Está aberto até amanhã. As coisas antigas têm descontos de 70%. As do verão do ano passado menos 40%. Não parece tão interessante mas se pensarmos que estão lá peças super de moda como os colarinhos redondos, em algodão de qualidade TOP, se calhar já parece um bom negócio. Enfeirei que me fartei. A morada que interessa é a de Lisboa.
Te parece que agora há crianças ao volante de carros; há policias mais novos do que tu; tens amigos que usam fotos de perfil onde têm menos uns anitos. Sério, gente, isso não é cool.
Plano ideal: Ir ver o "Ida" esta noite, passear no Jardim Botânico com a Francisca amanhã de manhã, andar de bicicleta junto ao rio à tarde, cantar os parabéns a uma amiga à noite, fazer panquecas com xarope de ácer para o pequeno-almoço de domingo, aproveitar que há museus à borla e passar por aqui, aproveitando que os museus são à borla.
O ter estado fora, os dias nojentos, a Quica a antibiótico fazem uma pessoa esquecer o essencial: que elas continuam a crescer. Mais TPC menos TPC (a Madalena), mais birra menos birra (a Teresa), mais vírus menos vírus (a Quica), chegou a hora de pôr as coisas em perspetiva. Está tudo bem. Tudo o que é essencial está bem.
A Madalena deita-se na cama a ler "A Escola de Piratas" e vamos acompanhando entusiasmados os progressos. "Móveis? O que são móveis?", perguntou ela na rua, lendo um anúncio. Continua muito distraída mas os exames intercalares voltaram a dar-nos boas notícias. A escrita "livere" (lol) estava quase perfeita. Tirando o "livere"(lol) e uma ou outra coisa fez frases muito giras e com sentido. "Eu gosto de jogar jogos no ipad" é a minha favorita.
A Teresa tem quatro anos e meio cheios de nervo. Ela é que sabe, ela é que faz, ela é que acontece. Capaz de se vestir sozinha, que sobe a cadeira para abrir os armários altos e tirar a lata dos cereais. Todas as manhãs arruma num saco de pano nos seus sapatos de princesa -- "os meus sapatinhos de cristal" -- e leva-os para a escola. Todos os dias quando chega a casa calça os sapatos e pede para vestir um dos incríveis vestidos que tem. Chamo-lhes incríveis para não ir mais longe. A Teresinha às vezes vítima da ditadura do pink. É "pirosa" mas é muito mais do que brilhantes, como nos está sempre a demonstrar.Temos andado a brincar às contas no carro e ela gosta bastante (é muito boa, aliás).
Finalmente, a Quica -- a nossa mascote --, que já se assoa como gente grande (não me canso de contar este detalhe nojento), que conta os números ao mesmo tempo que as irmãs e nos diz coisas como "eu tou iligante", que também adora os vestidos do Frozen e da Cinderela, que agora quer dormir vestida de princesa todas as noites. Que já come frango, que no outro dia pediu pescada, que hoje se lambuzou com lasanha.
Sem tretas zen, às vezes basta um dia de sol para olharmos para o que realmente importa.
Isto deve ser o novo ano chinês a tomar conta de mim. Só hoje já renovei o guarda-roupa de verão das minhas crianças (bendito sejas outlet da knot), inscrevi-me no ginásio e num programa para fazer voluntariado. #toumaluca e sem conserto. Mas, pensemos positivo, podia dar-me para ter um cão. Era bem pior.
1. No final os senhores passam à sala de fumo, isto é, ficam na conversa uns com os outros a fazer política paralela. Não há nada para debater, não há nada para resolver, é só mesmo para fazer relações públicas.
2. Os homens esperam que as coisas caiam de podres antes de mexerem um dedo para as arranjarem. Já as mulheres jogam na prevenção. Conclusão: é impossível que não pareçamos complicadas.
3. É triste e não o digo com orgulho, mas eu a olhar para as contas do condomínio sou como os primos Espírito Santos a olharem para os relatórios do BES apresentados pelo Ricardo Salgado. Como não percebo nada vou atrás daquele que me parece mais entendido.
Quem, por engano, lançou estas bonitas frases numa conversa com mais 20 pessoas no Facebook e foi salva in extremis pela sua colega da carteira da frente?
Estive a fazer uma análise científica, a partir de uma amostra de cinco pessoas -- a minha casa -- e concluí que fevereiro só muito teoricamente pode ser considerado o mês mais curto do ano.
- Demasiado tempo fechados porque está sempre alguém doente.
- Concluis que queres redecorar a casa toda, que os armários estão desarrumados, que tens mais toalhas de rosto do que alguma vez vais precisar em toda a tua vida.
- Roupa sempre húmida e pendurada na casa de banho.
- Meias para dobrar. Meias pretas para dobrar. Separar meias cinzentas escuras 19-22 de meias 23-26 de meias 27-30.
- Lábios e mãos secos.
- Narizes sempre a pingar.
- Trabalho que não acaba, porque não há nada melhor para fazer do que trabalhar.
- Ano letivo a meio, isto é, crianças cansadas. Sem o alento das aulas que começam ou do verão que se aproxima. - Perguntas-te todas as manhãs: mas a minha vida vai ser assim para sempre?
- Chuva.
- Cansada de mandar sempre os mesmos lanches e almoços para a escola.
- Resoluções de novo ano já foram todas pelo cano.
- Gajas dos Óscares superboazonas e está a calor em Los Angeles.
- Dormir pouco para ver os Óscares faz achar que toda a gente merecia ser presa no dia a a seguir.
- Tempo bera mas sempre a ameaçar que é daqui a um bocadinho que vais poder tirar o casaco. Frustração.
- Cai o cartão de crédito do Natal.
*Por sorte são apenas #whitepeoplesproblems. Sempre ajuda a relativizar a coisa.
Vamos ler bué coisas hoje sobre as mais bem vestidas e os maiores trambolhos que pisaram a passadeira vermelha na entrega dos Óscares, ontem à noite. Mas a verdade é só uma: não interessa o que se veste, interessa COMO se veste. E é por isso que, aos meus olhos, a Meryl Streep, a Cate Blanchett, a Emma Stone ou até a (antipática) Jennifer Lopez estão impecáveis, enquanto a Nicole Kidman parece nunca estar bem, apesar de até ter achado piada ao vestido que usou.
(Saia-casaco Lanvin, a mesma "casa" que "despiu" a Khloe Kardashian no E!)