Anthony Bourdain, o malvado apresentador do programa No Reservations (SIC Radical), está em Portugal. Ainda não sabemos onde anda, e, lá está, quanto mais a incerteza mais interesse. Deixo, pois, a foto que o senhor postou no Twitter. Não há dúvida que está em Portugal - a Sagres não engana - e eu apostaria numa cervejaria. Qual? É a pergunta que vos deixo... Alguém reconhece estes individuais?
My husband pediu e eu vou fazer: uma wishlist à maneira a pensar no dia 24 de Dezembro. Bem sei que este ano estamos em contenção mas não deixaram de existir coisas bonitas e, como bem diz a minha amiga Mónica, não vou dizer que quero pijamas se só penso nesta mala:
Kate Moss para Longchamp
Que se saiba o memorando da Troika ainda não diz nada sobre sonhar.
Recebi este comentário a Sara, que me parece mais que apropriado publicar com destaque:
"Acredite que a compreendo perfeitamente, mas deixe-me aproveitar para a descansar (pelo menos um bocadinho) relativamente a este assunto. Sou voluntária numa Associação que é beneficiária do Banco Alimentar, e vamos mensalmente buscar ao armazém a alimentação que nos é atribuída para que possamos apoiar os utentes por nós identificados. Queria só dizer-lhe que as cadeias de supermercados também contribuem com bens alimentares. Não sei quais são os critérios e os trâmites dessas dádivas, mas pelo menos alguns artigos que estejam a atingir o prazo de validade são dados para serem distribuídos atempadamente pelas Associações
Quando a vou buscar à escola ao almoço (tem acontecido), vimos pelo caminho a dizer as cores das coisas. Mas não são umas cores quaisquer. A estrada tem riscas yelhow, há carros guin e muitos blhac. Em casa, a boneca tem uma saia pink e as calças de pijama preferidas são purple. Também conhece o blue e o red. As mais difíceis de acertar são o white e o gray. Sou uma mãe orgulhosa, sou.
Na hora h, lá contribuímos para o Natal da família Azevedo e da família Soares dos Santos e dos muitos que realmente precisam. Não é que eu me tivesse mexido. Estive aqui até à última na minha, mas já a pensar que ainda podia contribuir pela net, mas my husband, que nunca vai ao supermercado mas casualmente nunca perde os fins-de-semana de Banco Alimentar, lá foi e fez a sua parte. Vá, no fundo, eu até concordo com uma pessoa que aqui deixou um post: é uma forma muito eficaz de recolher alimentos e só de pensar em quem precisa... Dá-me é raiva que as cadeias de distribuição não dêem nada ou contribuam apenas com mais trabalho precário e mal pago. É só isso.
Calma, não vou pôr aqui nenhum vídeo da Mariza ou do Camané a cantar só porque a partir de hoje a nossa canção é património imaterial da Humanidade, segundo a Unesco. Mas não resisto a afixar aqui esta fotografia, uma preciosidade tirada em Junho de 2010 quando estes dois quadros de José Malhoa, "O Fado" de 1909 e o "O Fado" de 1910, se juntaram na mesma sala pela primeira vez em 100 anos. O pequeno faz parte da colecção privada da família Pereira Coutinho, o segundo pode ser apreciado no Museu do Fado (Alfama) e faz parte da colecção da Câmara Municipal de Lisboa desde 1917. Tenho vindo a apaixonar-me por estas obras e pela sua história, mas trouxe-as para aqui por outra razão. Por serem tão parecidas com as minhas filhas: Parecem as duas iguais mas, olhando bem, são mesmo muito diferentes. E não é apenas por uma ser grande e a outra pequenina.
Tinha razão a Kiki, o tratamento por tu ou por você levanta paixões. É bom sinal! Quer dizer que ainda nos podemos preocupar com estas coisas. Venho cá só fazer um balanço da coisa. A maioria das pessoas que conheço acha isto de tratar os filhos por você absurdo. A começar no meu irmão. Queria aqui frisar que o tratamento em causa não é na realidade usando a palavra você. É mais: "A fulana-de-tal quer vir brincar?". Parecendo que não, é uma ligeira nuance que faz toda a diferença.
A mim não me aquece nem arrefece. Quero lá saber. Como disse atrás, eu trato por tu, porque é o que me sai naturalmente e é o que gosto, mas também sempre disse que me chateia que ela chegue à pediatra e a trate por tu... Cada forma de tratamento tem o seu local e espaço. Mas eu penso isso porque foi assim que me ensinaram e nestas coisas cada família funciona de uma maneira. Por exemplo, eu trato os meus pais por tu, coisa que arrepia de morte a minha avó. Ela e os meus tios são todos tratados por você. E este modo que me parece tão natural a mim, se calhar é estranho para outras pessoas. Olha, como diz a Kiki, o importante é haver um se faz favor e um obrigado.
Todos os anos contribuímos modestamente com a campanha do Banco Alimentar. Este ano, não o vou fazer. Temo que seja apenas uma maneira das famílias gastarem ainda mais dinheiro nos Continentes e Pingos Doces. Ora, eu acho que boa parte da crise é culpa destas cadeias de distribuição, os primeiros a desvalorizar o preço do trabalho. Ora, a mim lixa-me o sistema que empresas que pagam 500 euros e facturam 500 milhões acolham com tanta "generosidade" o Banco Alimentar. Se pagassem melhor talvez não existissem tantas pessoas a recorrer a ele.
Também estou a resistir com todas as minhas forças a comprar o novo CD da Leopoldina (que acho muito bom). Quase me convenceriam mais rapidamente se não existisse essa coisa de "por cada CD comprado, damos um euro". E o disco custa três. Quem fica com a maior fatia? O Continente, claro. Embora não duvide também que pagam principescamente aos artistas por este trabalho.
A autora do Sweet My Days deu um título genial ao post em que usa esta foto de Letizia Ortiz: Sua Alteza Real, qualquer dia desaparece. Embora os mais fashion gostem de dizer que uma pessoa nunca é demasiado magra, esta mocinha já passou há uns três ou quatro quilos o aspecto saudável e radiante que se espera de qualquer pessoa, mais ainda quando se trata de uma plebeia que se casa por amor com um príncipe herdeiro, que tem duas filhas saudáveis e lindas, que está na flor da idade, que vive bem e a quem a imprensa não molesta mais do que dizendo que "está linda" e "que bem que se adaptou ao cargo", "uma lufada de ar fresco na Casa Real espanhola". Tudo questão de self image.
*Relembrando Kant: númeno=a coisa em si; fenómeno=o que sabemos dela