Sudoeste, agora com fotos
São 8.00 da manhã e estou acordada. Não seria mau, não se desse o caso de estar, pela primeira vez em 10 meses, sozinha com o vosso pai. Hoje que podia dormir até ao meio dia, estou para aqui feita parva a teclar do meio do Alentejo, depois de uma noitada no sudoeste.Espero que quando vocês e as vossas amigas B sejam grandes ainda seja fixe ir a festivais e que possam fazer coisas espectaculares como apanhar um autocarro às 19.00 e atravessar uma herdade por caminhos de tractores, com a música do momento aos berros.
Guardem uma cervejinha para beber quando chegarem ao Sacas. Se há momento que vale um brinde é este pôr do sol.
C (Nota da mãe: um brinde não é uma carraspana).
Depois é respirar fundo e seguir até à Casa Branca e esperar pela curva certa para ver todo o aparato do SW montado. É uma dessas visões que vem acompanhada de um "aaaaaaaahhhhhhh". "É tudo do zero", disse o Luís Montez. Estava de costas para ele e não percebi exactamente o tom das palavras mas foi qualquer coisa entre o emocionado e o orgulhoso. Podiam ser as duas. Era perfeitamente compreensível. É uma cidade.
Trocámos os expensive soul pelo jantar. Apesar de termos perdido um concerto do demo (lol) e o maior elogio de todos ("vocês são um público do c******"), valeu a pena. Foi dos melhores sítios onde comi este ano. Só de pensar naquele pão alentejano morno e naqueles lombinhos com coentros...
Voltámos para ouvir aquele senhor que é jurado do The Voice. Pessoalmente, teria trocado de bom grado por uma sessão de DJing do Calvin Harris, com passagem pela tenda moche para ouvir Mind da Gap e o Branko dos Buraka mas gostei bastante. Além disso, um festival nunca é só a música.
À saída aproveitei para prestar atenção àquele zero por cento de glamour dos bastidores com montes de tendas, contentores, carros a entrarem e a sair e andaimes.
O Cee Lo Green ainda não tinha acabado de tocar e já alguns dos seus músicos estavam numa carrinha renault à espera para ir embora. Não sei se estavam à espera do senhor. Prefiro pensar que foi embora na limusine que estava estacionada cá fora. Ouvi na comercial que o senhor foi de carro dos camarins para o palco. Só há uma maneira de classificar tal coisa: badocha malucos. Na rádio, falavam em 100 metros de distância mas diria que são uns escassos 50 e o meu gajo diz que são 30. Chamavam-lhe o típico americano. Típica batata de sofá é o que é!
Os artistas e as suas manias são adoráveis. Disseram-me que o Snoop Lion pediu uma camisola do Sporting (coitado!) e Interrogo-me sempre onde dormem ( se ão tão esquisitos com umas coisas...). Com o devido respeito à zambujeira do mar, não estou a ver a música no coração a hospedar na residencial Rita. Sei que, há muitos anos, os massive attack ficaram em Sines mas há quem peça o Ritz. Foi o caso do Calvin Harris. Está uma estrela completa. Embora não tão grande como nós.
E, pronto, é isto.
Que é como quem diz, para o ano (se tudo correr bem).