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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Sudoeste, agora com fotos

São 8.00 da manhã e estou acordada. Não seria mau, não se desse o caso de estar, pela primeira vez em 10 meses, sozinha com o vosso pai. Hoje que podia dormir até ao meio dia, estou para aqui feita parva a teclar do meio do Alentejo, depois de uma noitada no sudoeste.
Espero que quando vocês e as vossas amigas B sejam grandes ainda seja fixe ir a festivais e que possam fazer coisas espectaculares como apanhar um autocarro às 19.00 e atravessar uma herdade por caminhos de tractores, com a música do momento aos berros.


Guardem uma cervejinha para beber quando chegarem ao Sacas. Se há momento que vale um brinde é este pôr do sol.
C (Nota da mãe: um brinde não é uma carraspana).

Depois é respirar fundo e seguir até à Casa Branca e esperar pela curva certa para ver todo o aparato do SW montado. É uma dessas visões que vem acompanhada de um "aaaaaaaahhhhhhh". "É tudo do zero", disse o Luís Montez. Estava de costas para ele e não percebi exactamente o tom das palavras mas foi qualquer coisa entre o emocionado e o orgulhoso. Podiam ser as duas. Era perfeitamente compreensível. É uma cidade.

Trocámos os expensive soul pelo jantar. Apesar de termos perdido um concerto do demo (lol) e o maior elogio de todos ("vocês são um público do c******"), valeu a pena. Foi dos melhores sítios onde comi este ano. Só de pensar naquele pão alentejano morno e naqueles lombinhos com coentros...

Voltámos para ouvir aquele senhor que é jurado do The Voice. Pessoalmente, teria trocado de bom grado por uma sessão de DJing do Calvin Harris, com passagem pela tenda moche para ouvir Mind da Gap e o Branko dos Buraka mas gostei bastante. Além disso, um festival nunca é só a música.

À saída aproveitei para prestar atenção àquele zero por cento de glamour dos bastidores com montes de tendas, contentores, carros a entrarem e a sair e andaimes.

O Cee Lo Green ainda não tinha acabado de tocar e já alguns dos seus músicos estavam numa carrinha renault à espera para ir embora. Não sei se estavam à espera do senhor. Prefiro pensar que foi embora na limusine que estava estacionada cá fora. Ouvi na comercial que o senhor foi de carro dos camarins para o palco. Só há uma maneira de classificar tal coisa: badocha malucos. Na rádio, falavam em 100 metros de distância mas diria que são uns escassos 50 e o meu gajo diz que são 30. Chamavam-lhe o típico americano. Típica batata de sofá é o que é!

Os artistas e as suas manias são adoráveis. Disseram-me que o Snoop Lion pediu uma camisola do Sporting (coitado!) e Interrogo-me sempre onde dormem ( se ão tão esquisitos com umas coisas...). Com o devido respeito à zambujeira do mar, não estou a ver a música no coração a hospedar na residencial Rita. Sei que, há muitos anos, os massive attack ficaram em Sines mas há quem peça o Ritz. Foi o caso do Calvin Harris. Está uma estrela completa. Embora não tão grande como nós.
E, pronto, é isto.

Que é como quem diz, para o ano (se tudo correr bem).

Aí, a vida no campo

Tirando ser preciso pegar no carro para ir levantar dinheiro, não haver pão fresco do outro lado da estrada como tinha sonhado e hoje terem feito uma mega-operação Stop, que incluiu multa a um autocarro da carreira, coisa que nunca tinha visto na minha vida, está tudo ok. A praia é boa, não está muito cheia e a barraca faz sombra. Tudo sobre rodas (mesmo com birras).

Ah, bom, então e essa coisa de ser "a do meio"

Queria, em primeiro lugar, dizer que não é aceitável nos dias que correm que um filho do meio se sinta sem lugar ou que ache que recebe menos atenção do que os irmãos. Ser o "o do meio", ser a Teresa, no nosso caso, é mesmo muito especial e este post sou eu, aos 37 anos, a mandar recado à minha filha que já sabe ler e à minha filha adolescente. Mesmo que quisesse ignorar-te, que não quero (como é óbvio), há sempre alguém a lembrar-nos. "é preciso muita atenção à do meio". E por quem é que fui ao Google fazer uma pesquisa "being the middle child" [ser o filho do meio]. Há teorias a rodo sobre o assunto, diga-se de passagem. Um psicólogo austríaco descreveu a coisa e até lhe deu nome: síndrome do filho do meio. Analisa mais do que o ser o número 2, foca-se no que é ser o número 1 ou o número 3. Vários estudos concluem coisas como os primeiros são aqueles que nos fazem ter maiores expetativas, os segundos sentem-se em terra de ninguém, os terceiros infantis. Para animar pais stressados dizem ainda que a percentagem de filhos bem sucedidos é mais elevada nos do meio (o que eles entendem por ser bem sucedido é que não estava escrito). A mim parece-me que isto é tudo um tanto ou quanto óbvio. Mas se por acaso, Teresinha, vieres a sentir que não tens nada de especial, deixa-me dizer-te que isso não é verdade. Olha à tua volta e conta: quantos filhos do meio encontras? Poucos, não é? Pois é. Especiais. E raros! Última nota, Teresinha, tu és única e especial por ti, pela maneira como és. Por seres a Teresinha.

 

 

 

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