A Rachida Dati, que era ministra da Justiça de França, demitiu-se.
Sim, esta foi a senhora que 5 dias depois de ter dado à luz foi trabalhar. Dez dias depois pediu para se afastar e li que vai concorrer a um cargo em Bruxelas.
Ah, e segundo este texto do Expresso, as verdadeiras razões de tão rápido regresso ao activo nada têm que ver com o amor ao trabalho. Mas, claro, isto também pode ter sido escrito por um homem.
Para quem não tem paciência, eu explico que se trata do blog de um tipo (heterossexual, para mais) que se dedica a andar pelo mundo de câmara fotográfica em punho à procura de gente com estilo. De gente que faz a moda.
É quando vejo ideias destas que penso que é isto que separa os artistas das restantes abelhinhas-mestras. Aposto que muitos de nós já tinham pensado que era giro registar para a posteridade as pessoas bem vestidas com quem nos cruzamos diariamente. Só que nunca o fizemos. Nem nunca nos passou pela cabeça publicar isso num blog (só a Time Out é que tem uma secção totalmente dedicada a isto). Donde, ele apostou numa área totalmente inovadora, todos os outros vão atrás....
Entrámos na fase disciplinadora. Bem, quer dizer, para seres humanos preocupados, sempre tivemos noção de que é preciso "dar o ensino" à miúda. Mas até aqui não eram precisas grandes coisas: Bastava pegar nela e afastá-la da perdição.
Bons tempos esses em que a Mini tinha memória de peixinho! Agora consegue recordar muito mais coisas e, diz o Dr.. Berry T. Brazelton, chegou a ordem de meter ordem na cabeça desarrumada dos bebés. E como é que isso se faz? Basicamente, guardar o "não" para situações realmente importantes! Bonitas palavras as do guru da pediatria! E quão fácil parece quando é ele a dizer...
Mas, sejamos francos, o que é que é realmente importante?
O aquecedor e o forno estão off limits, claro, mas não deixar a Mini aproximar-se da estante e dizer "não, não" sempre que tira os livros da estante é importante? O pai acha que sim, mas eu não estou de acordo. Shhhhh.... O papá que não nos ouça, mas quando estamos sozinhas, deixo a Madalena virar tudo do avesso, logo que esse tudo não implique riscos para a sua segurança.
E agora se me desculpam, mas tenho de ir ali arrumar uma caixa de brinquedos. Parece que o passatempo favorito da minha cachopinha é mesmo tirar tudo o que lá está dentro. E não voltar a pôr, claro! Como boa filha que é!
(Em próximo post tenho, aliás, de desenvolver esta temática: como é que esta mãe que passou anos e anos a rebelar-se contra tarefas domésticas, se vê agora no papel de dona de casa. Se há coisas tristes, esta é uma delas)
Como na creche vai comer às 11h30, esta semana começámos a adaptar os nossos ritmos aos que vai ter e, ao contrário do que pensava, não está a ser assim tão difícil. Almoça muito mais cedo e não faz a sesta da manhã, mas em compensação dorme muito mais à tarde.
Pega nas nossas mãos, primeiro a esquerda, depois a direita, leva-nos exactamente para onde quer. Normalmente é do sofá para a televisão ou do sofã para o computador. O que é engraçado aqui é que estes são os sítios a que damos mais importância na sala.
Foi também graças à TV que percebi que a Mini já tem noção de que existe essa coisa da causa e consequência. Pega no comando e aponta-o na direcção do televisor à espera que algo aconteça, porque sabe que às vezes acontecem coisas.
Aproveito para acrescentar duas palavras que ficaram de fora no post relacionado com o tema:
1) o clássico "bebé", que se fartou de exibir na segunda-feira na sala de espera da ginástica respiratória quando se cruzou com uma menina da idade dela.
2) "Já tá", que é delicioso de ouvir, mas que só usa quando está bem disposta.
Estou a regozijar-me interiormente pelo facto de Portugal um ensino tão "à frente", tão moderno e pelo qual "o nosso querido líder" (a.k.a. primeiro-ministro Sócrates) tanto tem feito.
Portugueses, não há razão para enfrentarmos o futuro com apreensão: as nossas escolas podem não ser as melhores, diz um estudo encomendado pelo "nosso querido líder", mas, diz o mesmo estudo, as reformas têm surtido muito efeito.
A sério, não o deviam incrimar no caso Freeport, devíamos era processá-lo por burla, ou qualquer outro crime que queira dizer isto: vender uma ideia que não corresponde à realidade.
(Acrescento aqui que o mesmo estudo diz que a escola a tempo inteiro mais não tem feito senão alongar o currículo dos alunos não é positivo, mas o primeiro-ministro quer saber disso? Não, ele gosta é que a OCDE diga que as reformas que ele introduz são muito boas e positivas. Sim, sim, José Sócrates. És o maior! Já sabemos...)
Adenda instântanea: Estou a ouvir o princípio da entrevista do Mário Crespo ao Pedro Silva Pereira e, basicamente, corrijam-se se estiver errada, ele está a queixar-se da comunicação social? A mesmo que ele usa para mostrar os seus maravilhosos estudos sobre o brilhante estado da nossa educação?