Aqui está um post para a minha amiga Mónica, a primeira e única pessoa a quem ouvi a expressão "alpista-eaters": a brasileira Adriana Lima quebrou a regra de ouro das top models e contou ao jornal britânico Daily Mail que este corpinho serrano não é apenas obra e graça do Espírito Santo e da genética. Antes dos desfiles de Victoria's Secret não come sólidos durante uma semana, faz exercício duas vezes por dia e nas 12 horas antes do desfile não bebe líquidos. Vale a pena?, perguntaram-lhe. "Tornar-me um Anjo, uma vez que o consegui, foi um sonho tornado realidade". Ah, valente!
Parece que estava a adivinhar, quando escrevi que não discutia com gente que invoca o santo nome de Fernando Mendes num debate sobre a privatização da RTP. Do que é que vêm falar? O Preço Certo. Devo dizer que, eu próprioa, jovem e snob, achava que este concurso de serviço público tinha pouco, terminado o período de adaptação ao euro. Erro meu. Primeiro porque há muita gente que ainda faz contas de cabeça (eu própria), segundo porque, se pensarmos bem, é dos poucos programas onde se fica a saber o preço das coisas, um dado essencial já que um dos sinais da velhice é precisamente deixamos de perceber o valor das coisas. Nesse aspecto, o programa é essencial.E, pronto, já defendi o "gordo".
Isto vem a propósito desta entrevista à revista NTV (DN e JN) do economista João Duque, coordenador do grupo de trabalho sobre o serviço público, cujas conclusões foram conhecidas esta semana. Percebo finalmente o que sentem os economistas quando os jornalistas dizem asneiras!
Não é que uma questão ideológica. É de erros técnicos. Por exemplo:
- Como se pode dizer que os privados juntos têm mais audiências do que a televisão pública?
- Como se podem defender critérios economicistas e, ao mesmo tempo, dizer que os telejornais deviam ser mais curtos? Se forem mais curtos é preciso mais conteúdo, logo é mais caro.
- Além disso, o Telejornal já é mais curto do que os noticiários da SIC e da TVI.
- Como se pode defender o acesso de todos ao arquivo da RTP sem pensar num modelo de negócio associado?
- Como se pode dizer que a RTP Memória na net funcionaria da mesma forma. É como dizer que os museus são depósitos de quadros.
- Diz João Duque que os velhinhos morrem. E ignora olimpicamente o que todos os programadores sabem: morrem uns velhinhos, chegam outros igualmente disponíveis para estar em casa. Mais: parece, dizem as estatísticas, que não estamos a ir para novos.
- E a RTP Internacional? É para ser um canal de propaganda, sob a alçada de outro ministério? Ou seja, duplicando recursos que já existem! Já para não falar do conceito propagandístico associado...
Que decepção...
(Já agora, faço aqui uma adendazinha para dizer que não confundo os planos. Se por um lado acho o relatório superficial, por outro não ponho em causa a honestidade intelectual de várias pessoas que dele fizeram parte, como José Manuel Fernandes, Eduardo Cintra Torres, Sarsfield Cabral, Felisbela Lopes, por exemplo. O que me parece é que deviam ter tido o cuidado de incluir alguém que fosse muito treinado a fazer televisão no terreno. Tal como está teremos um relatório que pode vir a influenciar o futuro de muitas pessoas assentes em decisões tomadas por pessoas alheias à profissão)
Bem sei que sou apenas mais uma a falar do que se passa com o filho do Carlos Martins, mas nunca é demais lembrar como é fácil ajudar o Gustavo, todos os Gustavos e todos os pais e mães e filhos de alguém que tem leucemia:
Inscrever-se como dador de medúla óssea, uma coisa que custa tanto como ir a um centro de histocompatibilidade (morada do de Lisboa aqui), responder a umas perguntas de cacaracá e doar um pouco de sangue. Das compatibilidades propriamente ditas tratam os senhores do CEDACE. Alguém que anda por aí pode salvar a vida deste miúdo de três anos ou de outra pessoa qualquer, em Portugal ou na Europa. Não há desculpa, não é?
Está fora de questão gastar dinheiro numas botas Prada, ok? Tanto me parece parvo comprar coisas em plástico nas lojas dos chineses só porque estão na moda (e sabe-se lá em que condições foram fabricadas) como me parece idiota gastar uma pipa de massa num par de sapatos. Hei-de encontrar alguma coisa no meio a um preço justo. JUSTO é uma palavra importante para mim actualmente.
Apesar de ter dito qualquer coisa como isto, um dia destes, as botas castanhas dos meus sonhos estão agora mesmo na montra da Prada. Não me importo de ser presenteada.
1. Quero acreditar que ter chamado a polícia para rebocar os carros que ocupavam indevidamente o lugar à porta da escola deu resultado. Há semanas que está sempre à minha espera (e que com isto não se quebre o feitiço, fáxavor).
2. Tenho uma dor nos pés que não me aguento porque calcei umas botas altas e esqueci-me que tinha de andar por vários sítios. Estou p'a minha vida...
- Pela primeira vez em duas semanas, a Teresa dormiu uma noite completa. Bom para mim mas sobretudo para ela!
- Pela primeira vez, deixei-a na escola sem que ficasse a chorar, a fazer beicinho ou a olhar-me com olhos tristes. Ficou contente, a rir-se e a pedir o colo da auxiliar.
Parecendo que não, eu aprecio muitas coisas na televisão além da Casa dos Segredos e a série Mildred Pierce, produzida e realizada por Todd Haynes para a HBO, a minha companhia à segunda-feira e em dias de insónias inventadas, durante cinco semanas, foi uma delas.
O realizador diz que decidiu adaptar o romance de James M. Cain, passado no pós-Grande Depressão, porque lhe pareceu apropriado à época em que vivemos, o pós falência da Lehman Brothers, o que impede olhar para a série como História. É sobre a independência das mulheres? Talvez. Mas a protagonista, afinal, não queria ser nada. Apenas uma mãe exemplar. É uma série sobre mães e filhas (uma em particular)? Talvez. Porque também pode ser apenas uma história de amor incondicional.