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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

#2016. Foi assim

Nasceu o ECO e foi a coisa mais importante do ano, de longe. A Madalena fez a 1.ª Comunhão em maio e a Teresa chegou ao 1.º ano em setembro. O que lhe custa é inversamente proporcional ao bem que lhe sai. Este 2016, andei raladíssima com os temas relacionados com género, sempre a odiar os papéis tradicionais que atribuem às raparigas. E, preocupada, claro, com o perpetuar desse preconceito que se pulveriza e espalha como pó de alfarroba por todos nós. A Quica começou a comer, começou a fazer frases longas e complexas, começou a tratar as irmãs de igual para igual. Nas férias tomou de assalto a piscina pequena e foi possível estar na espreguiçadeira a ver estas crianças brincar. Em 2016, Marcelo cumpriu o sonho dos pais e tornou-se presidente, a seleção de futebol deu-me uma alegria impossível, o inominável chegou à presidência dos EUA, o DN mudou de casa. Viciei-me no Netflix, o pai viciou-se no Netflix e as miúdas viciaram-se no Netflix. Li a Ferrante e a Madalena conheceu as gémeas do Colégio das Quatro Torres de Santa Clara. Desbundámos muitos concertos: Adele, Bryan Adams, Bruce Springsteen, Brian Wilson, Charles Aznavour... E viajei muito mais do que poderia imaginar quando o ano começou: BerlimMadrid (duas vezes), Paris, São Paulo, Rio de Janeiro e Veneza. Este ano, pela primeira vez, até conseguimos sair da Praia Verde e ir a El Rocío. Olé!

Até 2017.

Mário Soares

soares em jovem.jpg

 

Na noite de Natal queria desejar Boas Festas com este texto do ECO, mas enganei-me e partilhei este sobre Mário Soares, portanto, na manhã seguinte parecia que estava a desejar uma noite feliz com o mal de outra pessoa o que é exatamente o oposto do que espero para qualquer pessoa. Menos ainda de uma pessoa como Mário Soares, um grande estadista, um dos maiores políticos do século XX, tenha ou não feito asneiras (que é o que acontece a toda a gente que faz alguma coisa). Soares é fixe. Soares construiu a democracia portuguesa. Uma vénia.

#2016. Opiniões, cada um com a sua

Existem duas boas razões para as pessoas não darem opiniões:

1) Ninguém quer saber. Ninguém quer opiniões. Ouvir as opiniões dos outros é uma chatice, porque quem as ouve quer pôr em prática as suas ideias e só espera que o outro concorde e as ponha em prática.

2) Ter opinião sobre o que quer que seja, e uma boa opinião, nada menos que isso, leva tempo e é fruto de experiência e conhecimento. Uma opinião é um produto gourmet que não se pode desperdiçar. É um vinho vintage, um presunto com 10 anos de cura, o azeite mais virgem, o pinhão entre os frutos secos. 

#2016. Os ídolos morreram e nós ficámos velhos

Morreu o David Bowie, morreu o Prince, morreu o Leonard Cohen, morreu o George Michael, morrem os últimos políticos que respeitei e acabam coisas que julguei eternas. Um a um, os ídolos da nossa adolescência estão a ir todos. Existe um mundo, o mundo que conhecemos, que se está a finar.  E isto é tão certo e tem sido tão forte neste 2016 que já tinha pensado escrever este post antes de saber que George Michael tinha morrido. Não é o ano que é aziago, somos nós que chegámos a adultos. Em 2016, factos são factos, tornei-me oficialmente velha. Não é por ter 40 anos, não é porque queira, não é porque o sinta, é porque é assim. Perdi referências e ganhei memórias. E as memórias ocupam cada vez mais espaço...

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Figurino para Aladdin Sane tour, 1973.

Desenhado por Kansai Yamamoto e fotografado por Masayoshi Sukita

 

#2016. Atentados? É normal...

Nem foram precisos assim tantos atentados terroristas reinvidicados pelo auto-denominado Estado Islâmico. Quatro, cinco no último ano? Agora é normal. É normal irmos celebrar o 14 de julho, data histórica do país em que vivemos e um maluco atirar um camião sobre a população. Ou sobre um mercado de Natal em Berlim. É. Agora é normal. Já não há indignação, fotografias com filtro no FB, hashtags, comoção...

Um recado para todos vós que nos leiam em 100 anos e que nos "leiam" à luz do que sabem nessa altura. Nós REALMENTE não sabemos. Não sabemos como quebrar o círculo. Muitas pessoas dizem que atacam o nosso modo de vida. As nossas festas, o nosso lazer, o nosso gozo de viver. Talvez seja isso. Atiram sobre a nossa futilidade, com o despeito de quem percebe como ela é boa.

