Frugal look festivaleiro onde a verdadeira intenção é mostrar a nova capa do telefone: "Um bocadinho demais, não?", segundo o meu conservador esposo.
Em 2004 tinha acabado de entrar no 24horas quando me mandaram para o Rock in Rio. Foi também aquele em vi o melhor concerto: Paul McCartney.
Em 2006, acho que só fui em lazer e não me lembro de nada.
Em 2008, fui ver a Amy Winehouse e foi uma das primeiras vezes que sai de casa sem a Madalena.
Em 2010, acho que quis ir ver Bryan Adams e Stevie Wonder mas estava grávida da Teresa e os concertos eram tão tarde que não aguentei.
Em 2012, fomos ver o Bruce Springsteen com a Maria João, eu grávida da Quica. Foi espetacular.
(A Roberta Medina é uma menina ao pé de mim, grávida de 12 semanas...pffff)
Em 2014, o António não conseguiu ver os Rolling Stones e foi uma noite horrível.
Este ano fui trabalhar, muito mais do que alguma vez me tinha acontecido e, além de ter comprovado que tenho o melhor trabalho do mundo, ainda me consegui divertir razoavelmente. No Bruce Springsteen porque o António, a Inês e o Filipe foram, e a Adele também. Nos Korn porque o concerto durou 25 minutos (nem tanto), no dia de Maroon 5 porque a Madalena foi pela primeira vez ao Rock in Rio (OBRIGADA, CATARINA) e no domingo porque estava quase a acabar e apesar de ser uma canseira andar de um lado para o outro, apesar de ter a sensação que não consigo saber nada e que estou fora do mundo, apesar da poluição visual e sonora, mesmo sem Ariana Grande, o parque da Bela Vista é um ótimo sítio para se estar. Houve momentos em que odiei, houve momentos que adorei. Até gostei de Avicii!
A minha filha Madalena e eu a falar do que faríamos se fossemos ricas. Eu tinha mais um filho e viajava pelo mundo. Ela diz que teria uma casa de luxo no Brasil.
Este vale para todos os que defendem a escola pública, incluindo eu, e depois têm os filhos em escolas privadas: somos nós os principais responsáveis pelo (mau) estado em que se encontra o ensino público e, para começar, é preciso reconhecê-lo. Somos tão bons como as pessoas que defendem o ensino privado sem limites mas um pouco mais hipócritas. É só isto.
Temos saúde e trabalho. Estamos juntos e quando olho para o António continuo a não acreditar na sorte cósmica que foi conhecê-lo. As nossas filhas são perfeitas (até nas suas imperfeições), saudáveis e, ao que me parece, felizes. Tenho os meus pais e eles estão bem. Os amigos são bons. Podemos viajar de vez em quando, comprar roupas que gostamos e livros e outros prazeres que só o dinheiro para estragar pode comprar.
Há um ano, quis celebrar o muito grata que sou à vida por tudo que me dá. Este ano faço 40 biscas, falta um mês, e parece-me boa ideia repetir: todos os dias uma coisa boa. Não é preciso ser grande ou extraordinária. Pode ser como nesta quinta-feira, um passeio pela feira do livro e uma fartura no fim. Quero apenas ser consciente do boas que são todas as coisas, pequenas e grandes, que acontecem. Se isto não merece celebração não sei o que possa ser...
Se o Estado está a incumprir contratos (porque se havia comprometido para três anos e está a fazer este anúncio em cima do fim do ano letivo), o local para denunciar o caso são tribunais e não as ruas. Se há oferta pública suficiente não se justifica que se pague o serviço privado. Isso está a acontecer em alguns locais e também devia ser claro que é um abuso pedir aos contribuintes portugueses que financiem esse serviço adicional. Porque também já ficou claro que não vão ser fechadas escolas onde não existe outra opção. Se realmente não há espaço para todos as crianças na escola pública não devem ter com que se preocupar. E se forem para a escola secundária? Qual é o problema? Não é que vão pagar mais por isso... E os pais também já paravam de dizer que é uma questão de escolha. A opção está sempre lá: basta que paguem. E também é preciso lembrar os partidários do fim dos contratos de associação que, por outro lado, é indiferente quem presta o serviço desde que ele seja prestado. Finalmente, estava na hora de se fazer um estudo a sério sobre o que se quer para a escola pública, porque manifestamente o que muitos pais querem é uma educação igual à que oferecem os privados. Sendo que muitos privados, na verdade, não oferecem nada de diferenciado, pedagogicamente falando, pelo que me pergunto qual é o interesse de ter crianças matriculadas nessas escolas. Nem são religiosas, nem desportivas, nem artísticas, nem nada de nada a não ser cumprir o programa do ministério da educação a tempo e horas. Quando o único ponto destacado por uma escola é rigor, trabalho e fazer crianças felizes temos o caldo entornado. Porque isso é o básico...
