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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

O Prince e a princesa


Já vai sendo raro encontrar artistas maníacos das gravações ao vivo mas o Prince ainda é desses. No concerto de sábado este foi o único momento autorizado para tirar fotos. "Têm 10 segundos para tirar isso do vosso sistema", disse a baterista no inicio do espectáculo. Adorei a segunda parte do concerto e tinha dispensado de bom grado alguns solos de guitarra distorcida mas valeu a pena. Se há pessoa que pode reclamar o título de artista é ele. Agora, há que dizer, lembra muito o Castelo Branco...

Mais excitante é poder dizer que a Fancisca já bate palmas. Não se sabe se por ter tido um suplemento de atenção - ontem esteve a brincar a ser filha única - o que é facto é que aproveitou para fazer a primeira gracinha a sério. E fez ela muito bem!

Terapia alternativa na Farmácia de Serviço - versão completa

Já não há pachorra para bebés. As três filhas que tive nos últimos cinco anos habilitam-me a dizê-lo com propriedade. Não é pelas crianças (descanse a segurança social). É por causa da filosofia de loja de chineses que uma pessoa tem de aturar. Das pessoas que não têm filhos e acham que podem opinar (comigo escusam de tentar), dos que acham que só os filhos deles é que fazem birras que não incomodam (ah, ah, ah), dos pró-amamentação, dos anti-amamentação, dos que querem educar na felicidade, dos que querem firmeza e regras, e - a última moda - dos defensores da teoria 'mãe feliz, bebé feliz'. Esta então... Estou capaz de sentir os enjoos que as minhas crias nunca me deram (ai, parece que não é fino dizer crias).

O que se supõe que quer dizer 'mãe feliz, bebé feliz? Há alguma relação em que suponha que a minha infelicidade é fonte de alegria para outra pessoa? Isso sim, seria novidade! Outra pergunta: papá feliz não dá bebé feliz? Avó feliz não é sinónimo de bebé feliz? Se calhar, não. Só funciona para a mãe.

Ou, então, espera, queres ver que esta é mais uma daquelas cenas inventadas pelas mulheres da geração de 70 para chamarem a atenção? Já não basta o dia do casamento, agora também estão à frente de bebés indefesos. Está certo que também não vamos agora voltar ao modelo da mãe mártir que se mata em trabalhos pelos (ingratos) filhos, mas será mesmo necessário querer fazer da maternidade uma história de passeios bucólicos em carrinhos de design, roupas em tons suaves e fotos queimadas no instagram (uma amiga chamou-me a atenção para isto) e todos muito comportadinhos? A que pouco se podem reduzir direitos tão suados.

Qual o significado de tudo isto? É egoísmo ou pura chantagem (se não me sinto bem, não me sinto feliz, se não me sinto feliz, não cuido bem do meu bebé, se não cuido bem do meu bebé podem acontecer coisas, logo, pequena criatura e família, o melhor é não aborrecerem muito)? Futilidade é de certeza. Há tanta, tanta superficialidade na maneira como se criam as crianças. Mesmo quando está travestida de waldorf, movimento moderno, vegan, religião. Não interessa a seita. O que une os pais de hoje é esta estranha mania de que até a parentalidade precisa de narrativa. Um miúdo não pode apenas SER. Tem de haver um projeto, uma ideia, um propósito. Parece que se está num concurso para saber quem deu à luz o próximo Einstein ou o próximo milionário. E, de preferência, que pareçamos todos hiperfelizes e saídos das páginas da Vanity Fair. Quando acaba a fase egocêntrica das mães começa a etapa "abram alas, dei à luz o Messias". Que, no fundo, também não passa de egoísmo dos pais ("vejam bem o ser humano que criei!").

Não queria agora vir para aqui citar os Resistência, mas às vezes, tantas vezes, só era preciso lembrarem-nos, lembrarmos, que as crianças não são nossas, nem projeções do que nós gostaríamos que fossem ou do que queríamos ter sido, mas seres humanos únicos e livres e independentes que vão crescer com ou sem ajuda. Nós podemos dar um empurrão, sim, mas o mérito é delas.

O fabuloso mundo das autarquias

Justifica-se que uma vereadora da câmara municipal de Sintra usufrua dos serviços de um motorista para a levar a casa, na Ericeira? São 20 quilómetros e não há assim tanto trânsito. Ou deve prevalecer o principio do uso desta benesse independentemente da necessidade? (Atenção, não estou a fazer juízos sobre as pessoas mas a questionar o uso dos cargos para os quais foram eleitos.)

A razão por que não gosto de levar mais do que um balde para a praia

fotografia.JPG

É que é uma história que acaba sempre da mesma maneira. A mula da mãe carrega os brinquedos todos porque elas não podem com eles ou uma delas açambarca os baldes todos. Isto para dizer que estas ferias fui infiel ao principio do "levamos o que possam carregar" e deu asneira. Primeiro porque elas não conseguem carregar tudo e também não vou agora dividir em dois sacos, depois porque não precisam efetivamente de dois de cada, mas sim de variedade, como eu própria já tinha concluído nas ultimas férias. Mais vale, realmente, escolher uns quantos e meter num saco mais pequeno e ir variando. Mesmo pedagogicamente acho mais interessante porque assim as obrigo a brincar uma com a outra e não a disputar brinquedos. E, no entanto, quase aposto que vou continuar a pegar no saco que está na bagageira com tudo só porque é mais rápido... Outra coisa divertida dos brinquedos de praia é ver como se portam os pais quando os seus filhos pedem as coisas de outros meninos. Impera a ideia de que quem tem deve emprestar. Em principio, nada contra. Não só não faz diferença como é normal os pais se esquecerem de levar estas coisas ou os miúdos quererem variar. O que já não me parece tão normal é que os pais partam do princípio que tenho de emprestar o regador da minha filha, a única coisa que ela tem naquele momento e com que está a brincar à beira-mar, só porque outra criança a pede e aparentemente não tem mais nada. Quer dizer, volto a repetir, não me custa emprestar mas não tenho obrigação de carregar com brinquedos para agradar aos filhos dos outros. E, é aqui que quero chegar, onde é que fica também a cordialidade de dizer à criança "Maria dos anzóis, pede à menina para brincar" ou dizer aos pais qualquer coisa que justifique uma entrada a pés juntos de uma matulona de quatro anos sobre uma menina de três.l

História da minha vida

Tenho o equipamento não tenho rede. Tenho rede, não tenho bateria. Isso e uma preguiça do caraças têm mantido esta pessoa aqui longe de jornais, informação e cusquice em geral. Mas, como sempre, tenho a cabeça a rebentar planos maravilhosos que não cumprirei. Ou que cumprirei. Vá-se lá agora saber...

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