Se cada um fala como quer, eu quero falar sem preconceito
Ia escrever um mega-relambório sobre a secretária de Estado que tornou público que é homossexual e como se dá a coincidência cósmica disso calhar no dia em que me chegou ao mural o bloco de atividades para rapazes e o bloco de atividades para raparigas da Porto Editora. O deles azul, o delas rosa. O deles com foguetões, lápis e caravelas. O delas com cupcakes, colares e bailarinas. Isto já para não falar de, lá dentro, os exercícios deles serem mais difíceis do que os delas (que é tão ridículo que nem vou comentar). São dois assuntos que estão ligados e a maneira como falamos deles, como desenhamos rapazes e raparigas resumem o que pensamos como um todo. E não me apetece voltar a explicar o assunto.
Para quem acha que está tudo bem, é capaz de ser ridículo que se defenda que não existem coisas para rapazes ou raparigas. Outros, como eu, acham que não está tudo bem, que tudo, até Chico Buarque, pode ser debatido* e que há espaço para melhorar. Portanto, sim, procuro vigiar as minhas palavras. Procuro que sejam o mais verdadeiras e adequadas ao que quero dizer (e fazer) e procuro estar próximo daqueles que me parece que o fazem de maneira correta. Só isso.
*Debatido não é proibido.