Alegra-me ler sites sobre bebés de dois meses - a idade da Mini M. - e descobrir que está tudo a seguir o curso normal da natureza: passa mais tempo acordada, dorme mais tempo, quer muito colinho, gosta de ouvir a nossa voz, faz barulhinhos, gosta de ver objectos às cores e, sobretudo, o melhor de tudo sorri.
Já aconteceu várias vezes. Para mim (pouco), para o pai (muito), para a minha mãe e etc, sempre por razões diversas. Só que esta noite foi especial. Estava a acabar de lhe dar de comer, peguei-lhe à canguru, ela levantou a cabeça e lá estava: um sorriso enorme e uns olhos muito brilhantes a olhar para mim. Tão linda. Tão linda. Tão linda. Quase podia explodir de amor.
Desculpem a ausência. Na última semana andámos a dar uma de "O Pecado Mora ao Lado" ou, como dizem os nossos vizinhos do lado, de Martinez. A mulher foi para o campo com a criança enquanto o marido ficou a trabalhar. Mas em versão revista e actualizada: tivemos a companhia do papá todas as noites e não houve loiras "a lo Marilyn" a importunar.
Quanto a a novidades Madalenescas há um e muito boa: de há duas noites para cá vai dormir às 22h30 e acorda às 05h00. Depois só acorda às 09h00. Têm sido cá umas desforras de sono... Em contrapartida, os dias não têm sido tão fáceis. Agora que já me habituei às noites, ela quer que eu aprenda os dias. No problem! Eu aguento tudo.
Eu tento, eu juro que tento, mas há coisas que me tiram do sério. No que diz respeito à Mini, já não é a primeira vez que me acontece estar num sítio qualquer, ela choramingar e um desconhecido qualquer soltar a frase mágica: "Ai, está com fome". Eu sei que não é por mal que se dizem estas coisas, mas enerva. Uma pessoa faz uma esforço do caraças para que a baby cresça saudável e a bom ritmo, quase não dorme e anda com umas olheiras que parecem minas e ainda tem de ouvir coisas destas?
Fui aguentando a conversa até que hoje decidi cortar o mal pela raiz. Quando me disseram que a Mini tinha fominha", disparei: "Se ela tivesse fome eu estava a dar-lhe de comer". E pronto... Acabou-se o parlepié.
Domingo foi um dia de viragem, acho eu. A Mini fez birra o tempo todo (aquela que deixou o amigo Henrique com dores de cabeça), mas a noite foi excelente. Foi para a cama às 22h30 e dormiu até às 03h00. Acordou, comeu e voltou a dormir até às 07h00. Aninha-se, põe as mãozinhas na cara, enrola-se e adormece toda contente. Tem sido assim desde então e eu só peço que continue. É que, estafadinhos como andamos, não imaginam como agradecemos poder dormir mais de horas seguidas.
Às vezes penso que podia acordá-la à meia-noite para que depois fizesse realmente uma noite completa, mas - lá está! - tenho medo de quebrar o feitiço. Ou que os meus vizinhos o quebrem.
Com a Madalena, além de ter ficado com o ouvido mais alerta, também descobri as desvantagens dos prédios sem placa. Sempre que um dos meus vizinhos abre a porta, estremeço, antevendo o estrondo que se vai seguir. Um dia destes salta-me a mola, abro a porta e ponho tudo em pratos limpos. "Importam-se de andar em pezinhos de lã? Ou querem vir cá adormecer a miúda?". Beware, o meu mau feitio está de volta.
A Tia Almeida, querida colega de trabalho que durante muito tempo fez questão de cultivar o estilo ogre sendo na realidade um doce de rapariga, deixou este comentário ao último post:
olha-me a pinta inquisitiva da Mini! espírito de jornalista à vista ehehh...
Não é meu costume trazer para aqui os posts que nos deixam, mas este merece especial nota: é que a Mini nem ouse ser jornalista. Ou produtora de televisão. Ou querer fazer marketing. É que a deserdo na hora lá se vai a possibilidade de meter a mão nos euros que lhe estamos a guardar numa conta em que só poderá mexer depois dos 18. Como disse mil vezes enquanto ela ainda era apenas uma ervilha, para mim só pode ser de Governadora do Banco de Portugal para cima.
