Talvez eu gostasse de ter mais dinheiro, menos quilos, satisfação profissional e o respeito dos meus pares, fazer coisas que contam. Talvez me apetecesse fazer viagens, estar com a Mini a 100%, jantar em sítios bonitos, passar momentos a dois, estar com os meus amigos, sair mais vezes com a Ana e a Cristina, passar tempo com as minhas primas, os meus afilhados ou os meus pais, não ser escrava das roupas que se usam, nem da pressão de ser uma mãe cool. Concentrar-me sempre no que faço, não ter a casa desarrumada, não deixar nada para dizer a ninguém, ver o papá progredir e ficar todos os dias um bocadinho mais perto do que sonhou. Dar mais atenção ao planeta e lembrar-me todos os dias que os desperdício de uns é o prejuízo de outros. Mas, sinceramente, o que mais quero em 2009 é que uma coisa de miss: saúde, paz e alegria. Ver a minha filha crescer, dar-lhe muito amor, ter uma família unida, não sentir dúvidas. E ser capaz sempre de estar à altura das circunstâncias. Não é pedir pouco, pois não?
FELIZ ANO NOVO
E vocês façam lá o favor de serem felizes também.
(não queremos chatear a Sra. D. Simone, pois não?)
O Paulo Cardoso foi ao "Você na TV!" fazer as previsões astrológicas de 2009 e disse que vai ser tudo óptimo para os caraguejos, excepto para aqueles que nasceram entre 22 e 26 de Junho (onde eu me incluo). Tomei uma decisão para o novo ano: deixar de ver programas da manhã.
Já foram ver o Bolt? Eh pá, vão. Mas vão mesmo e na versão 3D. O filme é giro e tal, mas o que é realmente impagável é ver uma sala de cinema inteira cheia de putos mascarados de Ramalho Eanes. Ah, e não vale a pena dizerem-lhes nada. Eles não sabem quem é!
Não sendo propriamente uma entendida em literatura, parece-me claro que a poesia italiana, nomeadamente o autor Chicco (onde há um bebé) tem sido injustamente esquecido pela academia sueca. Atente-se nestes exemplos:
"Eu sou a lagarta Flora, como maçãs a toda a hora" (in Cubo)
"Ão, ão, ão, sou o Sebastião, o cãozinho brincalhão, vamos passear e ter histórias para contar" (in Livro )
"Sou a lagarta do jardim, a minha fome não tem fim, comer maçãs à vontade é a minha especialidade" (in Mesa de Palavras).
O boneco que podem ver na imagem - um gloworm da Playskool - foi o presente da empresa onde trabalho para todos os "colaboradores" com crianças até um ano. A Mini agradece e essas coisas todas, próprias de quem tem uma educação esmerada (a nossa!), mas quem está realmente exultante com este objecto é mesmo a mamã. Por fim entrou na minha casa um Gusiluz*, nome pelo qual conhecia esta encantadora criatura.
O Gusiluz (Gloworm, como agora se diz) aperta-se e dá luz, sendo por isso o boneco ideal para dormir. Eu desejo-o desde que me cruzei com os seus anúncios, teria uns 9 anos. Alimentava a ideia romântica de o ter como companhia à noite quando lia livros de "Uma Aventura" (percebo agora que isso seria impossível porque não dá claridade que baste nem fica aceso tempo suficiente), e achava-o lindo. Porém, já não tinha idade para ter um e, de facto, nunca tive (isto e uma Barbie). Só que nunca me esqueci dele.
E agora, finalmente, num autêntico momento "Ponto de Encontro no País da Fantasia", o Gusiluz entrou pela nossa casa dentro para desprezo da Madalena, que o acha demasiado simples e não consegue abraçá-lo com força suficiente para que se ilumine, e indignação desta mãe. Como é possível que não goste deste bichinho adorável? Ai, estes miúdos de hoje em dia. Têm tudo e não dão valor a nada. Estou capaz de lhe dizer qualquer coisa como "Eu na tua idade nem sabia o que era um Gusiluz". Ou então talvez não. Vou esperar pela Barbie.
*Também percebi onde foram buscar o nome Gusiluz. É a tradução possível de Glowormv para castelhano. Gusi de gusano, insecto. E luz... de luz. Tendo em conta que os brinquedos mais fixes vinham de Badajoz, é normal que o conhecesse assim por cá.
Algures no futuro quando se escrever a roteiro da noite de Lisboa em 2008, o Silk (bar e discoteca de Lisboa) vai fazer parte da história. E ontem o pai e a mãe estiveram lá.