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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Cuidado com o que dizem

Algo como isto aconteceu hoje: apanhei o fim de uma pequena preleção de uma pessoa que representava uma universidade do norte deste país. Ele instava os alunos a terem cuidado com as redes sociais, sobre as quais já se fazem doutoramentos nos EUA (imagine-se!) e alertava os pobres estudantes para este tenebroso facto que é aquilo que escrevermos poder ser lido pelos nossos futuros empregadores. Mais: que aquilo que escrevemos será um dia bagagem que vão carregar o "encontro dos vossos espermatozóides e dos vossos óvulos". Juro que ele usou esta expressão. Em primeiro lugar, era bom, talvez, refletir sobre a necessidade de usar esta expressão para dizer "os vossos filhos". Refletir, ponto final. Não é preciso sermos puritanos, um discurso público até deve ser sexy, gracioso, captar a atenção, mas, não posso deixar de notar a ironia de tal fraseser proferida por uma pessoa que acha que devemos ter cuidado com o que escrevemos. Permitam-me uma observação à bruta: quem diz bujardas destas naturalmente tem que se preocupar com o que deixa registado nas redes sociais.

Mas vamos ao cerne da questão: devemos ter cuidado com o que escrevemos nas redes sociais sob pena de sermos penalizados? Sim, devemos. Devemos não insultar as pessoas, devemos respeitar os outros e as demais regras da urbanidade que, relembre-se, existem desde que existe escrita e não desde que existe Facebook. Um marciano chegava agora à Terra e ainda acreditava que a Internet foi o primeiro meio de comunicação do Homem!

Sim, acredito que podemos ser penalizados por expressarmos as nossas opiniões. Mas queremos mesmo ser contratados por quem não partilha as nossas ideias? Não devemos responsabilizarmo-nos pelas nossas ideias e pelas coisas em que acreditamos? Em primeiro lugar porque são o que pensamos e depois, que se saiba também podemos um dia mudar de opinião. O mais importante, como disse um dia Pacheco Pereira numa conferência a que assisti, é que "os nossos atos batam com as nossas palavras".

O que se passa é que isto já nem é a cultura do medo, é espalhar a ideia de que o que é bom é ser sonso. Parece que o que é bom é sermos aquele tipo de pessoas que estão nas redes sociais a cuscar tudo o que outros fazem, e a interpretar todos os seus atos, fingindo-se de mortas. Não, não é esse o tipo de vida que quero.

Sim, conheço várias pessoas que, para o meu gosto, pisam o risco no Facebook (ofendem os outros com as suas generalizações, por exemplo), mas mais faz mais falta um "maluco" destes do que 100 pessoas a fazerem de conta que não existem.

Mas, sobretudo, e isso era a principal coisa que aqui me trazia: de uma vez por todas, sejamos donos das nossas opiniões.

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