(Mais a sério, posso garantir à Protecção de Menores que não pretendo condicionar as escolhas da Madalena para lá dos limites do razoável. Como já disse em anterior posta de pescada, só me interessa que seja feliz)
5,150 Kg, eis o novo peso da Madalena, sem roupa, na balança da pediatra. Está óptima, perfeitinha e, para os fanáticos do percentil, está nos 50/75 no peso e nos 50 no comprimento (mede 58 cm). Ninguém a pára e, digamos, a crise dos lacticínios não passa por aqui. Portanto, é continuar, continuar e continuar. Mas em intervalos de três horas (se faz favor!)
"A Madalena está a fazer-me dores de cabeça". A frase é do Henrique, de 4 anos, um dos maiores fãs da Mini. Gosta de lhe dar beijinhos, quer brincar com ela aos comboios e ver o "Cars" na TV. Mas quando ela abre a goela e se põe a chorar como fosse necessária a intervenção da Segurança Social, ele não tem paciência. E disse-o com todas as letras...
Sábado é dia de os pais irem namorar um bocadinho sozinhos. Hoje fomos ao Chiado ao Café Royal que é um sítio que eu só conheci recentemente e que gosto muito. A Mini ficou em casa (acompanhada, não se preocupem, não sofremos do síndrome McCann) e nós, os pais, fomos namorar.
Adoro quando fazemos isto e fico satisfeita por poder ter umas horas em que posso andar na boa sem me preocupar com barreiras arquitectónicas por causa do carrinho. Só que sempre que o faço não consigo evitar uma confusão de sentimentos. Adoro poder ir namorar, mas sinto sempre que me falta qualquer coisa. Hoje, por exemplo, parecia que estavam a pôr à prova a minha concentração. Quando chegámos ao restaurante estavam lá dois bebés, um deles bem recém-nascido.
Mas, e se não vou? Pior ainda. Fico com uma telha desgraçada.
Isto, em boa sabedoria popular, chama-se não saber o que se quer. O que vale é que isto passa... E depois ainda vou ter saudades.
Não é à toa que digo que a evolução de peso da Madalena é mais uma coisa a perguntar à pediatra. É porque já tenho uma listinha de questões a colocar. Ainda não disse, mas gosto dela. É petit, querida e despachada. Gosto da maneira como trata a Mini - é carinhosa - e aprecio-lhe a genica. Não perde tempo. Deve ser por isso que nunca nos deixa sem resposta quando nós - papás estreantes (nunca é de mais relembrá-lo) - a massacramos com sms a perguntar tudo e mais alguma coisa. Mas, imagino eu, é precisamente por ser tão despachada que nas consultas não perde tempo.
Saí da primeira consulta um pouco frustrada. A Mini-M tinha pouco mais de duas semanas e eu queria ficar ali a tarde toda a contar todos os detalhes e mínimas coisas que a minha filha fazia. Ela, que está farta de ver miúdos, examinou o que tinha a examinar, fez algumas perguntas da praxe, recomendou umas quantas coisas e... ala que se faz tarde.
No nosso segundo encontro decidi que não me voltaria a apanhar na curva e escrevi no telemóvel todas as minhas dúvidas. E disse-lhe que o tinha feito. Ela achou bem e disse que era assim mesmo. Agora descubro no livro de saúde da baby que todos os pais são iguais. Tão iguais que quem concebeu estes caderninhos até se deu ao trabalho de deixar umas quantas linhas para que os pais escrevam o que os apoquenta. Tem isso e uma lista de pontos, tipo peso, comprimento, perímetro cefálico, comidas e dormidas..., para que os crescidos se orientem.
Ainda não comecei a rabiscar no boletim da Madalena, mas já falta pouco. Tenho uma nota no telemóvel com tudo apontadinho.