"We suggest that infants born to families with a history of spontaneous pneumothorax in the neonatal period should be closely observed for early signs of respiratory distress, and be evaluated and treated promptly."
(Conclusão de um artigo científico sobre Pneumotorax Espontâneo Familiar que a pediatra me enviou)
Eu sempre pensei que o tempo me tornaria mais sábia, que deixaria de me importar com as coisas pequeninas da vida. Mas não. Concluo, aos 34 anos, que sou apenas mais fria com estes assuntos e decidi cortar os laços com quem me desilude (felizmente são poucos). Se não sirvo para umas coisas também não sirvo para outras. Passei, por isso, a ignorar certa e determinada pessoa. Estou a pagar um preço alto por isso - a Teresa nasceu há quase dois meses e ainda não houve um telefonema, nem um sms de circunstância a perguntar pela saúde dela - mas ao menos acabou-se a paz podre. Já tive atitudes mais nobres? Sim. Mas também já fui mais parva.
Respondendo às prementes perguntas deixadas de manhã:
O que está a mais na imagem, como bem notou a Sandra Mil Sorrisos, é o sapatinho de tacão alto à esquerda. Sim, eu sei que aquilo é um desdobrável e que o sapato não aparece do nada, embora pareça, mas tinha mesmo de ser?
O que está a menos são pessoas que não estejam todas ligadas à SIC. Não sei quem são as outras 10 que aparecem no desdobrável, mas a amostra não é brilhante. Em cinco, quatro trabalham na estação que por acaso pertence ao grupo que detém a revista. Compreendo essa política de promover os produtos da casa, mas se não tinham lá melhor para pôr na capa, estamos mal.
É o que se chama o jackpot da parvoíce, visto serem dois problemas num só: gravidez e doenças sexualmente transmíssiveis. Entre uma e outra, escolho a primeira. Não é que me apeteça ser avó antes dos 50, mas uma criança sempre tem solução (educa-se e pronto). O resto é mais complicado. Ainda assim, sublinho, nenhuma das duas. Ter um bebé antes de se saber que o dinheiro não nasce por geração espontânea nas caixas de multibanco é o primeiro passo para viver uma vida muito chata. É ver o programa 16 and Pregnant...
2. Drogas.
Claro que uma pessoa é livre de gastar o seu dinheiro no que quer. Mas para isso é preciso que o tenha e eu não dou mesadas para isso. Claro que uma pessoa é livre de degradar o seu corpo publicamente. Claro. Mas que graça é que isso tem?
3. Beber e conduzir.
Miúdas, acreditem, não sou tão púdica que pense que nunca vão tocar num whisky ou numa caipirinha. Ou que num dia qualquer não vão ficar com os copos. E se a zona de Santos continuar in, que remédio senão lá ir deixar-vos com os vossos amigos... Máxima liberdade, máxima responsabilidade. Coisinha completamente diferente é pegarem num carro nessas condições. Acho que se percebe porquê: ah e tal, podem matar-se; ah e tal, podem matar outra(s) pessoa(s). E, já que falamos neste assunto, o que irritam aqueles bêbedos que insistem porque insistem em serem eles a guiar apesar de não terem condições? Se soubessem a graça que acho... Não bastava beberem, ainda fazem figura de parvos.
4. A escola não serve para nada.
Não é tudo, mas é mais que meio caminho andado.
5. O primeiro amor é para sempre e que nunca se vai gostar de mais ninguém.
Até pode ser, não vamos agora fechar as portas. Pensar demasiado em rapazes também é má política. É tempo perdido que pode ser gasto em actividades mais úteis.
6. Os pais não têm noção de nada.
Não sabem da missa a metade, é certo, mas não é por acaso que, à medida que vamos crescendo, vamos ficando cada vez mais parecidos com eles.
7. Só acontece aos outros.
Wrong! Mas também não acreditem que só vos acontece a vocês.
8. Deixar para amanhã o que podem faze hoje.
Também é um erro quando se cresce, portanto quanto mais cedo aprenderem melhor.
9. Não ter auto-estima
É um dos mais graves erros que se cometem e a raiz de muitos males. Por mais parvo que pareça: se não gostarem de vocês mesmas quem gostará? (como dizia o velhinho anúncio do leite Matinal)
10. Pensar que o que se faz aos 15, 16 ou 17 anos não tem repercussão no que serão aos 30.
As palavras são do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e agora levante a mão quem não lê aqui e na notícia do Diário Económico, uma porta aberta aos despedimentos na função pública. Mas mesmo que não seja isto que o governo se prepara para fazer, há uma coisinha de nada que não se entende: porque raios demorou tanto a perceber aquilo que qualquer português da classe média já sabe desde, pelo menos, o início de 2009. E como é se vão aumentar nos impostos outra vez e ainda não se cortou nada que se veja na despesa pública? Ah, claro, porque não o Sócrates é um tipo excelente, super bondoso e com grandes preocupações sociais, e não quer que se corte na Saúde e na Educação. Até parece que não há Defesa, Administração Interna, Cultura e etc. onde também ir buscar uns dinheirinhos.
Outra ideia era começarem a poupar na propaganda... Mas isto já é o taxista dentro de mim a falar.
Adenda: E que não se pense com isto que estou contra o aumento de impostos. Bem pelo contrário. Estou a favor. A favor de todos os aumentos (a começar pelos bancos) e cortes que não aumentem o número de desempregados.
O que é que molda a relação de pais e filhos? A nossa interacção quando eles são pequenos ou os pequenos deslizes que nós, pais, e eles, filhos, vão tendo ao longo da vida?
Isto é como os amigos, conhecidos e colegas de trabalho (desgasta-se ou fortalece-se com o passar do tempo) ou já está escrito?