Iupi
Dia de Pão por Deus.
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Dia de Pão por Deus.
Babygrow Laranjinha à venda no site do armazém Barneys New York
Escolhi esta peça da Laranjinha porque está à venda numa loja norte-americana e acho que isso é fabuloso (se quiserem mais pormenores é ler o DN deste domingo), mas podia falar aqui da Knot, da Antimilk, da Pé de Roupa, da Maria Gorda, da Metro Kids, da Petit Patapon, da LA Kids & Junior. Se há coisa que se faz bem neste país é roupa para criança. Basta contar o que é nosso no corredor das lojas de criança do Colombo.
É piroso promover o made in Portugal? Talvez. Mas é bom que ao lado das notícias que nos deixam tão mal na fotografia, é bom ver outras que mostram (a quem cá vive e a quem está fora) o que se pode fazer aqui, de como isto não é apenas o país do made in, é também o país do designed in e de como temos respostas para problemas complexos. Por exemplo, e isto é real: uma vez que o consumo está muito instável, é uma mais-valia para Portugal. A nossa qualidade é reconhecida (já vamos à frente nesse ponto), podemos produzir quantidades mais pequenas por um preço que não é tão baixo como seria o da China mas que compensa porque podemos fazer uma média entrega em dois dias em qualquer país da Europa com custos de transporte muito mais baixos.
"Ruca - A Festa Surpresa" esteve no Coliseu dos Recreios há duas semanas. E, penso, impõe-se, ainda que tardiamente, fazer observações várias à coisa. É que, ao contrário do que acontece com os adultos, não há publicação portuguesa que faça crítica de espectáculos infantis, evitando que pais e filhos vão ao engano ver certas coisas. Confesso que quando saí deste vinha, não direi fula, mas bastante desiludida. Não cantaram a canção do Ruca no final (imperdoável), foi tudo muito morno e as crianças, pela natureza da sala, tinham de ficar ao colo dos pais se queriam ver alguma coisa (como tive oportunidade de comentar com a Mil Sorrisos). Objectivamente? Muito fraco!
Mas, assente a poeira, acho que realmente o problema é que a produção queria realmente fazer uma coisa extra-boa. Tão extra-boa que deixou de ser infantil. As canções eram originais, os actores representavam e dançavam com aqueles fatos enormes e a história não se pode dizer que fosse má. Só que não puxava pelos miúdos. Houve pouca interacção e a história devia ser daquelas que eles já conhecem. Como eles sabem ao que vão, não vale a pena inventar. Pais e filhos agradecem o conforto de tudo aquilo ser familiar.
Em todo o caso, é imperdoável terminar o espectáculo sem voltar a pôr a música do Ruca. É, como dizia, Mil Sorrisos, "o ex-libris e não insistiram nada nele".
Finalmente, e como já disse há um ano, quando fomos ver o Musical do Panda, é até constrangedora a má gestão e aproveitamento comercial que se faz da marca. É óbvio que não estou mortinha para ser "assaltada" com merchandising mas também não me parece normal que não haja uma pessoa a fazer umas fotografias divertidas à entrada com as crianças e no final, a possibilidade de tirar umas fotografias com os bonecos gigantes pelas quais se pague. É coisa que a minha filha Madalena dispensa. Como é do domínio planetário, tem pavor de cabeçudos e gente mascarada (até do Pai Natal), mas há imensas crianças que adoram e não custava nada, já que os deixam subir para o palco e confraternizar com as personagens terem alguém a fazer fotos, livros de autógrafos e terem a bonecagem a assinar. É nestas alturas que os americanos do Disney World fazem cá muita falta. Repito: não estou mortinha por gastar dinheiro mas acho melhor pagar por coisas giras do que por porcarias com luzes. E sempre era uma recordação mais engraçada da tarde.
Quanto à Madalena, como é muito "exigente" a nível cultural, não manifestou qualquer felicidade com o espectáculo. Só me falou de uma brincadeira que o pai do Ruca faz e que, precisamente, incluía a participação da miudagem.
Enfim, não vou dizer que nunca mais vou porque tenho outra filha e acho que até os U2 têm direito a uma má digressão mas, rapaziada, vejam lá bem isto.
- As subvenções vitalícias a políticos que têm outros rendimentos sempre foi escandalosa. Hoje é obscena. E a maneira frouxa como o Governo lidou com o caso inspira tanta confiança com os partidos políticos que estão a ser eleitos ou a cheirar o poder na Tunísia e na Líbia.
- Se eu agora aceitar um trabalho no Porto, alguém me dá uma subvenção para habitação? Não, pois não. Então, os políticos também podem procurar nos classificados quando vêm para Lisboa sentar-se no hemiciclo.
- Alguém devia dizer ao primeiro-ministro Miguel Relvas (afinal é ele que manda, não é?) que se outros países só têm 12 vencimentos é porque diluem subsídios de férias e Natal pelos 12 meses, coisa que também se pode fazer em Portugal. Demagogia!
A Europa nunca esteve tão mal, mas nunca me senti tão europeia.
Neste preciso momento, duas crianças, as minhas, brincam com os meus pés debaixo da mesa enquanto estou aqui no computador.
(Se calhar devia ir deitá-las)
Adoro este texto de José Tolentino de Mendonça para o Secretariado Nacional da Pastoral Cultural a propósito do último livro de José Rodrigues dos Santos, O Último Segredo. Não se trata de achar que o padre e teólogo tem razão porque não sei, não li o romance do pivô da RTP. É pela forma, por como são postas as palavras e da maneira, simples e económica mas assertiva, como relembra que a Bíblia é, em todos os sentidos, uma construção. Já nem me lembrava, foi preciso este 'caso', que a Bíblia como a conhecemos hoje é do século XIX.
Há 21 anos, Cavaco Silva era primeiro-ministro. Depois dele vieram António Guterres, Durão Barroso, Pedro Santana Lopes, José Sócrates e agora temos Passos Coelho, que era líder da Juventude Social Democrata em 1990. Não havia telemóveis nem Internet. Nos últimos vinte anos, dei o meu primeiro beijo, fui à faculdade, vivi fora, conheci o meu marido, tive duas filhas... Crianças que nasceram nesse ano estão agora a entrar no mercado de trabalho já licenciadas. E durante todo o esse tempo, esta rapariga sonhou ter um filho. E, finalmente, ela, a Marta, nasceu. Incrível, ao mesmo tempo, a serenidade desta mãe durante a gravidez. Se fosse eu teria de ser sedada durante os nove meses tal seria a ansiedade. E chamar-lhe-ia Vitória ou Maria dos Milagres. Engraçado como, por mil coisas desalinhadas no mundo, encontramos sempre uma que nos faz acreditar que estava escrito. Só pode.
1. Porque foi para uma zona interdita no recreio.
2. Porque queria arrumar os legos ao pontapé.
O que vale é que me conta.