Quando estava na universidade, falávamos disto de batizar os filhos e de os mandarmos à catequese e à Primeira Comunhão. Uma amiga dizia que preferia que a mãe não o tivesse feito, preferia ter sido ela a tomar uma decisão é que achava um abuso os pais terem tomado essa decisão sem que ela fosse perdida ou achada. Como tudo o que tem a ver com a religião me parece sério, até há pouco tempo não me imaginava a fazê-lo. Entretanto, aconteceram coisas na nossa vida e aconteceu sobretudo concluir que não posso fazer todas as minhas decisões com base na eventualidade de ter filhas que desaprovem o que fiz, porque isso faz parte. No que diz respeito à religião ou a qualquer outro assunto. A vida é o que é. Hoje faz sentido dar este passo, portanto, damo-lo. Também é nosso dever oferecer instrução espiritual aos nossos filhos. Pelo menos acredito nisso. E foi um dia muito bonito, sábado de manhã. A Madalena estava muito feliz, apesar dos nervos, e nós adorámos cada segundo. Eis o meu top pessoal de momentos incríveis:
. Quando as crianças desceram a rua, rumo à igreja, em procissão, com os irmãos pequeninos à frente.
. As crianças a acenderem as velas umas das outras.
. A voz dos meninos do coro, a ecoar pela igreja. Sobretudo quando cantaram o hino da escola. . O momento em que comungaram, claro. A Madalena tão compenetrada, depois de ter passado por nós com aquele sorriso de "ai, que não aguento tanta atenção".
. A oração de consagração a Nossa Senhora. Já a conhecia da nossa troca de mails de pais, mas dita no seu sítio, por todos os pais ao mesmo tempo, é arrepiante. E, portanto, nem todos os pais a leram. Uma mãe, esta-aqui, tinha os olhos embaciados...
Um excerto: "Para que ao longo das suas vidas, e em especial nos momentos de adversidade, sigam o caminho do Bem, do Amor e da Verdade. Se porventura não o fizerem que nunca se apague nos seus corações a certeza que podem sempre voltar a casa para serem acolhidos nos teus braços." (Não é sempre isto que desejamos?)
. A troca de santinhos que a Madalena ia perdendo vergonhosamente porque não sabia que era tradição haver esta recordação entre amigos. Muito divertido.
. Ter os amigos em casa. A presença das pessoas que são importantes faz muita diferença. Aliás, faz toda a diferença.
. É a minha filha e vejo-a com lentes cor de rosa mas acho que estava linda, com o seu vestido branco que ela mesma desenhou e que depois entreguei nas mãos dos profissionais. E o que se riu na manhã de sábado quando lhe disse: "és a última a pôr o vestido e não te podes encostar a nada." Fotos de jeito, tiradas por nós, há poucas. Tal era a vontade de apreciar todos os momentos. Ficam as possíveis. Acho que a minha filha estava linda!
PS: Desejosa de repetir com as mais novas. :)
(Créditos: Fotos 1 e 2: Maria João; Fotos 3 e 4: cunhadinha)
O que é que uma pessoa faz quando aparece o mano ou mana e nós ficamos com o coração pequenino imaginando que o nosso primeiro bebé, geralmente recebido com honras de príncipe ou princesa, vai sofrer com a chegada do mais novo elemento da família? A minha amiga Sílvia terá, em breve, a segunda filha e perguntou-me opinião. E eu, que lhe prometi uma reflexão (minimanente) elaborada, queria dizer que resumo o caso a uma constatação e dois bons conselhos que me deram.
A constatação é a de que nenhuma criança fica triste ou zangada por ter um irmão. O irmão em si é sempre fonte de alegria e brincadeira. Outra coisa é a atenção que esse membro da família consome. É a isso que os pequeninos não gostam.
Os conselhos:
1) Para os pais que vivem angustiados com o que o primeiro filho vai pensar do segundo e o enchem de mimos e ocasiões especiais e presentes e o cobrem de atenções, Marta Gautier, psicóloga clínica e estrela de stand up comedy, diz simplesmente: parem. Ajam normalmente.
2) Saber que os irmãos bebés só tornam ameaças a partir dos seis meses quando começam com as gracinhas, como me disse (e bem) a minha amiga Dulce, educadora de infância. Nessa altura, muito mais exigente, é que os irmãos mais crescidos precisam de mais atenção.