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Quem sai aos seus

Um blogue para a Madalena, para a Teresa e para a Francisca.

Mudar tudo ou apenas pequenas coisas para que tudo fique melhor

O Japão está a pensar mudar os sinais de trânsito, o STOP, de triangular para octogonal para facilitar a comunicação, tendo em conta a massa de estrangeiros que esperam receber num futuro próximo. Deve ser difícil mudar todos os sinais de um país, mas, bem vistas as coisas, é uma pequena medida comparada com o impacto que pode ter. As pessoas, em geral, as que mandam, em particular, tendem a descurar o impacto que as pequenas mudanças fazem na vida das pessoas. O botão no lugar certo, o papel higiénico de folha dupla, uma vela que deixa um cheiro agradável, os talheres bem postos na mesa. Penso que já falei sobre isso algures por aqui, não é que tenha sido criada com muitos salamaleques, mas os salamaleques importam. Podemos despejar tudo naquela gaveta das coisas do lá-está-está-a-querer-lençóis-de-linho-egípcio-deve-pensar-que-é-fina mas não é isso. É ter uma atenção aos detalhes que se perdeu. Nasce uma criança, não se manda um cartão. Morre um parente próximo de um colega de trabalho e não se mandam flores, e por aí em diante até precisarmos de coisas simples que podiam melhorar o quotidiano e não são feitas. Um mail com uma agenda. Talvez um papel afixado na parede. Um bom dia. Talvez isso tenha começado porque esse grau de sofisticação começou com reis totalitários, talvez seja porque essas mesuras são muito antigo regime, mas, bom, há gestos que tornam tudo mais fácil.

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Comida para o pensamento

Isto não é uma guerra dos sexos ou de acusações. Não é ser pobre e mal agradecida. É ver as coisas como são. Não é que as mulheres trabalhem mais do que os homens, que até o fazem, é o que parece que não é trabalho mas consome a pinha de uma senhora. Sacos+* de ginástica, saber quem quer leite e quem quer iogurte, fazer peixe e não carne porque comeram bifes ao almoço, saber o nome do medicamento a que a mais velha é alérgica...  Mil pequenas coisas que são geralmente as mães que tratam e que deram origem a esta crónica do Paulo Farinha:

"Hoje é dia de GINÁSTICA. Tens de preparar as coisas. Sapatilhas, fita para o cabelo,t-shirt e sweatshirt. E calças de fato de treino. Não esqueças o tupperware com bolachinhas. Bolachas de chocolate NÃO."

Seguiu-se-lhe esta resposta:

"Se chegarem atrasadas à escola eu explico à professora que o pequeno-almoço foi demasiado divertido para poder ser acelerado. Não há tabuada que valha mais que o tempo dos sorrisos."

Sobre o qual existe esta resposta de Catarina Beato que só tenho pena de não ter sido eu a escrever:

"A questão é que este texto é exactamente a confirmação do teu. hoje a mãe não está, faça-se a festa, ela depois arruma".

Este que também versa sobre o tema também é muito bom.

Bryan Adams, (ainda) estou no céu

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Foi tão bom, tão bom que mesmo já sem atualidade tenho de voltar ao assunto.

O concerto do Bryan Adams, na segunda-feira, foi o máximo. Até já o tinha visto em 2011 e até acho que nesse ano a seleção de canções foi melhor (é difícil dizer isto mas acho que foi), mas este concerto... Encheu-me as medidas. Primeiro, eu tinha mesmo vontade de ir. E isso faz diferença. Depois tinha companhia. E ter uma boa companhia faz toda a diferença. A minha era a melhor, o António. E, depois, não sei explicar, ou se calhar sei (é porque estou a ficar velha), olho para trás e sinto que gostei mais do que Bryan Adams do que realmente gostei. É como se aquele tempo em que eu cantava e dançava o "Waking Up the Neighbours" sozinha no meu quarto fossem ainda melhor do que imagino. Portanto, quando o António me anunciou que tinha bilhetes e que TAMBÉM ia foi como se fosse Natal outra vez.

