A minha amiga Ana era feliz e não sabia
A minha amiga Ana mandou-me um vídeo, divertidíssima. "Não sei como é que isto apareceu no meu mural, mas estou farta de rir". Era o Gustavo Santos. Era o Gustavo Santos, que tem o filho internado, a lamentar-se de coisas várias, da falta de liberdade que as crianças têm na escola para criar, do que paga na creche para o filho não ir e dos pais que dão benuron aos filhos para esconder a febre contagiando o "Salvador". E, acreditem, quando eu escrevo ele até parece uma pessoa sensata. Que não é.
Entre mensagens, concluímos que ela não fazia a mínima ideia de quem é este rapaz.
A minha amiga Ana, portuguesa e bastante atenta ao mundo, conseguiu viver para cima de 35 anos sem se cruzar com a "filosofia" de Gustavo Santos. Sem as patranhas do "ama-te a ti mesmo". Sem o cão que o ensinou a ser pai... Conseguiu manter-se longe do mal o tempo suficiente para me dizer, com o que me pareceu ser um tom de surpresa: "Achei o discurso insólito, mas reparei que tem muitos seguidores". Que inveja! Eu desejava que inventassem um algoritmo que o afastasse para sempre da "minha internet".