O pai esteve fora toda a semana - isto foi na outra semana e só agora consigo sentar-me a escrever isto.
A mãe tinha um trabalho grande. A mãe não conseguiu dar vazão à coisa.
A mãe está adoentada e teve que ir ao médico. O pai está cansado.
Devíamos fazer uma dieta familiar com muitas vitaminas e minerais para entrar com o pé direito na Primavera.
Os pais não celebraram condignamente os oito anos que levam juntos e que se assinalaram no dia dos namorados. Os pais queriam jantar sossegados no sábado à noite, mas as diabretes não deixaram. Uma, a grande, não nos queria deixar saír de casa. Depois saímos à pressa do restaurante porque a Teresa vomitou e afinal não era nada de especial (felizmente). A mãe escreveu dois textos giros no fim-de-semana e reza, um pouco, para que, caindo o governo, caiam também assessoras de imprensa parvas. Constatação: os spin doctors deste país estão mais evoluídos do que os jornalistas.
A mãe gosta de realizadores. A mãe acha que outro grande problema é não existirem guionistas bons. A mãe gosta da sua pequena pós-graduação. A mãe teve medo que lhe criticassem um trabalho e afundou-se na cadeira sem tirar os olhos da mesa para ver se se esqueciam dela (está mal!). Queremos ir ver o '127 Horas'.
O Económico TV já está no Meo, o que é uma excelente notícia.
A Teresa já consegue imitar pequenos gestos e agarrar livros pequenos e de capa dura. Senta-se muito bem também. Subitamente, a Madalena começou a dizer os 'éles'. Também lhe anda a dar para ter ciúmes da mana. Conheceu uma menina que vai estar na mesma escola no próximo ano lectivo. Não gostou da miúda. "Só gostei da irmã". É verdade. Ignorou olimpicamente a futura colega.
O pai trouxe presentes maravilhosos para as meninas do Brasil: uma mala para a mãe, roupas para as miúdas e Melissas especiais para a mãe e para a Madalena. Enquanto a mamã suspira pelo Verão, a Mini passa os dias com elas calçadas.
Faltámos outra vez à natação.
Queremos marcar férias mas ainda não conseguimos decidir onde.
Encontrei, por acaso, um amigo no hospital. Ele tinha acabado de ter um filho e fui vê-lo. É lindo.
Fizeram agora mesmo uma brincadeira no '5 para a Meia Noite' com o nome dos filmes. Disseram que a Marta Leite Castro seria a protagonista de 'Vais Conhecer o Homem dos Teus Sonhos'. O convidado da noite era o ex-namorado e pai da filha, Leonel Vieira.
No próximo fim-de-semana, um amiga faz anos. Estou desejosa. Disso e de compensar as minhas filhas e o meu gajo de duas semanas muito estúpidas em que só me lembro que comi muita coisa que faz mal.
A nossa filha Teresa é perfeita. Come que é uma maravilha, risonha, grande, amorosa e sossegada. Mas tem um grande defeito: não dorme antes da meia-noite. Depois fica na cama até às 10.00 e 11.00, a preguiçosa, mas quem a quiser ver feliz e contente é à hora do 'Biggest Loser'. A nossa amiga janta e depois ali pelas 21.00 dá-lhe o sono. Vai para a cama e quando nós pensamos "iupi, iupi, está a dormir", ainda não são 22.00 e já está de olho aberto. E depois quer conversa e mais comidinha. Alguma ideia para contornar isto?
Tal como a minha amiga Princesa das Estrelas, também ando pior que estragada com o serviço nacional de saúde (SNS). Concluo que neste país uma pessoa ou está muito doente ou então pode ir marcando consulta num hospital privado, porque nos centros de saúde, só se disser que vai para a saúde materna. Grávidas e bebés são a única coisa que comove o SNS (e se calhar ainda temos de levantar as mãos ao céu e agradecer). Só cá em casa estamos há três anos à espera de médico de família. Agora tenho de ir ao médico, nada de especial, e já sei que vai ser um tormento. O que é extraordinário, porque se pode marcar depilação, cabeleireiro, manicure, massagens, mas consultas no centro de saúde? Impossível! E o que me apetecia agora pôr aqui um palavrãozinho?
E lá vai ela com os olhinhos à procura da empregada*.
Não sei se já disse isto aqui, se disse vou repetir, se não disse faço-o agora (não me apetece ir confirmar), que há uns dias estava eu em plena brincadeira com a Teresinha, a dar-lhe beijocas no pescoço e ela a partir-se a rir e chega a Mariza, ouve-nos a rir e diz, com o ar mais natural do mundo: "ela adora beijinhos no pescoço". Como se não bastasse, nessa tarde era só risinhos para a amiga.
Não se pode dizer que sinta ciúmes. Não mesmo. Fico contente por saber que a minha filha faz estas coisas com a pessoa que fica com ela o dia inteiro. Mas é inevitável pensar que se calhar deveria estar a fazer as coisas de outra maneira. Embora, por outro lado, pense, e isto é que é incrível: os filhos gostam sempre dos pais. Mesmo quando eles não são grande coisa. (o que não é o caso, obviamente).