Tudo o que o Pai Natal precisa de saber

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Esta pulseira é amor, mas não sou esquisita. Esta é perfeita e esta também. Como este casaquinho de leopardo (e se fosse ao Pai Natal nem punha os pés na loja)*. Que fica lindo com estes ténis. As cores que interessam: encarnadoamarelopúrpura e cinzento**. Finalmente, e porque uma miúda também gosta de gadgets, pensa nisto. Também aceito vouchers e aqueles cartões das app.

 

(Post com links para marido que diz "metade das coisas nem sei o que são").

 

*M

**38

Fomos ao concerto do Charles Aznavour (e foi magnífico!)

A última coisa na minha lista de afazeres culturais era ver Charles Aznavour. Nada contra o senhor. Com certeza que reconheço a sua importância na música europeia do século XX, e, já agora, só uma bota da tropa não se impressiona com o facto de ter 92 anos e ainda dar concertos. Mas nunca me tinha passado pela cabeça ir vê-lo ao vivo. É que nem pensei um segundo no assunto. Até que... 

O tio do meu marido, que vive em Paris, telefonou-lhe dizendo que um amigo que trabalha com Aznavour lhe arranjava bilhetes. Ora, claro, o meu marido ficou logo em sentido. Não se pode dizer a um francês -- de gema ou do coração -- que não queremos ver um dos seus maiores ícones. Portanto, meia contrariada, lá fui. Não quero parecer uma ingrata, mas tenho poucos sábados disponíveis para estar com o meu marido. Quando acontece prefiro coisas mais animadas do que conviver com o cheiro a naftalina dos casacos de pele dos anos 80. Já para não falar da ideia de ver um senhor com nove décadas em palco. Que pode dar à audiência?, pensava eu.

Como se pode imaginar, caso contrário não estava para aqui com este parlepié todo, foi uma noite inesquecível. De tal forma que o António me encomendou este post. Que fique registado para a posteridade que Charles Aznavour é um ídolo, o nosso ídolo. Foi magnífico.

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 Para começo de conversa, o tal amigo do tio do meu marido arranjou-nos uns bilhetes espetaculares. Zona vip, fila ótima, visibilidade ok e som impecável -- tratando-se do Meo Arena é fundamental sublinhar este aspeto. Portanto, a coisa começou logo bem. Isto e o facto de serem lugares sentados pôs-me logo bem disposta. É que o senhor pode ter 90 anos, mas eu também não estou a ir para nova. Tratarem-me bem é logo meio caminho andado para ganharem o meu coração.

E, depois, o concerto propriamente dito foi realmente bom. Tomara eu chegar aos 60 assim. Está impecável e, claro, tem sentido de humor suficiente para gozar com o assunto. "Os críticos e jornalistas diziam que a minha voz não prestava, que a minha música não era boa e que não devia escrever, mas estou aqui e eles já morreram". E, como todos os bons intérpretes, consegue essa coisa admirável, e invejável, que é emocionar-nos com a sua voz. Adorei quando cantou o "She", essa canção que sempre tinha atribuído a Elvis Costello e que afinal foi escrita em francês por Aznavour. Pareceu-me ainda melhor do que a versão que tinha ouvido à tarde no Spotify. Não é para todos.

Portanto, nós íamos sair dali com uma agradabílissima recordação do senhor, mas a noite ainda não tinha terminado. Quando ele faz os agradecimentos, apresenta Eric Wilms, o chefe de orquestra, e diz-me o António: "É este o amigo do meu tio". No final fomos ter com ele e convidou-nos para os bastidores. E, ok, já estive mil vezes nestas coisas em trabalho, mas é muito mais giro em lazer quando o músico diz "são família" e os seguranças, mal encarados por natureza, nos deixam passar. Ah! Ah! Ah! Estivémos com a banda no camarim e à conversa com o Eric, uma simpatia de pessoa, que ainda por cima fala português com sotaque do Brasil. Impecable!

E o Aznavour? Pois, que estava a ir embora no seu Mercedes topo de gama quando nós próprios estávamos de saída. Simpático da parte dele não se ter ido embora sem se deixar ver. É do tamanho de um playmobil, mas, confirma-se, está ótimo. À saída da rampa da entrada dos artistas ainda vimos como saía para dar autógrafos a um casal que o esperava. Percebi depois que não era por acaso. Despediram-se em arménio, porque é da Arménia que vem Aznavour. Ou deverei dizer Shahnour Vaghinagh Aznavourian?

É urgente uma revolução do pano do pó

Detesto tarefas domésticas e o que elas querem dizer na vida de uma mulher com filhos: submissão, pobreza, dependência, falta de qualificação, tradicionalismo acéfalo. Fazer camas, aspirar, limpar, lavar roupa e engomar é trabalho. Trabalho! E tem que ser visto dessa forma. A vida das mulheres melhorou assim tanto só porque trabalham fora de casa? É de uma vida em que depois de um dia de trabalho ainda lhes cai um monte de obrigações domésticas em cima que quero que as minhas filhas fujam. FUJAM!

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