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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Duas queixas a fazer... não sei se ainda é legal!

A primeira queixa acontece à boleia da entrevista ao DN de um rapaz que saiu de Oliveira de Azeméis com 18 anos para ir licenciar-se nos EUA e que acha que em Portugal as pessoas "têm de se queixar menos e fazer mais". É aquele tipo de conversa que se pode resumir assim: estou a queixar-me das pessoas que se queixam. Ora, eu quero queixar-me das pessoas que se queixam das pessoas que se queixam. É entediante, para dizer o mínimo. E um egoísmo total, para dizer o máximo. Aqui estamos nós, a sentirmo-nos felizes e depois vêm as outras pessoas, que por alguma razão, não interessa agora qual, se sentem insatisfeitas ou infelizes e, para não nos chatearem, a nós, pessoas felizes, têm mais é que estar caladas. Como se, ainda por cima, fosse incompatível a pessoa "queixar-se de alguma coisa" e "fazer alguma coisa". Aborrece-me isto. E, claro, a mim também me cansam as pessoas que se queixam muito, mas, sejamos completamente honestos, é isso que impede o mundo de avançar? Não sei, haverá um inventor de coisas que seja uma pessoa conformada? Alguma mudança positiva no mundo terá acontecido porque alguém achou que estava "tudo bem"?

Segunda coisa, e não é bem uma queixa, é uma constatação. Constato que já estou cansada das pessoas que "gostam do papel", começando na apresentadora Cristina Ferreira que agora edita uma propaganda com artigos jornalísticos lá dentro e acha que é a salvadora da imprensa nacional (um negócio tão bom que já mudou de mãos não sei quantas vezes), como se percebeu no discurso trumpista (demagogia, clichés, soundbytes e fleuma) que fez à nação na entrega dos prémios Meios & Publicidade na terça-feira à noite. Sorte a nossa, não passou em direto nas televisões! Nunca tinha percebido que existiam tantos papelófilos. Aliás, até me recordo bastante bem que eram muito poucos aqueles que na universidade compravam jornais diariamente (e eu também não estava entre eles, note-se!), mas, de repente, sempre que mais uma revista morre, lamentamos. E eu também lamento, claro, sempre que isso quer dizer que mais pessoas perdem o trabalho. Mas, sinceramente, o me chateia mais não é perder títulos em papel, é que isso venha com perda desses títulos para sempre e com a perda do jornalismo que se faz. A verdade é esta: se as histórias que contamos forem boas, haverá sempre alguém com tempo para elas. Em papel ou digital. Como parece que há tempo para lixo jornalístico. E quando digo lixo jornalístico, percebam-me bem: sobre tudo se pode escrever, só depende como. Se é para escrevermos três parágrafos mais enjorcados para dizer que um assunto é a "polémica do dia na Internet", então, mais vale estarmos quietos. Se é para explicarmos e ouvirmos a partes envolvidas e expormos factos, então, ok. Contem comigo. Todos os dias mais.

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