Quatro dias no CCB a fazer cenas nestas férias da Páscoa: passeou pelo edifício, pelas zonas à vista de todas e outras insuspeitas como o palco de grande auditório, pintou, aprendeu a palavra tex-tu-ra, que arquiteta paisagista é profissão, fez uma maqueta a que chamou "Jardim das Flores", viu filmes e cozinhou um bolo para a despedida. Veio mais crescida.
Pai a tentar (e bem) dar dignidade à sua mais nova. Adoro o interior às risquinhas dos da direita e o toque "freirinha" dos da esquerda.
[Peço desculpa por ter deixado aquelas ceninhas de plástico ali no meio. Sei que não está ao nível do que se faz por aí, mas ainda tenho de ver se estão mesmo bem e não resisti a tirar fotos, que é só o que faço ultimamente.]
Sabes que estás com os fusíveis queimados quando uma amiga te diz "dá-me um toque" e lhe respondes: "Dá dois tocs". Como se não me bastasse esta cena...
Não me bastava que vissem no iPad, não me bastava que quisessem os livros e toda as coisas possíveis e imaginárias que existem do Ruca, agora ele está de volta. (A partir de dia 1, de segunda a sexta, às 20.00). E o canal Panda ainda anuncia a coisa como "reposição completa". É o que eu digo. Já é um clássico. Para quando a Cinemateca?
A trabalheira que dá levar tachos, panelas, ingredientes e demais acessórios para a praia para fazer o petisco, dispenso com agrado e alegria. Nesse aspeto, ter 16 ou 36 é igual. Mas a caldeirada? Ah, que saudades de uma boa caldeirada! Não há fotos?
[Entre as tradições doidas da minha adolescência, mais doida até do que besuntarmos a cara uns dos outros com espuma de barbear no Carnaval, existia esta: fazer caldeirada na praia na Sexta-feira Santa. Não é bem na praia, é mais no pinhal mas a vista é para praia.]
"Antigamente, estávamos todos a viver acima das nossas possibilidades. Agora estamos só a viver, o que aparentemente continua a estar acima das nossas possibilidades. Começamos a perceber que as nossas necessidades estão acima das nossas possibilidades. A tua necessidade de arranjar um emprego está muito acima das tuas possibilidades. É possível que a tua necessidade de comer também esteja. Tens de pagar impostos acima das tuas possibilidades para poderes viver abaixo das tuas necessidades. Viver mal é caríssimo", Ricardo Araújo Pereira na crónica da Visão.
A Francisca tem o cabelo castanho. Cas-ta-nho!!! É uma surpresa. Já me tinha habituado a ter filhas louras-que-hão-de-ficar-com-o-cabelo-escuro, mas isto é novidade. O cabelo É castanho. Até agora ainda não tinha arriscado numa cor porque pensei que eram aqueles cabelitos de bebé mas hoje posso dizer que é oficial. O cabelo é mesmo castanho.
Deve acontecer a todas as mães que já o são há algum tempo, como eu, agora que já passaram cinco anos desde a revolução. Leio, ouço, vejo amigas e conhecidas que vão ser mães pela primeira vez e rio-me. A cena mais fixe de começar a ser mãe, impagável e irrepetível, é essa sensação de que vamos fazer tudo diferente -- e melhor -- do que todos os outros que ficaram para trás. Vamos educar melhor, alimentar melhor, proteger melhor, criar melhor. É como se nunca tivessem sido postas crianças no mundo. E, no entanto, não vamos nada. Até podemos fazer algumas coisas de forma distinta, e essa maneira nova até pode ser mais correta, mas na essência ter filhos deve ser igual desde o princípio dos tempos: animais a tentarem proteger uma cria indefesa. Mas a magia também é essa, não é? Fazermos como se fosse a primeira vez é que torna tudo especial.