E depois há o concerto em si. Nessa noite, a minha prima e o Nuno, a Cristina, a Vera, a Maria João, a Sandra, a Catarina, o outro Nuno, a Rute, a Helena e o marido (e outros...), a outra Lena, também lá estavam e há unanimidade: foi espetacular. E essa partilha com tantas e tantas pessoas tornou tudo ainda melhor. (E ainda dizem que as redes sociais são más para o convívio)

Quanto ao concerto em si. Ponto 1, só mesmo o Bryan Adams, um senhor de 56 anos, pode fazer um concerto de jeans, camisa branca e blazer, sem nunca tirar o casaquinho nem se mover uma só mecha daquele cabelo penteadinho. Depois, ok, o "Summer of 69" foi incrível, quando o Bryan Adams falou dos tempos em viveu em Birre emocionou, quando as luzes dos telemóveis se acenderam para o "All for Love" foi lindo (e parecido com o 13 de maio em Fátima, se me é permitida a comparação), mas nada bate o "Heaven".

Assim que se ouviram os primeiros acordes, e é que foram mesmo os primeiros acordes, e as pessoas abraçaram-se. E começaram a cantar. Ali estava o cantor a dedilhar a sua guitarrinha e o Meo Arena inteiro, incluindo nós, a cantar we we're young and wild and free...

(Captei dois segundos desse coro de quase 20 mil pessoas, liguei a câmara no momento em que me lembrei que queria recordar aquele momento para sempre e foi à justa mas acho que se percebe a ideia)

Foi o má-xi-mo! Não sei se já disse...

Telefonar ao Marcelo todos telefonam, mas quem é que já recebeu um telefonema dele?

Eu.

Nessa altura, optei por não revelar a identidade da pessoa mas estou com quase 40 anos, sinto que já posso cometer algumas loucuras. Esta foi a primeira vez que o novo Presidente da República me ligou.

Sim, porque houve uma segunda.

Em que ele me pediu de novo para falar com alguém do jornal e em que fiquei tão abazurdida que nem sabia de cor o telefone do meu local de trabalho. Ri-dí-cu-lo! Para cúmulo, uma das crianças lembrou-se de dizer uma daquelas coisas inconvenientes que as crianças só dizem quando estamos a falar com alguém com quem fazemos cerimónia.

É pena ter estado mal em ambas ocasiões, mas fica a nota biográfica de altíssima relevância. Para o senhor presidente, claro.

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(Uma das melhores fotos da campanha)

Sonho de menino

 

"Nunca consegui cumprir um dos meus sonhos sociológicos que foi assistir a um concerto de Tony Carreira, porque me dizem que é um dos acontecimentos que um sociólogo deve observar", dito por Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros. Deixa-me ir ver como é que são as pessoas num concerto, entusiasmadas com um cantor que apreciam. É capaz de ser muito diferente do que acontece no Alive ou no Rock in Rio. É.

Se a sôtora não sabe usar não se faz, não se fala mais nisso

Na busca por uma substituta para a nossa empregada (uma substituição temporária), tenho encontrado coisas verdadeiramente inacreditáveis. Teria (e terei) muito gosto em partilhá-las no devido momento quando vir alguma graça nesta coisa de não conseguir encontrar ninguém que assegure o trabalho por dois meses. Mas há pelo menos uma coisa divertida. Perguntar: sabe usar este aspirador? E responderem-me: "Não". Mas não é um não simples ou um não seguido de demonstração cabal de que se pretende aprender. E é um não que já vi antes, no meu trabalho, quando são pedidas coisas que não sabemos fazer. Há uma tendência imediata para rejeitar a tarefa como se do outro lado a pessoa fosse dizer: "ah, pronto, se a sôtora não sabe, então não vamos fazer, não se fala mais nisso". Não vamos ter site, não vamos ter vídeos, não vamos aspirar.

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