Rotina vs coelhos da cartola
Confesso que começo a ficar farta de gente a "botar faladura" sobre relações e como manter a chama acesa e como, para tal, é importante ir a hotéis passar fins-de-semana idílicos, brunches em sítios da moda e que cozinhem jantares de chef. Nenhum desprezo por esse género de atividades, nenhum mesmo mas, já agora, uma pessoa quando é pobre não pode ser feliz na relação que tem? Não sei... Faz-me espécie que a continuidade de uma relação dependa apenas de coisas que se compram e vendem. Se calhar sou eu que sou antiquada mas achava que o êxito e fracasso dos namoros/casamentos tinha mais a ver com os (bons) valores que devemos ter na vida e, por arrasto, num namoro/relação. E de estar à altura das circunstâncias. Que é o mais difícil. Mas não. Parece que hoje em dia tudo se resume a tornar banais as coisas mais excecionais. Como se para manter a chama acesa fosse preciso estar sempre a tirar coelhos da cartola. Não tenho a pretensão de deter qualquer verdade sobre este assunto (até me sinto um bocado embaraçada de comentar estes temas), mas, apesar de adorar surpresas (que adoro), acho que é nos intervalos que tudo se joga. No quotidiano mesmo. Naqueles dias em que o mundo parece uma grande porcaria e alguém com o gesto certo faz tudo valer a pena.