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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Perco eu, ganha o blogue

A ver se consigo explicar isto sem parecer completamente maluca: acordei, olhei para os minutos no telemóvel, vi :35 e pensei "já estou cinco minutos atrasada". Tomei banho, vesti-me e entretanto a Teresa acordou. Vesti-a. A Madalena chamou-me para pedir um boneco e dizer que queria dormir mais um bocadinho. E quando cheguei à cozinha reparei que era 06:30, só e apenas, uma hora antes de ter de sair de casa. E, pronto, aqui estou eu a fazer tempo. Podia ir passar umas roupas a ferro, podia pôr umas máquinas de roupa a lavar, mas gosto mais de vir para aqui.

...

Se pintasse o blogue de preto era mais animado do que penso hoje sobre este país. Uma mulher, gestora, com quem falei hoje disse um dia que somos uma geração que não está preparada para viver em crise e eu revi-me no que ela disse. Tenho 35 anos, a minha geração devia estar a começar a mandar, a fazer melhor e, de repente, deparamo-nos com isto: estamos muito bem preparados para muita coisa mas não para o que é preciso. Como conciliar a proteção social que nos seria devida com o despedimento dos nossos pais? É disso que estamos a falar. O cobertor ficou pequeno. Quando os mais novos chegam ao mercado de trabalho, os mais velhos ainda não saíram. E não estou a falar de pessoas recém-saídos das universidades cheios de canudos mas sem experiência profissional. Estou a falar (e desculpem se me repito) de quem passou a barreira dos 30 à procura do seu lugar no mercado de trabalho. Para onde quer que olhe estou a ver pessoas aflitas, cortes, gente a ser despedida. Este ano não vai ser difícil. Já está a ser difícil.

A vida muda e isso é bom

Estou, finalmente, a atualizar a agenda de 2012 com datas importantes.

A escola da Madalena manda dizer que no dia do pai há pequeno-almoço com o dito. E eu penso: E em que é que isso é diferente da vida de todos os dias? Nada. E fico feliz. No dia 19 de março a vida só será diferente porque o pequeno-almoço é fora.

(Estou sentimental, pá!)

Atualização

Que no cunda el pánico!

Não estou miserável nem nada que se pareça. Constatava apenas algo que me é dado a ver. E que, por isso, não estranho que as pessoas se vão tornando mais amargas à medida que envelhecem. Mas devia ser de estranhar, não é? Ah, e não quero ser assim.

My family

Na festa do 80.º aniversário do meu tio, um dos meus tios preferidos, diga-se, vi os meus primos que não via há séculos e começamos a ser todos amigos no Facebook. Descobri que apesar de sermos todos da mesma família, uns têm um apelido (o mesmo que eu), outros são Reis porque no passado a minha família eram os "o meu apelido-dos-Reis". Giríssimo! E entretanto descobri que tenho um primo fotógrafo, mas fotógrafo a sério, que faz coisas muito bonitas.

Mais trabalho

Horário de entrada: 08.00.

Horário de saída: sabe Deus.

Há uma semana comecei a essa hora, saí às 23.00.

Hoje quase às 19.00.

Não estou a regatear tempo de trabalho. Acontece a todos em algum momento, algum dia.

Mas aprecio sempre mais quando as pessoas, atentas, reconhecem que é duro começar tão cedo, passar por tantas fases do trabalho, e sair empre para lá do que era suposto. Que nos estamos a esforçar e que temos outro trabalho -- ser mãe -- quando saímos dali. E chamo-lhe trabalho porque o prazer, a essas horas, já se foi. A sina dos pais é apanharem os filhos cansados e com a birra, frustrados por não terem com quem brincar.

Mas, enfim, estou a gostar muito de participar nessa aventura do online e de continuar a fazer jornais em papel. De pensar em tudo de uma maneira completa. E como estou a gostar deixo aqui o link para o "meu" jornal: www.dn.pt. Eu sei que não é o sítio onde a maioria anda a clicar, mas experimentem. Também fazemos coisas bonitas.

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