descobrir para que serviam aquelas casinhas, num jardim que adoro, e, de repente, levo nas trombas com ideias peregrinas. Diz a autora que há planos para requalificar alguns dos espaços em café e esplanada. Até tremo de medo!
Há uma mania qualquer, sei lá de onde vem, de criar um café e uma esplanada em todo o lugar cultural ou mais recôndito, achando que é salvação para tudo. Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva? Lá está um café. Vazio. Bar do Museu de Arte Antiga? Lá estava o bar. Felizmente, entaipado recentemente. Museu de São Roque? Há não sei quanto tempo a tentar dinamizar a cafetaria (parece que reabriu, outra vez). Também acontece muitas vezes isto: o programa inicial contém estes planos que se vêm a demonstrar impraticáveis. Não por não serem boas ideias, mas porque eram necessário um milhão de dondocos desocupados para alimentar tanta casa de chá. Espero que cheguemos lá, mas, para já, parece que não vai dar. No entretanto, deixem as pedras em paz (e façam um WC na Tapada das Necessidades).
De todas as coisas parvas que já fiz na vida, esta bate tudo: inscrevi-me no triatlo. Ninguém me obrigou, euzinha fui ao site e inscrevi-me. E inscrevi-me porque me apetecia fazer o triatlo desde que ouvi falar dele pela primeira vez, nos idos de outubro ou novembro. Queria, pronto, inscrevi-me. Dei esse presente a mim própria. Arrependi-me no segundo em que percebi o quanto tenho de treinar. É muito, mesmo muito, e exige um esforço e uma mentalização muito maior do que calçar os ténis e correr, que tem sido a minha vida nos últimos dois anos. É preciso ir para a piscina e nadar, é preciso pegar na bicicleta e pedalar. Com apenas um dia de folga. (A Sónia explica bem o que está em causa).
Realisticamente, é quase impossível conseguir fazer isto até 7 de maio, mas agora já lá estou, que se lhe vai fazer, tenho de me esforçar, porque, é verdade, gostava mesmo de fazer o triatlo.
Também é dia da mãe e, para já, essa parece ser a única coisa que joga a meu favor. Conto poder exigir a presença das minhas filhas na Expo em todas as partes do percurso gritando por mim como Venceslau por Vanessa Fernandes.
#baimãe
Dentro de género "tens uma sorte brutal", gostava de atrair uma ou duas pessoas para o texto que escrevo hoje sobre o novo edifício dos irmãos Aires Mateus, o Centro de Criação contemporânea Olivier Debré, Tours, uma das coisas bonitas que vi esta semana. As demais, e são muitas, fazem parte de um texto que sairá em breve na revista Volta ao Mundo.
As pequenas diferenças culturais são muito fofinhas. No Porto, além dos cabides serem cruzetas e de os cadeados serem aloquetes, chamam sacas aos sacos e "especial" aos pedidos de táxi. O espanto da senhora da radio táxis quando lhe pedi um "crédito" devia ter sido gravado. E pensando bem, os dias não estão para se pedir crédito de qualquer maneira e a qualquer pessoa. Felizmente, sabia a palavra-passe: "Vou para o JN". Dá crédito em todas as partes.