Estamos a pouco mais de 48 horas dessa unha encravada que é o "mega pic-nic" do Continente (nem português sabem escrever), abrilhantado Tony Carreira (uma desgraça nunca vem só). Chegou, pois, a hora de voltar à carga, lembrando que este "evento" é 1) uma bimbalhice que envergonha até os mais bimbos 2) Um incómodo 3) Um ataque a direitos básicos, já que o Estado não pode ficar à mercê de empresas privadas.
Estou com esperança que os inimigos de António Costa aproveitem a edição deste ano para porem os pontos nos is. A ver se alguém das elites abre a pestana finalmente para dizer o óbvio: é demais que uma empresa privada consiga fechar a artéria mais importante de uma cidade só porque quer fazer uma ação de marketing. Que eles o queiram fazer, percebe-se. Bela ideia. Que a câmara de Lisboa aceite é que me parece ultrapassar aquele danoninho de bom senso. Existem muitos outros sítios ondem podem fazer uma coisa destas. Monsanto, Parque das Nações, Meo Arena, Pavilhão de Portugal, não quero saber. Mas no centro de Lisboa? Causando mais confusão que a noite das marchas, um evento da cidade? Talvez tenha chegado a hora de pormos as coisas em perspetiva e correr com o senhor Antunes (a.k.a., o grande Tony) para o Coliseu ou para o Meo Arena.
Aproveitem, pessoas que não gostam do presidente da câmara nem pintado, aproveitem. Ele está mesmo a pedi-las.
Mensagem adicional para António José Seguro: Está a ver esse nervo que põe nas coisas quando quer derrotar o António Costa? É isso. Mas virado para o primeiro-ministro. É só um bocadinho mais para a direita.
PS: Estou a perceber que com o tempo comecei a deixar de achar piada ao piquenicão...
Essa é a tática quando falamos da seleção nacional. Nem me chateia perder, a falta de convicção nestes jogos é que me mata. E o Pepe, bom, que dizer de um tipo que se dirige a outro para lhe dar uma cabeçada. Razão tem o jornal "O Jogo". Finalmente estão como gostam...
Gosto muito do que é português e tal e coiso mas o mundo não acaba ali em Vilar Formoso. E por esta coleção de taças amachucadas da Revol ia ali à França e voltava. São bué giras.
Mais uma fotos para se ver toda a versatilidade do conjunto:
Post sobre a vidinha (a propósito de uma semana sem empregada): Duas máquinas de roupa por dia, arrumar a cozinha três vezes por dia, passar roupa desenfreadamente, aspirar e aspirar e mesmo assim ter tudo sujo. Mas hoje veio um bom elogio da pessoa menos esperada: a minha mãe. "É mulher... não há quase roupa para lavar". Pois é. Quando fazemos, fazemos. Mas deixamos de ter tempo para blogar.
A empresa onde trabalho despediu 160 pessoas ontem (140 por despedimento coletivo, 20 por rescisão amigável). Mas não nos prendamos em detalhes. 160 é apenas um número. Se fossem 60 era aceitável? Para mim não era. E se fosse seis. Onde é que se diz "é muito?". Uma já seria demais, não é? Foi um dia tão triste, tão triste. E hoje vai ser igual. E amanhã. E depois... Mas, na verdade, tem sido assim desde que em 2009 despediram 120 pessoas e também foi assim em 2010 quando o 24horas fechou. Portanto, 160 a mim não me impressiona nada porque não me esqueço das pessoas que foram despedidas nessas alturas. E, no fundo, também não esqueço porque já estou a ver o fim da história. Mais tarde ou mais cedo, acontece a todos. Mais vale não termos ilusões. Hão de mudar os argumentos mas não o desfecho.
Uma colega minha ontem dizia que isto é como sobreviver a um acidente. E é isso. Sentimos tristeza pelas perdas, alívio por não sermos nós e ficamos com aquela sensação que a vida não vale nada. Num segundo tudo muda.
Mas não. Não tenho palavras bonitas. Nem "todos somos 160" ou coisas do género. Porque não posso realmente avaliar o que sentem as pessoas que receberam estes telefonemas. Nem a angústia, nem as contas que estão a fazer, nem a frustração sem nome.
Não sei as outras pessoas mas à medida que os anos passam gosto cada vez mais do Mundial de Futebol, do Europeu, dos Jogos Olímpicos (pena serem só de quatro em quatro anos) e de todas as competições desportivas em geral (com jeitinho ainda me envolvia a sério com o US Open e os mundiais de atletismo). Deve ser uma coisa que nos dá depois de velhos. Começamos a apreciar ver grandes feitos. Isso e termos desculpa para combinar almoços, jantares e encontros só-porque-sim com os amigos. Aposto que o sms deste mês vai ser "onde é que vais ver o jogo?". Estou em pulgas! A preparar-me para um mês a pensar em golos, façanhas de Ronaldo, a preparar-me para a derrota (como não?), a emocionar-me com os eventos paralelos -- a Kátia Aveiro e a Irina, WAG's em geral, o Brasil e os brasileiros e ver como o esforço compensa. É completamente irrealista e artificial. A graça está em sermos tantos a querer fazer de conta que existe. Deixá-los. Deixar-me.
PS: O melhor texto que li até agora sobre o Mundial, com os cumprimentos do Gregorio Duvivier (a.k.a. um daqueles malucos que faz a Porta dos Fundos).
Os vestidinhos das crianças estão quase prontos. A Madalena tem de fazer uma prova na terça-feira, porque é muito chique, mas está tudo encaminhado. As sandálias das miúdas também já cá estão. Aliás, a Madalena foi obrigada a estrear as dela. Hoje foi aquele dia do ano em que experimentou todos os sapatos e nenhuns serviam.
A própria mãe já encontrou o vestido dos seus sonhos. Não o branco, mas outro. Pensando nisso, se calhar sou uma bocado fácil. Em um mês encontrei dois vestidos ideais. Felizmente, tenho mais critério no que toca a outras coisas. E agora... silêncio. Silêncio e fome. É tudo o que preciso.
No outro dia nós estávamos a ler o livro "O que me faz feliz" e perguntei-lhes o que as fazia feliz. A Madalena disse que qualquer coisa como "estar em família, ir para a escola brincar com os amigos e comer um gelado", mais uma coisas que agora já não me lembro (upsssi... como ela diz). Na altura pareceram-me bem bonitas e disse-lhes "vou escrever no blogue". "O que é um blogue?" E então estive a explicar-lhe tintim por tintim o que se passa aqui. Ah, e tal, é o blogue da nossa família. "Mas só tu é que escreves", disse a Madalena, desconfiada. Combinámos que elas me iam dizer coisas para pôr aqui e deixei-as 'escrever' as suas frases. Também estivémos a falar sobre o desenho lá em cima. Concordaram com tudo, embora a parte da rainha de Inglaterra tenha soado a chinês. A Teresa gostou de saber que estava com uma saia e a Quica quis mexer no teclado. Mas isso já não é bem novidade.